SCP-097-PT - O violeiro macabro
Iten n°: SCP-097-PT
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Classificação: euclídeo.
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Nível de ameaça: ● Roxo
Procedimentos especiais de contenção: A contenção do SCP-097-PT deve ser feita em um cômodo isolado acusticamente de 20 x 20 x 20 metros em paredes de concreto e madeira no sítio PT2, o quarto também deve ter espaços para enviar e receber cartas, pois é a única forma que o espécime pode se comunicar.
O cômodo deve ser decorado com móveis feitos de cedro, necessitando especificamente de uma mesa com o tamanho mínimo de 2 metros, três bancos, uma cama de solteiro e pequenos objetos a pedido do espécime.
O cômodo também deve estar sempre vedado, para caso ocorra uma tentativa de quebra de contenção o quarto poder ser alagado mais facilmente, dando um tempo de 2 a 4 horas para os funcionários agirem.
Não é permitido a entrada de ninguém sem autorização, não é permitido a entrada de mais de 2 pessoas simultâneas, não é permitido levar nenhum objeto do cômodo, não é permitido a entrada com gravadores ou câmeras, não é permitido tocar no espécime e quando o sujeito sair deve ficar em quarentena, passar por um psicólogo e ficar em observação por um mês
Descrição: O SCP-097-PT consiste em um ser humanoide de 2,42 metros com o peso desconhecido, que tem um crânio com chifres sem a mandíbula como cabeça. O espécime está sempre com um violão em mãos e segue uma rotina diária específica, dormindo durante o dia, acordando as 21:00 e tocando seu violão até as 00:00, após isso ficará acordado até as 7:00 da manhã analisando o violão, parado em um canto ou na cama pensando.
O espécime nunca foi analisado de perto profissionalmente, pois todos os sujeitos que o viram ou escutaram vieram a falecer horas depois, sua música pode ter efeitos positivos em pessoas com deficiências ou perdas auditivas trazendo de volta uma parcela de sua audição e com muito tempo de exposição pode trazer a audição totalmente de volta, mesmo com o efeito durando pouco tempo e causando a morte do sujeito.
As pessoas que viram o espécime, relatam que ele é bastante gentil e que gosta de tratar bem seus visitantes, mesmo que desperte muito medo. Depois de 20 a 40 minutos ele tocará músicas que aos poucos leva-os a cometer homicídios, suicídios ou ficarem insanos, esquizofrênicos ou com problemas mentais.
Todas as fotos tiradas do espécime ficaram borradas ou embaçadas a ponto de não dar pra ver quase nada, desenhos dele foram finalizados duas vezes e um dos desenhos foram queimados por ordem de ████ ███████.
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[DADOS EXPURGADOS]
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O espécime se tornará agressivo caso algum sujeito quebre seu violão, e se, em alguma hipótese isso acontecer, ele gritará, as chamas negras de seu corpo aumentarão e ele usará suas garras para trucidar a pessoa que quebrou seu violão, após isso ele ficará parado com seu violão tentando arrumá-lo, até que alguém lhe dê outro ou que ele arrume o violão antigo, se enquanto ele estiver sem o violão alguém se aproximar o espécime atacará o sujeito até ele se afastar.
Ele tem preferência por músicas mais antigas, como as de velho oeste, do cangaço e demasiadas músicas europeias, sem possuir muito conhecimento de músicas asiáticas e podendo aprender qualquer música sem muita dificuldade.
Mesmo incapaz de falar, o espécime é fluente em Inglês, português, francês, grego, ██████ e espanhol, podendo se comunicar por cartas e mentalmente em raros casos como o do Dr. Viníccius ██████, que pôde escutar as vozes do SCP-097-PT durante o anoitecer, mas isso durou pouco, pois três dias depois o Dr. Viníccius arriscou entrar no quarto do violeiro, teve uma conversa com ele, mas acabou não a relatando, pois ficou insano e tentou matar o espécime, que destruiu a garganta do Dr. ██████ com apenas um movimento.
A resistência do SCP-097-PT é impressionante, sendo resistente a tiros e explosões, resistente ao fogo, facadas e cortes tendo uma certa fraqueza apenas por água que em pequenas quantidades não o faz mal, porém se o espécime for mergulhado em água, ele ficará paralisado de 2 a 4 horas e depois disso fará de tudo para sair da água.
