De: TEN.PiCS.34|ykslokos_d#TEN.PiCS.34|ykslokos_d
Assunto: SCP-5109
Caro Candidato,
A lista de espera para SCP-5109 agora está fechada. Recebemos um número sem precedentes de inscrições nesta rodada e fizemos nossas deliberações finais. Embora apenas um punhado de Sítios terá a oportunidade de trabalhar com essa emocionante anomalia, quero que você saiba que nós do Sítio-43 apreciamos todas as suas excelentes e criativas sugestões.
É meu dever informar que sua inscrição foi…
2021
2 de Janeiro
Sítio-43: Condado de Lambton, Ontário, Canadá
Proposta de Uso: Colocar SCP-5109 sob a custódia do Chefe de Identidade e Tecnocriptografia e aposentá-lo permanentemente de uso.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Não no meu quintal — Sokolsky
"Irônico, né?" Perguntou Veiksar. "Considerando o que acabou acontecendo em seu quintal."
Sokolsky concordou com a cabeça.
"Você deveria ter aprovado minha proposta." Seus olhos azuis estavam lacrimejando.
Ele não sorriu. "Sim, essa foi a coisa certa a fazer." Ele estendeu a mão. "Isso não é minha onda."
Ela pegou a mão dele, mas não a apertou. Apertar parecia muito final.
Ela a soltou quando Harry a envolveu em um abraço; ela tinha que deixar isso para trás, também, depois de um tempo. Ela já havia se despedido de Udo Okorie e Allan McInnis, que estava na beira do heliporto; Lillian Lillihammer estava atrás deles na dependência principal, afetando ineficazmente desinteresse.
"Diga oi a todos os nossos amigos," disse Sokolsky.
Veiksaar bufou. "Sim. Direi ao Falkirk que todo mundo sente muita falta dele."
"Ah, o Falkirk ainda não tá morto?" Blank fingiu rir, para justificar enxugar os olhos com a manga do jaleco. "Veja se você pode fazer algo sobre isso. Talvez diga a eles que você está ajustando os travesseiros dele."
Veiksaar sacudiu a cabeça. "Suspeito que vá demorar um pouco antes que eles me deixem socializar com alguém.' Ela olhou para o helicóptero, onde Delfina Ibanez esperava; FTM Pi-43 ("Entra Lixo, Sai Lixo") a levaria até a Área-06-3, onde traidores e riscos de segurança indispostos esperavam em relativo desconforto.
"A gente se vai de três maneiras," disse Sokolsky de repente. "Mortos, esquecidos ou certos. Você escolheu a terceira."
Ele se virou e foi embora. Blank ficou; Lillihammer não se aproximou.
"De que jeito você vai?" Gritou Veiksaar para ele.
"Não do terceiro."
3 de Janeiro
Sítio-01: Condado de Hamilton, Estado de Nova York, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Não prossigam com este plano. Deixem SCP-5109 sob a custódia de seu guardião designado do Comando O5.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Com respeito, O5-5, os votos e os dados estão lançados — Sokolsky
A imaginação emocional de Sokolsky era muito menos criativa do que a sua lógica. Ele podia extrapolar um conceito simples em uma teia de intrigas bizantinas, mas ele nunca foi capaz de se preocupar, realmente se preocupar, com qualquer coisa que ele não estivesse enfrentando no momento.
Exceto estar perante o Conselho O5. Estar diante do Conselho O5 era a única coisa mortalmente perigosa que ele já temera enfrentar. Ele sempre soube que enfrentaria isso algum dia; pessoas como Sokolsky nunca chegaram à aposentadoria sem pelo menos uma chamada para a mesa.
Depois de tudo o que ele fizera nos últimos dois dias, no entanto, ele descobriu, para sua surpresa, que não tinha medo algum de encarar as treze silhuetas que podiam ou não tê-lo observado do preto cuidadosamente selecionado.
Quatro personagens se iluminaram no escuro, no centro do semicírculo de formas escuridas: "O5-1." A Cadeira. Simultaneamente, uma voz modulada falou. "Você não precisa que eu te diga isso, imagino, mas estamos muito satisfeitos com o resultado deste projeto."
O5-3, o Logicista — o supervisor que supervisionou o referido projeto — falou em seguida. "Todos os nossos objetivos operacionais foram alcançados, além de vários objetivos imprevistos."
"Danos foram causados às nossas relações com diversos Grupos de Interesse." A voz distorcida de O5-5, o Contato, parecia consideravelmente menos impressionada.
"Mas danos também foram causados a vários desses grupos, principalmente nossos oponentes da máscara." Disse O5-7, O Combatente. Ele (ele?) parecia bastante satisfeito.
"Falando na máscara," acrescentou O5-12 (o Todo-Homem), "quase sofremos um desastre de quebra da máscara no Sítio-54. Já sabemos alguma coisa sobre os agressores?"
