Cega Para A Grande Surpresa

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PRIMEIRO: Quando Situações se Degeneram

"Gwen! Vou me esconder," iris gritou enquanto abria a porta de seu dormitório. Sua colega de quarto, Gwenhwyfar Thistlebranch—décima primeira na linha de sucessão do trono de Sidhe, herdeira da fortuna da Thistlebranch Publishing, e Presidente-Em-Exílio do Corpo Estudantil dos Cervos—gritou, e puxou os lençóis até o queixo.

"Tinha uma meia na porta! Você não pode simplesmente entrar," Gwen gritou de volta. Ela claramente não estava sozinha sob o cobertor.

"Eu posso se for uma emergência. Ei, Morty."

"A prole do fogo do inferno saúda você, mortal," Mordecai Diabolus—candidato a Anticristo, Presidente Vitalício do Corpo Estudantil dos Cervos e o é-complicado da Gwen—rosnou em algum lugar ao redor da cintura da Gwen. Sua voz soava como mil almas atormentadas gritando em harmonia, como o telhado de uma igreja desabando em uma massa tumultuada, como um político negando crimes de guerra e genocídios. Ele pigarreou e tentou novamente. "Uh, desculpe, ei, Iris. Eu sairia daqui de baixo, mas estou, hum."

Iris suspirou. "Não quero saber. Coloque seja lá qual merda pervertida que você está fazendo aí em espera, porque, como eu disse, vou me esconder."

"Por que você vai se esconder?" Gwen também estava embaixo do cobertor agora, mexendo com seja lá quais algemas ou cordas ou grilhões que estavam escondidas embaixo. "Você fez algo constrangedor na pós-festa? Você fez aquilo com alguém embaraçoso na pós-festa?"

"Não, não estou brincando, isso é sério." Iris pegou uma sacola debaixo da cama e começou a jogar roupas dentro dela. "Acho que alguém acabou de tentar me sequestrar. E eu tive de fazer algumas acrobacias de patins muito ilegais para escapar. Então provavelmente também estou meio que fugindo da lei? É uma coisa toda."

"Espere, ok, quem tentou sequestrar você?" Morty havia sido libertado e agora estava sentado, os lençóis mal mantendo sua modéstia. Ele ainda estava usando uma coleira. "Porque—e eu quero dizer isso da maneira mais gentil possível—você é um ninguém."

"Eu sei!" Provavelmente isso era roupa suficiente—meia dúzia de camisetas pretas, alguns pares de jeans pretos, uma pilha de meias pretas e roupas íntimas pretas. Ela foi até a estante de livros. "Eu estava pegando o atalho atrás da Sizzle Pie e boom, tem uma limusine estacionada do outro lado da Via e um cara britânico presunçoso aparece, todo 'Oooooh, Sra. Black, eu estive esperando por você,' e ele tem esses guarda-costas esquisitos…" Ela levantou alguns grimórios para inspeção. "Você acha que vou precisar de algum desses?"

"Uhhh. Provavelmente não a Clavícula, você nunca faz essa porcaria cerimonial, e se você realmente precisar, você pode encontrar a tradução de Mathers online." Gwen havia vestido uma camiseta e estava sentada ao lado de Morty, desafivelando sua coleira. "Mas Taumatologia Moderna é um clássico, e tem aquele DRM que dá fervuras se você tentar escanear. Leve esse. Você conseguiu um nome?"

"Sim. 'Chrysophilus Marshall, mas meus amigos me chamam de Skitter'. Tinha um amigo, também, cara francês em um Rolls Royce rosa brilhante." Ela lançou mais alguns livros na sacola. Seu kit de reagentes e seu laboratório portátil eram muito frágeis, eles teriam que ir pra mochila, mas sua varinha se dividiu perfeitamente em três segmentos, que ela colocou sob as roupas. "E quanto à minha cueca para transa? Acha que vou precisar delas escondida?"

"O… O cara francês estava usando, tipo, um boné e um moletom?" Morty parecia ainda mais pálido do que o normal, uma conquista para um homem cujo tom de pele normal era comparável a um cadáver afogado.

Iris congelou enquanto redobrava seu conjunto de sutiã e calcinha mais sexy. "Sim. Como você sabia?"