O espécime existe a mais de ███ anos, toca baixo, viola, ukulele, cravo, harpa e especialmente guitarra e violão, o violeiro diz ter começado a tocar instrumentos 23 anos depois que ██████, que não pode dizer o que realmente é e que antigamente ele podia cantar.
O porque da música do espécime causar certos efeitos é desconhecido, sendo a causa deles do espécime e não do violão, o que torna as coisas confusas, pois os efeitos podem ser causados por gravações.
O crânio do espécime apresenta características ██████ do século ██ ██, de acordo com o espécime, seu corpo já foi humano, mas aos poucos foi se perdendo e se tornando do jeito que é hoje, sendo o crânio a última parte de seu corpo original.
Descoberta: Os boatos sobre o espécime existiam desde 19██, porém apenas em 20██ quando o espécime causou a morte de ███ pessoas em ███ █████ no interior de MG que a fundação percebeu sua existência e enviou a força-tarefa móvel 06–X–Foice para capturá-lo sob o comando de █████████ ██ █████, porém metade do esquadrão acabou enlouquecendo e se matando enquanto a outra metade recuou até poderem ter suporte e entender melhor o espécime, que se entregou por vontade própria 2 horas após do recuo do esquadrão.
Enquanto era transportado para o sítio PT██, o espécime conseguiu acesso ao seu violão que foi dado pelo agente ███████ ██████, que se suicidou com seu revólver 20 minutos depois.
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Estudo feito por:Dr. Valdecir ██████
Entrevistas
Entrevista nº1: entrevista com a Sarg. Walderez ██████ sobre a captura do SCP-097-PT
Entrevistador: Dr. Valdecir
Entrevistada: Sarg. ██████
<Início de registro>
Dr. Valdecir: Então sargento, preciso que me conte exatamente o que aconteceu no dia 28 de Abril de 20██ na captura do SCP-097-PT, ou o violeiro macabro, como vocês gostam de chamar.
Sarg. ██████: Ah… Sim, eu me lembro perfeitamente deste dia, chegamos no lugar e havia muitos moradores no local que queriam saber o que estava lá em cima, então foi decidido que 4 agentes iam ficar acalmando e segurando os moradores lá em baixo sob minha liderança enquanto os outros subiam. Nós ficamos lá em baixo, conversamos com os moradores e colocamos uma van no caminho da subida pra impedir os moradores de passar, foi ai que começamos a escutar uma música sendo tocada na cabana lá em cima…
Dr. Valdecir: Desculpe interrompê-la sargento, mas a senhora poderia me dizer qual música era?
Sarg. ██████: Hm.. Não tenho certeza, mas acho que era █████ ████ █████ █████.
Dr. Valdecir: Hahaha, irônico não?
Sarg. ██████: Sim…(a sargento olha para o chão pensativa) Continuando, uns 3 minutos depois da música começar, foram ouvidos disparos e gritos, sem a música parar, os barulhos desesperaram os moradores que foram rapidamente para suas casas.
Depois de uns 3 minutos dos disparos começarem, apareceram 12 agentes do meio do mato desesperados, 3 deles estavam feridos por fogo amigo e 1 deles estava descontrolado, o mesmo se suicidou 1 hora depois. Uma barricada foi feita na saída do morro e foi pedido suporte para a área ████, que chegou 20 minutos depois, 40 minutos depois do suporte chegar, o violeiro desceu o morro com seu violão nas costas, então foi ordenado que nós atirássemos nele…
Dr. Valdecir: Espere, quem deu a ordem para atirar?
Sarg. ██████: Foi o ███. ███████.
Dr. Valdecir: E por que ele deu essa ordem?
Sarg. ██████: Eu acho que foi por medo, não sei… Todos estávamos sem entender a situação. Mas continuando, depois que atiraram nele nada aconteceu, foi ai que o Ten. ██ █████ deu a ordem para pararem de atirar e pegarem ele vivo, ordem que foi dita e feita, o violeiro foi levado em segurança para o sítio PT█.
Dr. Valdecir: Você poderia me descrever o SCP-097-PT?