Sokolsky sacudiu a cabeça. "O agente inimigo que se fez passar por chefe de segurança do 54 se provou resistente ao interrogatório. Nós — ou melhor, 3663 — conseguimos arrancar 5109 dele, mas fora isso foi tentar tirar leite de uma pedra. Suspeito que estamos lidando com um novo Grupo de Interesse inteiramente."
"E o Pensak?" Perguntou O5-13, o Mediador. "Para quem ele estava trabalhando?"
Sokolsky sorriu. "Todo mundo. Ele planejava liberar artefatos para quase todos os grupos que existem. Mas, como ele atirou em 001B, acho que podemos dizer com certeza que um de seus clientes era o giftschreiber."
A voz de O5-2, o Arquivista, era ainda mais robótica do que as outras sem uma pitada de modulação. ELES ESTÃO MAIS OUSADOS. A PROBABILIDADE DE UM ATAQUE COORDENADO NO FUTURO PRÓXIMO É ALTA.
O5-6, o Operador, respondeu. "Sim. Estou cuidando da logística de uma defesa de Sítios mundial enquanto falamos. O que quer que o giftschreiber queira, ele vai ficar cansado de esperar."
O Humanista, O5-10, quebrou o silêncio que se seguiu. "Qual é a situação de 001-B?"
O5-4, o Estrategista, interrompeu. "Estamos falando sobre o 001-B abaixo do Sítio-43, caso alguém, não esteja atualizado aqui."
"Ele está em coma," explicou Sokolsky. "Pensak atirou no coração dele, mas ele não é precisamente humano, então ele não está precisamente morto. Ainda não sabemos que efeitos colaterais isso terá."
"Não?" O5-11, Thaumiel, cujo domínio era cósmico e, portanto, menos relevante para a presente discussão, virou sua cabeça quase invisível. "Não sabemos?"
O5-9, o Oráculo, se mexeu na cadeira. "Não possuo a informação que você quer. Por razões que não vou entrar aqui, o destinado do giftschreiber nesta ou em qualquer outra linha do tempo está oculto."
O5-1 retomou a palavra. "Então, temos preocupações seguindo adiante, mas no geral estamos extremamente satisfeitos. Prometemos a você que o resultado deste projeto seria notado, Dr. Sokolsky; você pode ter certeza de que foi."
Sokolsky acenou brevemente com a cabeça.
"Você permanecerá como Diretor Conjunto da ARTAE no futuro próximo, e teremos trabalho para você. Muito trabalho. Essa recompensa é suficiente?"
Sokolsky sorriu no escuro. "Acredito que você saiba que é."
3 de Janeiro
Área-06-3: Lorraine, Grand Est, République française
Proposta de Uso: Tentar apresentar SCP-5109 ao Dr. Edwin Falkirk, em coma desde 2002 devido a um ataque de SCP-5056. A relação teórica entre as duas anomalais pode ajudar a melhorar sua condição.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Mas nós nos importamos com isso? — Sokolsky
Dr.ª Allison MacArther já tinha visto tudo isso antes. Funcionários da Fundação pegos abusando de seus poderes ou privilégios universalmente sentiam que estavam à beira de um golpe, derrubados por circunstâncias além de seu controle ou compreensão. Eles ficavam de olhos arregalados, trêmulos e confusos. Eles ficavam com raiva. Eles ficavam malucos.
A expressão nos olhos deste homem sugeria que ela ainda não tinha chegado a um acordo com o fracasso de seu esquema. Ele ficava olhando para a porta, ou para o teto, como se esperasse um resgate explosivo a qualquer momento. Seus olhos eram a única parte dele que ela achava fácil de ler; seu lábio estava aberto, e a maior parte de seu rosto estava escondida sob uma massa de gaze médica.
"Seu nome, para que fique registrado?"
Ele olhou com raiva para ela. "Que se fodam seus registros." Parecia que alguém estava segurando seu nariz, embora a realidade fosse pior; qualquer que fosse a forma que o referido nariz já possuíra, ele jamais a teria. Ele teve sorte de não ter sofrido danos cerebrais.
Ela escreveu 'Roger Pensak'. "Você poderia me dizer para quem você estava trabalhando?"
Seu lábio se curvou em um sorriso de escárnio… e então ele gritou de dor quando os pontos se mexeram. "Não."
"Sabe, não posso te ajudar se você não cooperar."
Ele estava revirando os olhos no meio da frase. "Você não pode me ajudar e ponto final, e eu…" Ele lambeu o lábio e estremeceu. "Eu não tenho nenhuma razão para ajudar vocês."
"Você tem todos os motivos do mundo." Ela gesticulou para as paredes brancas acolchoadas, a mesa e as cadeiras de metal escovado. "Você está em uma má posição agora, mas as coisas sempre podem melhorar. Me faça querer te ajudar. Me ajudando."
Ele segurou uma risada. Rir era uma experiência de corpo inteiro, e ele definitivamente não queria ter uma dessas. "Você está além de ajudar."
Ela balançou a cabeça. "E por que isso?"
