Money4

RING!

"ESTE É O SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE EMERGÊNCIA."

RING!

Alarmes altos gritavam para ruas vazias.

"A SEGUINTE MENSAGEM É TRANSMITIDA EM NOME DA AGÊNCIA DE PROTEÇÃO SOBRENATURAL DOS ESTADOS UNIDOS."

RING!

"A CIDADE DE ALBERTA ESTÁ EM QUARENTENA. NÃO SAIAM DE CASA."

RING!

"UMA ENTIDADE ANÔMALA FOI DETECTADA. NÃO SAIAM DE CASA. A AGÊNCIA DE PROTEÇÃO SOBRENATURAL DOS ESTADOS UNIDOS COMEÇARÁ OPERAÇÕES DE RESGATE EM BREVE."

RING!

"ESTE É O SISTEMA DE TRANSMISSÃO DE EMERGÊNCIA."

Dois metros acima de um carro estacionado na Woodland Street, uma pessoa brotou do nada — caindo e batendo as costas no para-brisa.

"Agh, droga," gemeu Júnior enquanto rolava para o lado e deslizava para fora do carro.

"Ai, desculpe. A calibração do seu dispositivo está um pouco estranha…Um à moda antiga, por favor." A atenção de Duchamp estava dividida enquanto ele falava com um barman e Júnior ao mesmo tempo. Ele não estava prestando muita atenção no que estava acontecendo com Júnior.

Ao olhar para a longa rua principal, Júnior finalmente percebeu o alarme estridente.

"Ei Duchamp, parece que uma brecha de contenção está acontecendo aqui."

"Hmm, não deve ser muito preocupante. Eu meio que sei onde você está agora e sua energia. Além disso, você poderá voltar logo, assim que você pegar aquele vagabundo desgraçado."

"Eu sei que ele pegou a peruca do Diretor Gallagher, mas por que não compramos outra e fingimos que é a original," questionou Júnior; Ele começou a andar pela rua.

"Haha! Essa é a primeira coisa inteligente que você disse o dia todo. Infelizmente, poucas pessoas sabem disso e eu também não deveria saber, mas aquele preguiçoso do Gallagher prendeu uma chave na parte de baixo daquela bola de pelos. E essa chave abre a gaveta da mesa dele e, com as merdas estranhas que têm lá, ele não vai pedir a zelador algum para abri-la."

Era difícil para Júnior acompanhar as palavras de Duchamp, pois parecia que a sirena começou a tocar mais alto.

A rua principal estava em completo abandono. Alguns carros estavam capotados, outros colididos com as fachadas das lojas. Cadáveres estavam espalhados no chão aqui e ali. Um homem de meia-idade morto estava deitado em um banco. Ele tinha um cachimbo na mão.

Em direção ao sul havia uma coluna colossal de fumaça preta. Apesar da estranheza óbvia, Júnior não estava tão perturbado. Afinal, ele era um membro da Fundação SCP, apesar de suas qualificações reconhecidamente baixas.

"Ei. Ei! Aqui!" Uma vez veio de um beco à esquerda de Júnior. Ele olhou na direção dela.

"Agh, parece que o Castro está me ligando. Volto logo." O fone de Júnior desconectou.

Do beco surgiu uma mulher de meia-idade. Ela agarrou Júnior pela mão.

"O que deu em você?!" Ela sussurrou-gritou e o arrastou de volta para o beco.

"O mofo vai comer a desgraça do seu rosto. Idiota! AGH! E agora, ele pode nos ouvir," estremeceu a mulher.

Ela tinha cabelo ruivo curto e usava uma camisa camuflada manchada de sangue com calças cáqui. Ela era mais alta que Júnior e, visivelmente, mais musculosa.

Ela, junto com Júnior, correu adiante e chegou em uma van escondida nas profundezas do beco abandonado. A mulher abriu a porta lateral da van e entrou, ainda segurando Júnior.

Ela jogou Júnior em um dos assentos. Ele observou que a van estava cheia de comida, armas, capacetes do exército e outras bugigangas.

"Você veio de fora?" perguntou ela ainda em um sussurro. Ela se aproximou de Júnior. Ele se inclinou para trás.