Sarg. ██████: (Coloca uma de suas mãos na testa e a passa pelo rosto) Éeer… Eu não consigo me lembrar… A única coisa que me lembro dele é de uma caveira com uns chifres (a sargento encara a mesa pensativa)
Dr. Valdecir: Não precisa se esforçar tanto sargento, a senhora já nos ajudou o suficiente.
Bom, acho que acabamos por aqui.
<fim de registro>
Entrevista nº2: sujeito D-0137 que foi exposto ao espécime por 20 minutos.
Entrevistador: Dr. Valdecir
Entrevistado: D-0137 “Carlos”
<Início de registro>
Dr. Valdecir: Bom, começamos a gravar, D-0137, peço que nos conte sobre sua experiência com o espécime 097-PT.
D-0137: De novo essa merda, mas vocês me prometeram que iam me deixar sair, bom, foi horrível… Mas ao mesmo tempo mágico! Vocês tem um deus guardado aqui, deveriam soltar ele e deixa esse zé livre por ai, o mundo ia ser bem melhor.
Dr. Valdecir: Por que foi maravilhoso? Você havia me dito que se sentiu preso enquanto estava com ele, por que considerá-lo um deus?
D-0137: Porque doutor… Porque ele realmente se parece com um… Usando apenas sons ele me prendeu, me controlou, ele me usou e conseguiu até mesmo me fazer duvidar de quem eu sou, ocê consegue imaginar isso?
Dr. Valdecir: Bom… Mas se você diz isso, por que descreves a experiência como “maravilhosa”?
D-0137: Porque no final tudo se torna maravilhoso, quando ele para de fazer macumba, ocê percebe como é livre, pode ficar numa lombra (ficar drogado), como tu pode criar uma vida, ocê pode fazer o que quiser macho!
Dr. Valdecir: Isso inclui tentar atacar um psicólogo com uma caneta? Inclui também tentar pegar a arma de um agente?
D-0137: Aquela loira… Ela tava me bizoiando demais, eu pedi pra ela parar com as perguntas, mas ele continuou falando, continuou me bizoiando! Tu acha que eu ia deixar barato? Cravei o canetão no pescocin dela, nem deve ter sentido nada.
E aquele cabra… Ele ia me matar! Foi legitima defesa!
Dr. Valdecir: Bom, não sou eu quem vou decidir isso, me descreva o espécime por favor.
D-0137: O bicho era grande, com uns dedão, não consigo me lembrar muito, mas de uma coisa eu me lembro com certeza, o bicho era o exu! O corpo todo preto, um caveirão e uns chifre na cabeça e um violão preto mais lindo que já vi.
Dr. Valdecir: qual era a altura dele mais ou menos? Saberia me dizer?
D-0137: Bixo… uns dois metros e meio no mínimo
Dr. Valdecir: Entendi… Muito obrigado pela cooperação D-0137, terminamos por aqui.
D-0137: ESPER…
<Fim do registro>
Entrevista: Versão digitalizada, entrevista com SCP-097-PT, destaques, 25/08/20██
Entrevistador: Dr. Valdecir.
Entrevistado: SCP-097-PT “Violeiro Macabro”
<Início do registro>
Dr. Valdecir: Boa noite SCP-097-PT, eu sou o Dr.Valdecir ██████, estou estudando você e tentando te entender melhor, já que não posso entrar na sua sala e muito menos te escutar, decidi te enviar esta carta com a esperança de que tenha uma resposta, se o senhor responder, eu desejaria saber se poderia fazer algumas peguntas sobre o senhor.
SCP-097-PT: Boa noite Doutor!! Finalmente uma carta, eu entendo a preocupação de vossa mercê em entrar aqui, mas espero que com seus estudos entenda o porque disso acontecer e, respondendo sua pergunta, pode fazer quantas perguntas quiser ai verei se posso ou não responde-la.
Dr. Valdecir: Muito obrigado! Para começar: qual o seu nome? De onde vens? O que és?
SCP-097-PT: Começando com perguntas mais complicadas não é mesmo? Bom eu sei que vocês estão me chamando de violeiro macabro, atualmente só “violeiro" está bem.