"Eu acho que conheço eles. Mais pela reputação do que pessoalmente. Suas famílias têm negócios com meu pai."

"O que, tipo…" Iris gesticulou vagamente para baixo.

"Não. Bem, talvez. Mas estou falando sobre negócios humanos. Ele é… Um especialista em importação e exportação."

"Contrabandista."

"Sim, obrigado Gwen, adoro quando você revela os segredos mortais da minha família por todo canto. Você não assinou o NDA no Dia de Ação de Graças? Tanto faz, não importa. O Francês é Alphonse Cartier. Aparentado aos Carters. Como em Marshall, Carter e Dark." Iris e Gwen olharam fixamente para ele. "Oh, certo, não, vocês não saberiam, não é. Iris é pobre-" Gwe deu uma cotovelada brusca nele. "Uh, classe trabalhadora? Baixo status socioeconômico? Não podre de rico? E Gwen, você é o tipo errado de nobreza e o tipo errado de rico, você tem, tipo, moral e essas merdas."

"Você vai chegar ao ponto logo?" É melhor levar a roupa íntima sexy. Apenas no caso de ela conhecer algum agente gatão da UIU interpretado por uma jovem Gillian Anderson e tivesse que seduzi-lo para escapar da custódia.

"Marshall, Carter e Dark são… Um clube de cavalheiros, eu acho. Uh, não como um clube de strip. Tipo um lugar onde um bando de caras velhos vão para fumar charutos e beber uísque e reclamar de suas esposas. Ou eles eram, no passado, mas agora eles também são uma casa de leilões, uma corretora e um intermediário para todos os tipos de merdas estranhas. Muito dinheiro, muito poder, muitas conexões."

"Bem, fodeu." Estoque de erva, cheque. (Ele estava em uma cópia oca de Atlas Shrugged, presente da Gwen para o mordaça natalina do ano passado.) Hormônios, cheque. (Estrogênio, progesterona, espironolactona. Ela os comprava na Clínica Gratuita Maxwellista na Turing Street desde o colégio.) "O que eles querem comigo? Skitter, o cara do Marshall, disse que tinha uma 'proposta de negócios' pra mim, mas eu achei que fosse apenas ele tentando me colocar no carro."

"Sim, provavelmente. Oh, aqui está o carregador do seu laptop, tive de pegá-lo emprestado, o meu meio que explodiu." Gwen o jogou. "Então, você sabe para onde vai? Se você quiser ficar na casa dos meus pais, eu poderia chamar a Guarda Real, fazer com que eles fiquem de olho."

"Gwen, eu aprecio a oferta, mas não tenho certeza do que um bando de duendes montados em corgis armados com alabardas cerimoniais—"

"Glaives! Não alabardas!"

"Armados com glaives cerimoniais vai fazer contra pessoas que presumivelmente podem contratar o empreiteiro militar privado de sua escolha." Iris enfiou um último livro de bolso lixo na sacola e fechou o zíper. "E Morty, antes que você ofereça, eu prefiro não me esconder em nenhum lugar tartárico, abissal, infernal ou que seja infernal de outro jeito."

"Na verdade, eu ia dizer—"

"Nova Jersey conta como 'infernal de outro jeito'."

"Até Atlantic City?"

"Especialmente Atlantic City. Nah, acho que vou pedir ajuda a Alliott."

"Alliott Chao?" Gwen parecia confusa. "A estilista? Capitã do pior time de dérbi da cidade?"

"Espera um pouco, eu conheço uma Alliott Chao, mas ela é…" Morty fez uma pausa, tentando sem sucesso encontrar um eufemismo. "Certo, ela é uma traficante de armas. E uma estilista, mas eu acho que isso é uma fachada, a menos que seja o contrário."

"Sim, mesma mulher." Uma última olhada ao redor da sala revelou o carregador para seus fones de ouvido e seu passaporte americano, que geralmente era menos útil do que o britânico, mas ela provavelmente deveria trazer só para ter certeza. "Ela tem camadas."

"Tipo um—"

"Morty, eu juro por Lugh, se você citar Shrek na cama eu vou te algemar na cabeceira da cama e…" Gwen parou, olhando sem jeito para Iris. "Desculpe, desculpe, informação demais."