Ele sorriu. Ele ainda podia sorrir. "Por causa de para quem eu estava trabalhando."
Ela fez uma anotação. O que você não vai me contar."
Ele sacudiu a cabeça. "Não."
"Por que não? Porque você está protegendo esse alguém? Porque você está se protegendo? Não?" Ele ainda estava sacudindo a cabeça.
"Porque você vai descobrir em breve."
3 de Janeiro
Área-08-C: Puerto Isabel
Justificativa para a Rejeição: Me diga que você não estava falando sério sobre isso — Sokolsky
Dr. Richard Nard, apelido preferido 'Reach', estava de volta à constelação de instalações anormais que ele chamava de lar. A Área-08-C gerenciava o Programa Espacial da Fundação, e ele tinha o hábito de checar todas as manhãs para ver o que estava acontecendo lá em cima.
"Mensagem de 179, senhor," anunciou o técnico de plantão.
Reach balançou a cabeça. "Vamos ter que contar a ela. Me conecte com a sonda." SCP-179 era uma mulher flutuando nas proximidades da estrela de sequência principal em torno da qual à Terra girava. Ela apontava para ameaças extraterrestres — não apenas para a Fundação, como ela foi rápida em informá-los — e em ocasiões muito raras, ameaças terrestres também. Sempre havia uma sonda próxima a ela que era capaz de ler seus lábios e simular sua fala; de sua parte, ela era de alguma forma capaz de ouvir e decodificar ondas de rádio.
"Vocês estão aí?" A voz robótica soou. "Vocês estão ouvindo? Estou chamando vocês."
O técnico acenou com a cabeça para Reach, que retribuiu o aceno. "Estou aqui. Estou ouvindo.
O calor nas palavras que ressoaram era evidente mesmo com a falta de afeto audível. "Olá! Vocês estão seguros hoje. Estive olhando com muito cuidado. Você pode me dizer — Você pediu a eles? Eles disseram que sim? Estive esperando."
Reach suspirou. "Eles disseram que não, Sauelsuesor. Eles acham que é muito importante par dar de presente, e eu tenho que concordar com eles. Como você nem sequer sabia que aquilo existia?"
Houve uma pausa — nada surpreendente, considerando s distâncias envolvidas — e Reach se perguntou brevemente se ele conseguira ofendê-la. Mas então: "Entendo. Estava ouvindo e ouvi. Vocês estavam transmitindo com tanta força! E tanto. Mas eu estava muito longe e não entendi. Achei…" Hesitação não era do tipo dela. Reach de alguma forma imaginou que ela estava corando, só que é claro que ela não estava; ela era um ser completamente negro feito de material estelar. "Achei que seria único. Presentes deveriam ser únicos. Pensei que ele poderia gostar. Foi o que pensei."
Ela estava ouvindo as transmissões das operações. Reach sacudiu a cabeça. É bom torcer que ninguém mais estivesse. "Bem, sinto muito, mas perguntamos. Não posso fazer muito sobre isso."
"Obrigada por tentar. Você sabe do que mais ele pode gostar? Gosto muito dele."
Reach soltou um suspiro alto. "Ahn. Ele gosta de cachorros, mas eu não acho… que você conseguiria arrumar um cachorro para ele, de qualquer forma. Onde você está. Não… não tente arrumar um cachorro para ele. Se você puder."
Novamente a pausa prolongada. E então: "Não, não há cachorros aqui, mas a radiação é uma cadela!"
Desta vez, ele ficou sem palavras. Ele olhou para o técnico, que o olhou de volta. Reach foi o primeiro a encontrar palavras: "Ela acabou de fazer uma piada?!"
3 de Janeiro
Sítio-11: Lansing, Michigan, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Empregar SCP-5109 como uma senha infalível para agentes de inteligência de alta autorização saindo e retornando ao Sítio-11, para garantir que os mesmos não foram substituídos por sósias insurgentes.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Essa é uma maneira engraçada de dizer 'tornar a perda de agentes de inteligência de alta autorização ainda mais desastrosa' — Sokolsky
"Me explique de novo, Karlos."
O doutor elegantemente vestido — ou agente — ou o que quer que ele realmente fosse sacudiu a cabeça desgrenhada e riu. "Não é complicado. Conheço o Sokolsky. Tenho um dossiê inteiro sobre o Sokolsky. No momento em que soube que ele estava envolvido com essa lista de espera, eu sabia que tinha que ser para esconder algo."
Diretor de Sítio Jordan Lee Graham balançou a cabeça. "Tá."
"Eu me perguntei: "Para que eu usaria SCP-5109?' e você sabe no que pensei?"
"Usá-lo como uma senha infa—"
"NÃO! Usá-lo para uma operação mundial contra espiões de Grupos de Interesse, em toda a Fundação!"
O silêncio pesado que precipitou com o primeiro pedido de Graham por uma segunda explicação voltou. Novamente, ele quebrou o silêncio: "Então, por que você pediu para usá-lo como uma senha?"