Bom, respondendo a tua segunda pergunta: eu venho de onde tudo e todo viemos.
O que sou é mais complicado, creio que eu também não saiba, inicialmente achei que era uma entidade, mas depois descobri que não havia nascido assim, havia perdido minha memória, mas resumindo: Eu já fui como você ou como qualquer outro.
Dr. Valdecir: Entendo… Mas continuando: O que é/ de quem é este crânio que você tem? Por que violão?
SCP-097-PT: Bom, o crânio é apenas um reflexo de quem sou, ou o que era, não sei dizer ao certo, meu corpo foi se “perdendo” aos poucos até se tornar o que é hoje, a última parte que perdi foi minha mandíbula e foi ai que eu parei de cantar, e também, acho que não vou perder este crânio.
Por que o violão? Porque é um instrumento primordial, faz quase todas as notas, serve de base para começar a música, serve para ser usado de forma profissional, entre muitas outras coisas.
Dr. Valdecir: Por que sua música causa estes efeitos? Como podemos evitá-los? Como você faz isso?
SCP-097-PT: Bom, estas perguntas eu não posso responder, algumas porque eu também não sei e outras porque não quero, também que, está ficando tarde doutor, vou me deitar, uma boa noite para o senhor.
Dr. Valdecir: Compreendo Violeiro, até um outro dia e boa noite.
<Fim do registro>
Experimentos
Experimento nº1: exposição do sujeito D-0098 ao espécime.
10 minutos: O espécime e o sujeito estão se interagindo.
15 minutos: Espécime ofereceu café ao sujeito, que recusou duas vezes.
20 minutos: Espécime pegou seu violão e começou a tocar alguma música.
25 minutos: Sujeito está batendo desesperadamente na porta pedindo para sair.
30 minutos: Sujeito atacou o violão do espécime que enfiou a mão no peito do sujeito, logo após isso largou ele sangrando no chão e foi arrumar seu violão.
35 minutos: O sujeito Sangrou até a morte e o espécime se sentou na cama tocando seu violão.
40 minutos: Espécime não reagiu a retirada do sujeito da sala.
Autópsia: O coração do espécime foi esmagado, suas costelas foram destruídas, seu corpo perdeu os movimentos no momento do golpe, após isso ele ficou vivo durante 3 minutos sangrando sem conseguir se mexer.
Experimento nº4: Exposição de 5 sujeitos ao espécime.
10 minutos: Os sujeitos estão assustados com o espécime e aparentemente o chamam de “Violeiro macabro”.
20 minutos: O espécime começou a tocar seu violão e aparentemente deixou os sujeitos impressionados.
30 minutos: Um dos sujeitos pegou a cadeira e arremessou no espécime, que não esbanjou reação.
32 minutos: Um dos sujeitos se descontrolou, outros 3 o seguraram enquanto 1 atacou o espécime e acabou queimando sua mão.
35 minutos: Um dos sujeitos usou uma cadeira para quebrar o próprio pescoço e os outros 4 sujeitos começaram a brigar.
48 minutos: Sobrou apenas um sujeito, um que matou todos os outros, ele está encarando o espécime.
56 minutos: O último sujeito sofreu um ataque cárdiaco
Autópsia: Além das mortes causadas pelas brigas, o último sujeito estava com um nível de sangue absurdamente baixo.
Experimento nº9: Exposição de outros instrumentos ao espécime.
Baixo: O espécime tocou o baixo com maestria, conseguiu completar 4 músicas e identificar 3.
Ukulele: O espécime tocou com um nível intermediário, conseguiu completar 2 músicas e identificar 5.
Piano: O Espécime tocou o piano com maestria, mas tocou como se fosse cravo, completou 6 músicas e identificou 23.
Bateria: O espécime tocou bateria com um nível básico, completou apenas 1 música e identificou 3
Flauta: O espécime tocou com um nível intermediário, completou 4 músicas e identificou 6.
Viola: O espécime tocou com um nível intermediário.
Violino: O espécime tocou com maestria total, completou 14 músicas e identificou 32.
Adendo: Os efeitos que são causados no violão também são causados em outros instrumentos, exceto na bateria e no ukulele, que são os instrumentos que o espécime menos gosta.