Maçonaria Pernambucana.
Os seguintes documentos se referem a um evento atualmente sob investigação que ocorreu durante o ano de 1817, na Revolução Pernambucana.1 Estes registros demonstram a fabricação de uma anomalia sendo discutida por dois membros da Revolução, Domingos José Martin2 e Antônio Gonçalves da Cruz.3 Antônio havia sido enviado aos Estados Unidos da América em busca de apoio externo no momento das correspondências.
– Dr. Wilson, Bibliotecário, Sítio PT20
Martin, meu colega de revolução, lhe escrevo para informar que obtive sucesso em chegar aos Estados Unidos da América do Norte. Com os recursos que me foram dados, eu adquiri os devidos materiais bélicos, que chegarão junto com esta carta. Entretanto, meus outros objetivos tem enfrentado dificuldades.
O governo Americano, este suposto bastião da liberdade da América, não demonstra interesse em apoiar a nossa causa, e os colegas da maçonaria não são o suficiente para atender os interesses que temos. Adicionalmente, meu amigo, os veteranos da Revolução da França não se demonstram tão interessados, com exceção de quatro cavalheiros.
O maior feito que fiz nesta terra, foi me encontrar com o Secretário de Estado, Sr. Richard Rush. A única garantia feita foi a permissão para desembarque de nossos navios em seus portos. Como pode-se ver, não é lá grande feito de heroísmo de nossos ídolos.
Com isso, será impossível, para mim, resgatar Napoleão Bonaparte. Infelizmente, nós perdemos uma potencial ajuda, e não espere que eu desembarque no recife com o Imperador.
Entretanto, existe esperança.
Podemos tomar uma providência para garantir, não o Napoleão, mas alguém que tenha o mesmo intelecto e conhecimento bélico. Isso pode virar as batalhas contra D. João VI, mas deve ser feito rapidamente e com precisão. Junto a essa carta e armamentos, enviei um objeto pessoal de Bonaparte, uma peça de roupa que o pertencia.
Sugiro que chame os taumaturgos que estão do nosso lado e faça um ritual para a criação de um construto. Este seria feito a partir da imagem de Napoleão e, com sucesso dos devidos rituais, copiaria parte de seu conhecimento.
É uma jogada arriscada, tenho consciência disso, mas é a melhor opção. É isso ou ficar quase que completamente sem apoio externo. A revolução e o futuro da nação dependem disso.
— Cruz Cabugá
Saudações, Antônio.
Primeiramente, obrigado pelo armamento e pelos seus serviços à revolução. Tem sido imensamente essencial seu desempenho, e apesar da infrutífera reunião que teve com o Sr. Richard Rush, eu acredito que os quatro homens que recrutou e outros feitos serão de grande ajuda.
Quanto a respeito da sua ideia sobre o construto, eu acho que é algo, apesar de extremamente surreal e quase impensável, eu consigo ver futuro. Eu não creio que os outros compatriotas entenderiam tal coisa. Para isso, eu tenho uma ideia.
Ninguém, além de nós precisamos saber dessa pequena operação. Manteremos isso oculto e informaremos a todos que aquele é o Bonaparte factual. E, caso obtivermos sucesso, viraremos o conflito a nosso favor. Normalmente, eu não promoveria tais ações, entretanto, situações desesperadas exigem medidas desesperadas.
Começaremos o procedimento assim que os nossos colaboradores chegarem ao local dos rituais. Já coloquei tudo em movimento.
Junto dessa carta, enviarei mais suprimentos e terá condição de adquirir mais alguns armamentos. Ainda tenho esperança que possa conseguir o apoio Americano ou de mais ex-revolucionários da França. Desejo-lhe boa sorte.
— Domingos José Martin
Companheiro, trago-lhe péssimas notícias, que doem no meu coração.
Não retorne mais para Pernambuco ou para o Brasil, nem pise em terras portuguesas. Tudo está acabado para nós.
Perdemos a guerra contra D. João VI, as forças portuguesas acabaram com tudo que tínhamos. Padre João Ribeiro suicidou-se, Vigário Tenório foi enforcado, decapitado e teve suas mãos arrancadas, sendo arrastado pelas ruas de Recife. Bárbara de Alencar foi forçada a caminhar acorrentada de uma cidade à outra. Frei Caneca também foi capturado.
Nosso projeto chegou a ocorrer e, uma vez convencido, nos garantiu algumas vitórias estratégicas. Entretanto, desapareceu quando a cidade onde estava foi capturada pelas forças de D. João. Não sei o que lhe aconteceu e sinceramente não importa. Inclusive, os homens que mandou não chegaram a tempo, foram capturados antes mesmo de desembarcar.
Tudo o que resta para mim é esperar a condenação por lesa-majestade. Não sei nem se esta carta chegará a ti, e isso não importa agora.
— Domingos José Martin
Atualização
A anomalia mencionada nos documentos acima foi recuperada pela Fundação. Para mais informações, veja a documentação de SCP-053-PT.