"Porque esse é um plano sensato e prático, e Sokolsky sabe disso."
O Diretor sacudiu a cabeça. "Bem, sinto muito que você não conseguiu o que que—"
"Eu consegui o que queria!" O outro homem riu. "Eu ia conseguir o que queria de qualquer maneira. Ou eu conseguiria usar o 5109, ou eu conseguiria uma confirmação de que o Sokolsky estava fazendo algum projeto gigantesco e idiota. É disso que se trata inteligência, Jordan. Não é ganhar ou perder, a menos que você seja ruim. É uma vitória ou outra vitória."
O próximo suspiro de Graham chegou perigosamente perto de ser um escárnio. "E o que você vai fazer com essa informação?"
O silêncio voltou, e desta vez foi o outro homem quem o quebrou: "Esfregar isso na cara dele?"
3 de Janeiro
Sítio-15: Vale de Santa Clara, Califórnia, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Teste cruzado com SCP-5094 e a Divisão de Aplicações de Inteligência Artificial para fazer experimentos com uma transferência mais rápida e eficiente dessa anomalia de usuário para usuário.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Eu não quero facilitar isso — Sokolsky
"Bem, isso não é justificativa," murmurou Pesquisadora Chau.
"Não leve isso para o lado pessoal, Xenia!" No monitor, o sprite animado da Srta. J tinha uma expressão de simpatia. "Você deu o seu melhor, como sempre faz. Haverá outras maneiras de testar seu projeto."
"Eu acho." Chau mordeu a bochecha pensativamente. "Tenho, tipo, 90% de certeza de que suas propriedades anômalos são parcialmente baseadas em código, então a .aic deve ser capaz de transmitir informações com um pouco de sua eficiência."
"Não é tudo sobre mim," o programa de computador disse a ela. "Eu não seria metade da professora que sou sem todos os meus alunos maravilhosos! Eu só gostaria de poder ajudar mais." A expressão de simpatia se tornou uma triste. "É difícil fazer isso quando as pessoas nem têm mais drives de disquetes."
"Bem," disse uma voz da porta do escritório, "não precisamos da senha para resolver isso. "Dr.ª Anaïs Laraskë entrou na sala. "Poderia ter feito um impacto maior como prova de conceito, mas podemos provar que a .aic tem as propriedades da Srta. J com um bom e velho regime de treinamento."
"Eu acho." Chau encolheu os ombros. "Eu só queria algo mais… não sei. auspicioso."
"Você sem foi tão atenciosa," sorriu Srta. J. Era bom vê-la sorrindo novamente, mesmo em padrão de vídeo EGA.
"Vamos ligar o protótipo?" Laraskë voltou para o corredor e voltou com um terminal isolado em um carrinho rolante. Ela parou quando estava de frente para a tela da Srta. J. Chao tirou a cadeira do caminho para que o SCP pudesse ver.
"Absolutamente," concordou Srta. J. "Bora ficar ainda mais digitais!"
Demorou alguns minutos para o código compilar e, em seguida, a tela ficou em branco.
"Hum," disse Chau.
"O código anômalo pode ser demais para a estrutura de .aic padrão suportar," Laraskë suspirou. "Podemos tentar—"
"Vocês poderiam tentar ter fé!" Srta. J exclamou, mesmo que apenas textualmente. "Cada aluno aprende de forma diferente. Dê um tempo a ela."
A tela de repente passou por RGB, depois CYMK, depois impressionantes 256 cores, depois de volta ao branco.
E então:
Olá, Sítio-15!
Eu sou SRTA-J.aic! Vocês estão prontos para aprender sobre isolados cognitivos?
Quaisquer que fossem os projetos mais merecedores de SCP-5109, Chau esperava que eles não tivessem corrido melhor com a ajuda de uma plataforma de comunicação artificialmente inteligente capaz de transferência acelerada de informações. Isso seria terrivelmente infeliz.
3 de Janeiro
Sítio-17: Local Não Revelado, Nordeste dos Estados Unidos da América
Proposta de Uso: PdI-476, "Frau der Streich," é uma suposta clarividente anteriormente associada ao Circo das Perturbações (GdI-233) agora detida no Sítio-17. Suas habilidades psíquicas são, por sua própria admissão, encenadas. Informações obtidas em sua entrevista de admissão levaram a um ataque a uma loja de reagentes ocultos em la Rue Macabre, que terminou com a morte de quatro associados de PdI-476 — incluindo seu marido, ambos os pais e o filho. Esta informação foi-lhe retida por um período de três semanas, a fim de garantir a cooperação continuada e o bom comportamento. Quando informada do ataque e suas consequências por um (agora ex) funcionário, PdI-476 recusou-se a divulgar mais informações e entrou em estado depressivo. Após cuidadoso estudo psicológico do objeto, propomos usar SCP-5109 para remover esse impedimento, através dos seguintes passos.
