Money3

A lua brilhava e as estrelas cintilavam no céu. Era noite profunda, mas o céu iluminado não assegurava escuridão. O deserto rochoso estava parado e frio, como sempre foi e sempre será.

Havia poucas coisas vivas por essas bandas, mas qualquer nativo ou fora-da-lei que se afastasse da civilização poderia se encontrar na Goela do Lurch — um grupo de edifícios dilapidados e casca-grossa mais conhecido por ter a sétima melhor destilaria de gin do estado.

As únicas luzes acesas eram para o salão local e a loja de balas.

A algumas centenas de metros de distância, perto de uma mesquita moribunda, alguém apareceu na existência.

Júnior ofegava como se tivesse quase se afogado.

"Ah, é. Esqueci que era a primeira vez que você cruza. Não se preocupe com os efeitos colaterais, você vai se acostumar com isso ao longo do tempo," disse Duchamps no ouvido de Júnior enquanto ele ofegava.

"Onde estou?" resmungou ele com uma voz rouca enquanto observava o ambiente.

"Em outro mundo, obviamente. Você esqueceu o nome do Departamento? É Assuntos Extraversais. Você é bem inteligente, não é?… De qualquer forma, absorva tudo mais tarde, parece que o ladrão está por aquela cidade à sua frente."

O pesquisador júnior ergueu a vista e viu a luz fraca da cidade à sua frente.


Júnior sentia-se nervoso. Ele parou na frente da taverna e leu a placa crivada de balas acima da varanda rangente.

"Salão Número 99," dizia ela.

Sem prestar atenção, o pesquisador júnior invadiu a sala. Ele se deparou com uma cabine que parecia estar mais ou menos equipada como uma sala de bar.

Alguns homens fumavam charutos olhando para as pistolas uns dos outros. Um homem musculoso passava a mão em sua barba maltrapilha com uma mão e fumava um cachimbo com a outra.

Duas mesas à direita estavam no meio de um jogo de cartas. O carteador estava suando, ele havia sido instruído pelo dono de que não haveria vencedores esta noite. No canto, uma mesa com alguns nativos amontoados sussurrando um plano para sequestrar o novo xerife.

A névoa de fumaça de charuto espalhava a luz das velas o suficiente para evitar que o novato anacrônico chamasse muita atenção.

Ele foi na ponta dos pés até o banco do bar e sentou-se em um banquinho forrado de couro. O barman tinha um corpo esguio com um bigode grosso. Ele olhou para o pesquisador júnior com uma carranca.

"Olá senhor, desculpe o incômodo. Neste momento, estou procurando por uma pequena criatura. Pode parecer loucura, mas ela parece um goblin. Ela tem um saco grande e pode ter vindo aqui para roubar alguma coisa," balbuciava Júnior, aos poucos percebendo que o rosto do barman não mudava. Sua voz diminuiu em volume.

"O que você gostaria?" latiu o barman com uma voz grave cheia de catarro.

"Não, sem bebidas. Estou procurando alguém agora." sinalizou Júnior com urgência,

"Ô Henry! Dê ao garoto da cidade um pouco de vinho de cacto. Temos que fazê-lo se sentir em casa." Uma voz do outro lado do Salão ressoou. A maioria dos clientes se virou.

Eles viram o rosto do delegado da cidade — Delegado McMahon. Ele tinha as mãos enfiadas na fivela do cinto e usava um casaco de couro marrom com franjas.

"Eu ouvi sua pergunta, meu rapaz. Por aqui, não recebemos muitos visitantes. Muitas vezes eles não entendem nosso modo de vida. A informação é lenta em Sonora, então custa um pouco. Mas isso não deve ser problema para você." O delegado olhou para o jaleco branco e limpo do Júnior e o chapéu bizarro.

"Chapeuzinho engraçado que você tem, você é da Louisiana?" ele olhou de soslaio.

"Hum, sou de Seattle," disse Júnior.

"Hã! Nunca ouvi falar… Bem, pela bebida e pela informação, deve custar apenas 10 dólares."

Risadinhas surgiram da periferia da sala.

"Ou podemos jogar um pequeno jogo de cartas comigo e alguns desses." O barman bateu um copo de líquido turvo na mesa. O braço do delegado deslizou pelo cinto em direção ao coldre.

"Ei, isso parece divertido! Vai lá! Talvez o ladrão apareça ou algo assim" disse Duchamps.

"Beleza, vou jogar," disse Júnior enquanto tomava um gole de sua bebida.


"Eu não consigo acreditar que você foi contratado! Na próxima, me escute e jogue o Valete," disse Duchamp ironicamente.

Havia quatro jogadores sentados ao redor de uma mesa. Um era o delegado que tinha um sorriso grande. Ouro era um mexicano com uma cicatriz no rosto. Ao lado dele estava um velho maluco que dizia a todos que ele era o Lurch da Goela do Lurch. E finalmente, claro, o Júnior.

Ele estava perdendo 25 dólares e estava se preparando para aumentar a aposta novamente.

"Pare! Eu vivo insistindo para você sair correndo daí. Você não vai ganhar nada de volta, idiota!" suplicou Duchamps.

"Ei garoto, é melhor você ter algumas moedas de ouro nesses seus bolsos," aplaudiu o delegado.

Alguns dos homens próximos começaram a rir. Abruptamente, um tiro soou.

"Cristo amado! Esse é o maior rato que eu já vi," gritou uma voz do outro lado do salão.

Mais tiros ecoaram.

"Mata ele, ele está subindo pelas paredes!" gritou um dos pistoleiros.

"Idiota, não mire em mim!" gritou outro.

"Parece que nosso amigo pode estar causando alguns problemas," disse Duchamp.

Júnior se levantou, mas antes que pudesse ir longe, o delegado agarrou seu braço. O caos no salão cresceu.

"Não pense que você pode sair sem pagar," ele rosnou enquanto apontava sua arma para o torso de Júnior.

Enquanto falava, o ladrão correu pelo teto evitando balas. Antes que o delegado pudesse dizer mais alguma coisa, o ladrão se deixou cair e pegou a arma do delegado.

Ele jogou a arma em sua mochila enquanto corria em direção ao banco do bar.

"Que diabos é aquilo Guardas, metam chumbo no cachorro do garoto da cidade!" ordenou o delegado.

O goblin ladrão riu ao se deparar com o vinho de cacto e bebeu tudo antes de quebrar o copo. Júnior correu em direção e ele. Ele demorou demais.

O ladrão juntou três copos para formar um ponto interceptado por três planos e entrou nele.

O delegado, o barman, o mexicano, o velho e os nativos, todos estavam com as armas apontadas para Júnior.

"Hmm… bem, podemos tentar de novo," disse Duchamp com entusiasmo enquanto o delegado caminhava em direção a Júnior.

Assim que o delegado lançou o soco, Júnior desapareceu.

Seguir o Júnior?

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