"E com isso, vou sair. Me avisem se vocês ouvirem algo útil." Iris fez uma pausa, na metade do caminho para fora da porta. "Ei, então, o negócio da presidência é uma coisa de sexo para vocês? Seja lá quem estiver ganhando fica no topo? 'Oh, Sr. Presidente, fui uma sidicionistazinha má e preciso ser punida'?"

Gwen ficou vermelha como uma beterraba, mas Mordecai apenas sorriu. "Não seja ridícula, Iris. Eu só fico mais em baixo quando eu sou presidente."


O ponto de TrêsPortos da Kemonomimi Zaibatsu era uma boutique deslumbrante perto da Prometheus Plaza, abastecida com o que havia de mais moderno na moda cibernética transhumanista. Era totalmente honesto, os nerds locais adoravam ele e Alliot Chao não seria pego morta a curta distância. Normalmente, quando ela estava em Portlands, Alliot preferia passar o tempo no Kallisti, o clube que ela provavelmente era dona considerando o nome e sua filiação religiosa; mas hoje era uma sexta-feira, então só havia um lugar onde ela poderia estar.

"MANDAMENTO TRÊS! Um discordiano deve durante sua Iluminação inicial Sair Sozinho e Comer com Alegria um Cachorro-Quente em uma Sexta-Feira!"

O melhor carrinho de cachorro-quente de Três Portlands pertencia a um islandês de meia-idade chamado Harry (abreviação de Haraldr).

"Esta Cerimônia Devotiva para Protestar Contra os Paganismos Populares da Época!"

Ele vendia cachorros-quentes há quase vinte anos e era cercado por uma multidão crescendo de discordianos toda sexta-feira por 17 deles.

"Do judaísmo, nada de carne de porco! Do hinduísmo, nada de carne de vaca!"

Tecnicamente falando, os cachorros-quentes de Harry eram 100% cordeiro; eles eram certificados tanto kosher quanto halal, e eram populares entre Portlandinos de várias religiões.

"Da cristandade católica, nenhuma carne na sexta-feira! Do budismo, nenhuma carne de qualquer animal!"

Ele também tinha cachorros-quentes de tofu. Toda sexta, ele tentava explicar essas coisas para o lunático que estivesse fazendo o discurso, mas ele nunca ouvia.

"E do discordianismo! Nada de comer pãezinhos de cachorro-quente!"

Eles o pegaram nessa, no entanto. Ele não daria a ninguém um cachorro-quente sem pão. Sem glúten, orgânico, caipira, seja lá qual tipo de pão você precisasse, ele dava para você. Mas não um cachorro-quente pelado. Isso era simplesmente obsceno.

"MANDAMENTO QUATRO! Um discordiano deve Participar do Sem Pães de Cachorro-Quente, pois Tal foi o Consolo de Nossa Deusa quando Ela foi Confrontada com O Esnobe Original!"

Alliott era o seu pregador de sexta-feira favorito. Ela realmente conseguia acertar com aquelas letras maiúsculas. O garoto dos Cervos, aquele com chapéu de papa, sempre se esquecia de algumas.

"E MANDAMENTO CINCO! Um discordiano é Proibido de Acreditar no que lê."

E as gorjetas! Deuses, Alliott dava uma boa gorjeta. Nem sempre foi fácil gastar—criptomoedas não haviam sido lançadas ainda, Krugerrands de ouro, um 'eu te devo uma' do Reitor da CIETU—mas sempre havia muito disso. Harry tinha quase certeza de que a educação universitária de seus filhos fora financiada exclusivamente pelas gorjetas daquela mulher.

"ESTÁ ASSIM ESCRITO! ASSIM SEJA. SAÚDE DISCORDIA! VIOLADORES SERÃO TRANSGRESSICADOS."

Um aplauso final de "Louvada seja Eris!" da multidão, e todos ficaram em silêncio enquanto comiam seus cachorros-quentes. Depois de vender mais alguns para atrasados, Harry ligou seu pequeno motor elétrico e foi embora; havia uma festa da fraternidade na CIETU hoje à noite e ele queria se instalar no gramado antes que as coisas ficassem turbulentas.

"Ei, Alliott?" Iris havia estacionado sua moto contra uma árvore, a sacola ainda na parte de trás. Ela podia cuidar de si. "Tem um minuto?"