1. Convencer PdI-476 de que sua associação com o GdI-233 concedeu sua clarividência real por meio do uso direcionado de instalações sonoras;
2. Informar PdI-476 que ela poderá conversar por meio de sessões espíritas com seus associados falecidos se ela concordar em continuar a cooperar;
3. Enquanto personificamos o falecido marido de PdI-476 através do uso de instalações sonoras, introduzir SCP-5109 a ela e caracterizá-lo como um presente do além-túmulo;
4. Pedir a PdI-476 para repassar a informação dada a ela, assim tomando SCP-5109 dela sem seu conhecimento;
5. Informar PdI-476 que ela quebrou um pacto oculto ao entregar o "presente espiritual" dessa maneira, e que seus associados provavelmente não retomarão comunicação com ela devido a essa afronta;
6. Se recusar a devolver SCP-5109 a PdI-476 até que ela forneça um relato completo de todas as informações possuídas relacionadas ao tópico do GdI-233;
7. Devolver SCP-5109 ao seu guardião designado do Comando O5 e amnesticizar ou neutralizar PdI-476 conforme considerado apropriado.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Por que você é assim? Acho que você precisa verificar seu forro da Deepwell. Para ver se tem chumbo — Sokolsky
3 de Janeiro
Sítio-19: Michigan, Estados Unidos da América
Justificativa para a Rejeição: O 19 é chato, e eu não gosto de você — Sokolsky
A porta do escritório do Dr. Alto Clef se abriu e ele fez uma pergunta para o corredor vazio: "Somos chatos?"
Entendendo que isso significava que ele não seria baleado por tentar entrar, Dr. Charles Gears apareceu no batente da porta. "Me disseram que eu sou."
Clef baixou a espingarda. "Por que você não bateu?"
"Porque sua porta é muito fina para desviar um tiro de espingarda — por design, seu design, devo notar — e porque você tem uma janela. Eu não queria saber que você estava de mau-humor da maneira mais difícil, nem te perseguir pelo telhado se você estivesse se sentindo anti-social."
Clef habilmente jogou a carta para Gears. Ela navegou pela sala como uma estrela cadente; o homem calvo a pegou entre o polegar e o indicador. "Estou me sentindo bastante anti-social AGORA. Você pode acreditar naquele filho da puta? Eu tinha planos para a senha."
"Estou ciente." Gears enfiou a carta no traje, tirou uma impressão dobrada e a jogou sobre a mesa de Clef. Clef a pegou e a examinou rapidamente. Ele já sabia o que havia nele, o que não era muito.
Proposta de Uso: Senha para sexo.
"Por que você achou que esse era um uso apropriado para uma anomalia profundamente flexível e insubstituível?"
"Flexibilidade é importante no sexo. Não que você saiba. "Clef recostou-se na cadeira e colocou as mãos atrás do pescoço. "De qualquer forma, ela teria sido uma BELA senha. Ela faz um grande impacto em você quando a ouve." Ele deu um tapinha carinhoso na espingarda. "Impacto também é importante no sexo."
Gears olhava para ele.
"Você não está acreditando."
Gears sacudiu a cabeça. "Embora eu veja por que uma senha possuída por apenas uma parte apelaria para suas sensibilidades, não. Não estou convencido."
Clef suspirou. "Certo. Pensei que quem lesse aquilo ficaria intrigado para ver qual seria meu verdadeiro plano, mas aparentemente não. APARENTEMENTE, eu sou CHATO."
Gears acenou com a cabeça. "Sim. Qual era o seu plano de verdade?"
"Dar a senha pro Mann. Ele quer ela para alguma merda de cientista maluco, mas eles não deixam ele chegar perto de algo tão precioso hoje em dia."
Gears fez uma cara que Clef, depois de anos de familiaridade com seus sinais emocionais quase imperceptíveis, sabia ser sua versão de uma carranca. "E o que Mann ia te dar em troca?"
"O nome de quem tem roubado meu almoço da geladeira do refeitório."
Gears piscou. Este era o seu equivalente a ficar boquiaberto em choque. "Você ia dar ao Mann um ativo protegido de Nível 5 para descobrir a identidade de um ladrão de sanduíches?"
"Ei," Clef ergueu as mãos em protesto, "salame não é barato! E alguém se recusou a me deixar ver os vídeos de segurança, se você se lembra."
Gears fechou os olhos por um momento. Ele abriu os olhos. Ele acenou com a cabeça. "Aparentemente subestimei a gravidade desta situação. Farei algumas ligações. Venha para o escritório de segurança em meia hora."
Enquanto Gears fechava a porta, Clef fez uma saudação simulada. Quando a porta foi fechada, ele apoiou a espingarda vazia na lateral da mesa, se esticou na cadeira e sorriu. Obrigado, Dr. Sokolsky.