"Humm, sim. Não tenho certeza do que está acontecendo na verdade. Estou procurando por alguém."

"Ah, você é um desses. Surpresa que você sobreviveu por tanto tempo, os parentes de quem mora por aqui são comidos pelo mofo assim que entram no condado. Até onde ele se espalhou? Você viu algum homem do exército vindo? Calma, primeiro, você tem comida com você?"

Júnior ficou perturbado. Ela estava agindo de forma errática, mas isso provavelmente era apenas por causa da catástrofe em curso ao redor deles. Independentemente disso, Júnior manteve a guarda. E se ela fosse uma anomalia disfarçada?

"Ahn, eu não tenho muita certeza. Acabei de chegar aqui," disse ele com cautela.

Ela suspirou e se recostou. A mulher começou a falar enquanto fechava os olhos.

"É tão doido, na verdade. Não falo ou vejo ninguém vivo faz 2 semanas, então não tenho certeza qual é a situação… Hã… Então você não viu nada… Eu poderia muito bem escapar desta maldita cidade… Mas estou preocupada que eles matem qualquer um que tente escapar, como o governo costuma fazer."

"É, ahnn… Você definitivamente deveria fazer isso… Eu tenho que ir agora. Estou procurando algo meu," Júnior estava firme, evitando o olhar suplicante da mulher.

"Calma, antes de ir. Olhe para isso na minha mão." Júnior virou a cabeça. Ele viu uma pulseira de cristal na mão da mulher.

"Esta é a pulseira da minha irmã. Ela conseguiu tomá-lo antes do mofo levar ela. Hah… Eu sei que há tantos casos como o meu em todo o mundo. E nem é meu primeiro irmão que foi morto. Só queria que um dia descobríssemos como nos livrar dessas coisas, matá-las ou até contê-las. Não sei."

A mulher colocou a pulseira de volta no bolso.

Júnior sentiu uma pontada de tristeza, mas decidiu ignorar o sentimento. Ele abriu a porta da van e a mulher saiu junto dele. Ela se recostou na van enquanto Júnior começava a sair do beco.

De repente, o goblin apareceu a alguns metros de altura no prédio à direita de Júnior, andando pela parede de tijolos. Algo estava errado. Ele estava anormalmente rápido desta vez.

"Desgraça! Venha aqui!" Júnior apontou para o ladrão, em uma tentativa fútil de atrair sua atenção.

Logo ele percebeu que algo estava perseguindo a criatura, engolindo o edifício ao longo do caminho. Uma substância viscosa, volumosa e parecida com um musgo estava tentando engolir o goblin enquanto ele corria ao longo da parede com seu saco.

"MERDA!" Gritou a mulher. Ela sacou uma arma do bolso de trás e disparou alguns tiros no musgo, embora ela não parecesse registrar a futilidade de suas ações.

O goblin correu para o beco e logo pulou sobre a mulher, pegando a pulseira do bolso dela.

Júnior correu em direção ao batedor de carteiras, mas ele pulou bem por cima de sua cabeça quando ele tentou agarrá-lo. A mulher continuou atirando no musgo que tentava consumir tudo e todos.

O goblin fugiu do beco e Júnior seguiu. A mulher seguiu logo atrás.

Júnior agarrou o saco do goblin bem no meio da rua. A criatura encapuzada se virou e cortou o rosto de Júnior com suas pequenas e afiadas garras. Os cortes não foram profundos, mas foram o suficiente para Júnior pular para trás.;

A mulher correu pela rua gritando, "Boa sorte," para Júnior. O musgo havia terminado de digerir o beco e estava agora indo em direção às duas criaturas que lutavam.

O ladrão fugiu, pulou em uma pilha próxima de escombros e desapareceu.

Um clarão de luz tomou conta de tudo e transcendeu até o sol. Júnior se virou em direção à fonte e testemunhou uma enorme e furiosa nuvem em formato de cogumelo rompendo o céu.

E antes que a onda de choque e o calor da explosão nuclear destruíssem o musgo, a cidade e todas as coisas em um raio de 50 milhas, Júnior desapareceu.

Seguir o Júnior?

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