"Ei! Iris!" A boca de Alliott estava meio cheia de cachorro-quente; ela tinha outro em cada mão. "Você conseguiu um? Eu acho que Harry acabou de sair, mas ele me deu um extra hoje."

"Oh, uh, obrigada, claro." Iris deu uma mordida na salsicha oferecida. Era um maldito cachorro-quente muito bom. "Esse é um maldito cachorro-quente muito bom."

"Harry merece uma maldita estrela Michelin, eu juro." Seu cachorro-quente parou a meio caminho de sua boca. "Ei! Eu reconheço essa camisa! Bom trabalho, Stella é gostosa pra caralho."

Iris olhou para o soquinho oferecido. "Uh." Compreensão bateu nela, lenta mais certamente. "Oh! Uh. Não. Roubei isso de um ventilador de teto esta manhã. E ela não é o meu tipo. Tem aquila energia 'super-submissa-mas-terrível-em-ser-submissa. Muita digitação e pontos-três e selfies em coleiras de aparência barata."

"Hmm. Você provavelmente está certa." Alliott terminou seu cachorro-quente e jogou o barquinho de papel em uma lata de lixo. "Então… Por que você veio à Sexta do Cachorro-Quente? Algo aconteceu na pós-festa que eu preciso saber?"

"Oh! Certo. Não. Não é coisa de dérbi." Iris olhou ao redor nervosamente e decidiu que a multidão de discordianos provavelmente estava, em média, chapada demais para se importar. "Eu preciso de um lugar para me esconder por… Um tempo? Alguém tentou me sequestrar."

Alliott passou de guru discordiano tranquilo a criminoso chutador de traseiro em um piscar de olhos. Era igualmente aterrorizante e excitante. Bem, se Iris estava sendo honesta consigo mesmo, era mais como uma proporção de três para um de excitante para aterrorizante. "Quem?"

"Uh. Morty, uh, Mordecai Diabolus, Cria do Sombrio, Presidente Vitalício do Corpo Estudantil dos Cervos—"

"Ok, se outro Cervadoriano tentou sequestrar você, você não deveria ir pra polícia do campus? Tipo, se você não quiser fazer isso, eu te ajudo, mas a Segurança Comunitária dos Cervos me assusta pra cacete, eu não posso acreditar que eles teriam um problema com um anticristo de terceira categoria."

"Não, não, você não me deixou terminar. Morty, que é o… Namorado da minha colega de quarto? Definitivamente mais do que um companheiro de foda, mas eles estão mantendo seu relacionamento em segredo porque seria um escândalo político em tipo, três ou quatro maneiras, então eu provavelmente não deveria ter dito isso a você, e é definitivamente algo do tipo semi-submissivo mas eu não sei se é assim que eles gostam de fazer sexo ou se eles—"

"Iris. Fique comigo. Respire fundo."

"Desculpe. Dia estressante." Ela se concentra em sua respiração por alguns segundos e continua. "Morty disse que provavelmente foi a Marshall, Carter e Dark."

"Oh. Sim."Alliott não parecia surpresa ou particularmente preocupada. Isso, por si só, era bastante surpreendente e preocupante. "Isso… Faz muito sentido, na verdade."

"Mas que caralhos."

"Eu te conto lá em casa. Vamos, pegue sua moto, eu tenho um atalho."


Enquanto isso, um universo acima e três horas a nordeste, dois jovens estavam diante de uma velha porta de carvalho. Esta não tinha ligações rúnicas, nem canais para sangue sacrificial, nem fechaduras feitas de ferro meteórico pelos sábios de eras atrás; mas para esses jovens, o que havia por trás dessa porta era mais assustador do que o que quer que pudesse estar escondido atrás daquela outra porta, seis andares abaixo de seus pés.

"Eu não acredito que você a deixou escapar," disse o primeiro. Ele era baixo e rechonchudo, e usava um terno xadrez verde e dourado, sua gravata estava estampada com a foto de uma mulher de desenho animado anatomicamente improvável, com os olhos revirando e a boca aberta em êxtase sexual.

O segundo era alto e magro; seu moletom era camuflagem rosa e seu boné o proclamava a Melhor Avó do Mundo. Com um sotaque francês, ele disse, "Não fui eu que a tive à minha mercê e fodeu tudo."