3 de Janeiro
Área-27: Ottawa, Ontário, Canadá
Proposta de Uso: Conduzir estudos teológicos rigorosos em SCP-5109 para descobrir qualquer significado deífico possível nos caracteres ou seu significado. Incorporar SCP-5109 nas medidas da Área-27 para responder a Cenários Classe-K com implicações religiosas. Além disso, determinar se SCP-5109 é uma constante universal ou responsivo a alterações da realidade.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Posso esperar até morrer para descobrir se vou para o inferno — Sokolsky
"Não entendo essa parte." Dr.ª Alice Pandora apontou para a linha final da Proposta de Uso. "Você que adicionou isso?"
Dr. Yossi leiner fingiu ler a frase pela primeira vez. "Não me lembro. Talvez uma alteração da realidade tenha acrescentado isso."
A expressão de Pandora ficou amarga. "Não sofremos alterações de realidade com frequência suficiente para justificar esse teste."
Leiner encolheu os ombros. "Nós vamos se os deuses enlouquecerem. Este lugar será o marco zero."
Pandora olhou para o teto. "Nesse caso, provavelmente não estaremos perdendo nosso tempo experimentando com efeitos meméticos."
"Bem. Suponho que sim. Ainda não acho que ele levou a proposta a sério."
"Ele não leva nada a sério." Pandora desligou o monitor. "Ele nos chama de Departamento de Sofismo Semiprofissional."
Leiner bufou. "É, isso é definitivamente uma piada de goy."
"Bem, ele também é ateu. Então ele pode estar ofendido por termos construído uma Área sob uma catedral."
"Digo, também sou. Mas se ele tivesse alguma ideia do que Teologia Tática faz, ele não seria ateu." Leiner suspirou. "Mas ainda acho que foi uma proposta que valeu a pena. E se a coisa existir em todo o espaço e tempo? E se houver uma versão diferente para cada linha do tempo e dimensão? E se forem efeitos únicos, discretos e coerentemente individuais?"
Ela revirou os olhos. "Se isso fosse possível, ele teria respondido a essa frase."
3 de Janeiro
Sítio-55: próximo a Boston, Massachusetts, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Utilizar SCP-5109 para eliminar espiões de Grupos de Interesse em toda a Fundação.
PENDENTE
Justificativa para a Rejeição: Bem à frente de você, mas vamos conversar — Sokolsky
"E isso levou a uma dor de cabeça de um mês." Rex Alces estava fazendo uma carranca. "Mal posso esperar para ver quanto tempo essa bagunça vai durar."
Jay Everwood terminou de escrever no rótulo da fina pasta de papel pardo: "GdI-XXXX." Isso, pelo menos tecnicamente, era um começo.
Rex vasculhou os papéis na frente dele. "Só isso? Isso é tudo que eles nos deram para trabalhar?"
Everwood balançou a cabeça. "Eles são ou um grupo novo em folha, ou eles têm sido discretos por um bom tempo. Se eles atacaram o 54, eles devem ter um bom motivo, e a maneira como atacaram sugere que eles estão sendo sérios."
"Memética." Rex concordou, olhando para um relatório médico. "Eles usaram um agente memético debilitante na equipe de comando. Derrubaram todo mundo, menos o Diretor do Sítio. Já vimos algo assim antes, certo?"
Everwood passou para ele um resumo de um arquivo fortemente redigido do banco de dados. "Sim. Agentes associados com GdI-5054, o giftschreiber. Seus auditórios deixam para trás muito resíduo táumico; eles são uma bagunça. Por design, imaginamos, já que eles se resumem a esse caos."
Rex franziu a testa. "Mas esse foi limpo. Assustadoramente limpo. Sem efeitos duradouros. Um dos memes mais arrumados já encontrados."
"E eles foram capazes de se infiltrar sem problemas em uma de nossas instalações mais seguras sem que ninguém percebesse. Verificamos o resto da equipe do Sítio?"
Rex encontrou outra folha e a entregou. "Varreduras todas as semanas, mas aumentaram isso depois do ataque. Ninguém no 54 foi exposto a um risco cognitivo que se encaixe em qualquer perfeito que já conhecemos.
Everwood pegou a folha, mas mal olhou para ela. "O que, claro, é ruim, porque eles definitivamente foram expostos a algo. Quem quer que esse pessoal seja, eles têm um belo controle sobre o que fazem."
"Tem mais um negócio." Rex espalhou os papéis sobre a mesa, folheando todos os relatórios simples em preto e branco até encontrar um com um surpreendente toque de cor. "Eles encontraram esta imagem no sistema de segurança — não é um risco cognitivo, não estava anexada a nenhum arquivo ou programa. Só estava largada lá. Como um cartão de visita."
Everwood virou o papel em um círculo. Ainda não parecia nada, exceto talvez um antigo logotipo de estação de TV. Para a pasta ele foi. "Um símbolo já é algo, eu acho. Vamos ver se não conseguimos colocar um nome nele."
Rex grunhiu. "Antes que eles explodam mais algo, de preferência. Assim temos algo para escrever no próximo relatório."
3 de Janeiro
Sítio-64: Forest Park, Portland, Oregon, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Fundamentar ou invalidar rumores de que SCP-5109 é um código de desativação, ativação, reativação, compilação ou recompilação para dispositivos produzidos pelo GdI-1115 (Anderson Robóticas).
REJEITADO
"É o que faz mais sentido," resmungou Pesquisador Conwell.
"É?" Edgar Holman, Diretor do Sítio-64, não estava convencido.
"Tudo que ouvi sobre ela sugere que aquilo é um código. Ela é alfanumérica — não apenas alfabética — e aparentemente tem algum tipo de lógica interna."
"Só 'aparentemente'?"
"Bem, quem não tem a senha não sabe nada sobre ela. É assim que as propriedades antimeméticas funcionam."
Holman tamborilou os dedos na mesa. "Mas você acha que o Anderson usaria um meme em sua linguagem de programação?"
Conwell riu. "No momento em que começamos a limitar nosso senso do que constitui paratecnologia, começamos a perder coisas. Não podemos nos dar ao luxo de começarmos a perder coisas, especialmente com nosso inventário crescente. Se pudermos usar ela para reabilitar ou desligar uma força de ataque sem derramar s… sem, não sei, derramar óleo, bem. Digo que devemos apelar essa decisão."
"Eu digo para deixar isso para trás." Holman se virou para o outro ocupante de seu escritório. "Porque parece que o William também tá com o Anderson na cabeça."
Agente William Johnson, Diretor Assistente das Forças-Tarefa, balançou a cabeça brevemente. "Temos investigado aqueles relatos de luzes vermelhas estranhas nos condados de Clackamas e Multnomah. Não sabemos ao certo se é o Anderson… e certas coisas parecem apontar contra isso… mas quem quer que seja, certamente estão nos espionando."
"Que 'certas coisas'?" Perguntou Holman.
"Bem, não são só nossas FTMs e instalações satélite fazendo os relatos. Recebemos algumas ligações do Wilson."
Conwell assobiou. "Robôs e bichos e skippers, meu—"
A explosão distante não estava tão distante ao ponto de não poder interromper sua piada, e não havia tempo para perguntar o que estava acontecendo antes que as buzinas começassem a soar.
Justificativa para a Rejeição: Eu lamentavelmente recuso sua graciosa oferta de cumplicidade em possíveis brechas de contenção no Sítio-64 — Sokolsky
3 de Janeiro
Sítio-65: próximo a Saskatoon, Saskatchewan, Canadá
Proposta de Uso: Conferir uma imposição quântica a SCP-5109 fazendo uso de SCP-5027 para observar seu estado decaído, determinando assim sua natureza e/ou meios potenciais de neutralizá-lo.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Você pode fingir que eu aceitei e rejeitei isso ao mesmo tempo, se isso faz você se sentir melhor — Sokolsky
Proposta de Uso: Comparar os efeitos mnésticos e amnésticos de SCP-5109 com os de SCP-5237.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Vou só esquecer que recebi isso — Sokolsky
Proposta de Uso: Comparar SCP-5109 com SCP-055 para determinar melhor as qualidades descritivas deste último.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Você acha que 'Sokolsky' é russo para 'Papai Noel'? — Sokolsky
Proposta de Uso: Determinar se SCP-5118, um dobrador de realidade anteriormente capaz de assumir forma humana, mas agora permanentemente preso na forma de um Golden Retriever, se qualifica como sapiente ao tentar transferir SCP-5109 para o mesmo.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Não me faça ir até ai — Sokolsky
Dr. Williams fechou o laptop com uma batida. "Aqui é a porra de Saskatchewan, como se você fosse vir."
3 de Janeiro
Sítio-81: Lago Monroe, Bloomington, Indiana, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Investigar SCP-074 para determinar se o objeto consegue possuir ou não SCP-5109, explorando assim suas propriedades anômalas — o objeto adquire qualquer característica para a qual é testado — para produzir uma segunda iteração da senha de uso único.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Por que eu iria querer mais de uma iteração? — Sokolsky
Pesquisador Voct encolheu os ombros. "É, justo."
3 de Janeiro
Sítio-87: Sloth's Pit, Condado de Douglas, Wisconsin, Estados Unidos da América
Proposta Primária de Uso: Baseando-se nos princípios que
- SCP-5109 é um isolado cognitivo, não existindo em nenhuma dimensão além da mente de seu detentor;
- SCP-5109 é um quanto noético com potencial para uso na construção de semioplexii maiores;
- O status de SCP-5109 como um isolado cognitivo provavelmente seria transferido intacto para tais semioplexii; e
- SCP-INTEIRO é uma construção perceptiva defensivamente narrativodemocional que abstrai violentamente qualquer elemento que identifique [erradamente] suas propriedades;
Eu (Dr. Placeholder McDoctorate) tentarei construir uma prisão memética dentro de minha própria consciência para SCP-INTEIRO, através do uso tático de SCP-5109. Por meio de noesis cognitoconceptual auxiliada por computador, desenvolverei uma estrutura paralela a SCP-INTEIRO usando múltiplas instâncias de SCP-5109 (obtidas através de negociação interdimensional através da Rede de Circulação Multi-Universal no Sítio-87) e manterei a referida estrutura em minha mente. Dita estrutura, por padrão, quando concluída, representará uma descrição de SCP-INTEIRO em sua totalidade, funcionando como um "mapa" conceitual e, por meio do efeito de abstração, tornar-se-á SCP-INTEIRO. Como SCP-5109 só pode ser mantido em uma mente a qualquer dado momento, e como superestruturas cognitivas de SCP-5109 provavelmente manterão o mesmo padrão, isso restringirá efetivamente o funcionamento operacional do COMPLEXO DE RISCO INTEIRO à minha pessoa, permitindo assim uma pesquisa mais complexa sobre sua natureza sem perigo adicional de abstração de identidade.