"Ela transformou o braço dela em uma espada flamejante! Como eu deveria reagir àquilo?" O baixinho passou a mão pelo cabelo coberto de gel e olhou para o companheiro. "Eu pensei que ela deveria ser uma estudante universitária normal, não algum tipo de ninja de patins."

"Você fez alguma pesquisa? A Cervos é uma faculdade de bruxos. É tipo a CIETU, mas para pessoas que sabem o que é pós-modernismo."

"Tanto faz. Vamos acabar com isso, sim?"

"Oui."

Eles deram um passo à frente e cada um girou uma das maçanetas de latão polido. As portas se abriram, revelando um escritório bem equipado; os olhos dos homens se encontraram, mas antes que pudessem acenar com a cabeça um para o outro dramaticamente, a voz de um velho ecoou de dentro.

"Não temos o dia todo. Entrem aqui, já."

Os jovens entraram correndo e se sentaram em um par de cadeiras de metal horrivelmente caras, criadas especificamente para este escritório por um designer finlandês careca com três PhDs e uma esposa vinte anos mais nova. (As cadeiras eram incrivelmente desconfortáveis; isso era uma característica, não uma falha.) As cadeiras estavam posicionadas em frente a duas mesas enormes, que haviam sido feitas há alguns séculos em uma oficina de Istambul dirigida por eunucos cegos; cada uma estava monogramada, a esquerda com um "M" e a direita com um "C". Atrás das mesas, é claro, sentavam-se Marshall e Carter, o primeiro gordo e vermelho, o último pálido e magro.

Assim que os visitantes se sentaram, Carter falou, com veneno em sua voz. "Eu quero saber exatamente o que deu errado com a sua recuperação da garota Black. Não omitam nada." Quando ninguém respondeu, ele disse, "Chrysophilus. Você primeiro."

Skitter Marshall ajustou nervosamente sua gravata de anime de mau gosto. "Bem, uh, nós lhe enviamos um e-mail com—"

Ele foi interrompido pelo Marshall velho. "Sim, nós lemos o e-mail, garoto! E agora estamos pedindo para você repetir o que estava no e-mail! O que é tão difícil de compreender?"

"Certo! Certo. Bem, ela - uh, Iris Black - saiu da Via exatamente onde nosso informante disse que ela iria…"


"… E então o garoto Cartier bateu sua máquina horrível em um caminhão, e eles a perderam." Amos Marshall enxugou o suor da testa de um lenço. "Sua neta é incrível, Percival. Eu estou quase desapontado que os rapazes terão que, ah, desmontá-la."

Percival Dark levantou uma sobrancelha. "Realmente é." Um sorriso fino rastejou em seus lábios, onde empoleirou-se sem mudar o resto de seu rosto. "Eu tenho certeza de que vou gostar de ser ela, quando chegar a hora."

"Bem certo, meu velho, bem certo." Rupert Carter olhou nervosamente para Marshal. Eles haviam sorteado antes de entrar. Ele não queria fazer a pergunta. "Ah. Vai ser uma boa mudança, depois de tanto milênios. Hum."

"Bertie, eu sei que você quer me perguntar algo. Diga logo."

"Bem. Você vê." Carter olhava para os próprios pés, sentindo uma emoção que ele não sentia desde que fora chamado ao escritório do diretor para consertar jogos de rúgbi na escola primária. "Só não tenho certeza… Como eles vão…" Ele suspirou. "Nós tivemos que cortar suas bolas, Percy, está no ritual. Eles não podem simplesmente usar os ovários em vez disso."

O sorriso de Percival Dark estava cheio de veneno. "Você sabe que eu não posso mentir para você, então confie em mim quando eu digo que ela preenche os requisitos. E, se eu puder fazer uma sugestão? Por favor, siga os tempos." Ele parou apenas por tempo suficiente para Carter abrir a boca. "Isso é tudo."

"Mas—"

A sala escureceu. "Eu disse que isso é tudo."

"Certo! Sim. Nós vamos mantê-lo atualizado." Marshall e Carter saíram correndo; e, ao fazê-lo, o sorriso de Dark finalmente alcançou seus olhos.

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