Proposta Secundária de Uso: Contrariar a noção predominante de que SCP-5109 é primariamente memético por natureza, submetendo suas potenciais propriedades semiontológicas a um estudo rigoroso.
Proposta Terciária de Uso: Explorar a incapacidade teorizada de entidades autoras perceberem SCP-5109, devido à sua incapacidade também teorizada de transcender dimensões narrativas (como 'discurso' em nossa camada narrativa, o meio pelo qual o objeto é transferido de pessoa para pessoa, não vai e não pode constituir 'discurso' na camada narrativa ocupada pelos autores), para criar uma criptografia inquebrável por seres extranarrativos.
REJEITADO
Justificativa Primária para a Rejeição: Quê? — Sokolsky
Justificativa Secundária para a Rejeição: Tá, entendi, mas consigo pensar em cinco mil, duzentos e quarenta e dois motivos pelos quais tudo isso não funcionaria ou jamais deveria ser tentado — Sokolsky
Justificativa Terciária para a Rejeição: Não é justo mandar três aplicações de fininho — Sokolsky
3 de Janeiro
Sítio-88: Condado de Baldwin, Alabama, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Devolver SCP-5109 à custódia do Comitê de Ética e aposentá-lo permanentemente de uso.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Outra Debbie Downer — Sokolsky
"Lamento que não tenha dado certo. Não é desculpa, mas tentei o meu melhor. Entendo como isso deve ser decepcionante."
Ele juntou os dedos sobre a mesa e balançou a cabeça. "É decepcionante, mas estávamos atrás de mais do que apenas a senha. O Comitê de Ética não é sobre vencer batalhar, sabe. Não é nem sobre vencer guerras. É sobre dar consciência às pessoas que começam as batalhas e as guerras."
Ela balançou a cabeça. "Bem, eu ainda estraguei tudo. Ele me superou."
Ele sacudiu a cabeça. "Não é essa a questão. A questão é esta: você tentou. Você sabia dos riscos e tentou. Você podia ter destruído a si mesma, a sua carreira, e você entendeu isso. Mas você tentou tomar uma posição moral. Não importa que nunca tenhamos recebido sua transmissão. Haverá outras campanhas, especialmente depois do sucesso dessa." Ele pressionou as mãos, ainda unidas, aos lábios. "O que importa é que você é o tipo de pessoa que pode ajudar a garantir que escolhemos as lutas certas. O tipo de pessoa que o Comitê de Ética precisa."
Ela piscou. Isso foi… um teste? Isso foi um teste?" Ela parecia confusa. "Não vou para a detenção?"
Ele riu. "Longe disso. O número de pessoas que sabem que você fez algo errado — para uma determinada definição — é muito pequeno, e todos ficarão mais do que felizes em fingir que não viram isso. Claro, eu preferiria que você não contasse a ninguém que pedimos que você roubasse a coisa em primeiro lugar, então seria bom tê-la onde eu possa ficar de olho. Então, não, você não vai para a detenção. Você não vai de volta ao seu antigo emprego, também, mas há um esperando por você aqui. Se você quiser."
Ela olhou para ele, momentaneamente sem palavras.
Ele separou as mãos e estendeu uma.
Ela a apertou.
"Obrigada, Dr. Cimmerian."
"Legitimamente meu prazer, Dr.ª Veiksaar."
3 de Janeiro
Proposta de Uso: Fazer com que sua próxima experiência de mídia traumática seja mais duradoura! Por um tempo limitado, alguns produtos seletos da Vikander-Kneed Technical Media — tá, só um — tá, só um única cópia de um (a menos que alguém tenha mentido para nós, Daniil) — agora dão um soco que você nunca esquecerá! menos que você conte a alguém sobre isso. Que você vai. Conte aos seus amigos! Conte para sua família! Diga a qualquer um que tenha tempo para ouvir quarenta e um caracteres de rabiscos sem sentido. Vikander-Kneed: Quebrando a Máscara de Hoje, Eventualmente!
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Vocês não são um Sítio, como vocês conseguiram este endereço de e-mail, etc. etc. — Sokolsky
3 de Janeiro
Sítio-98: Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos da América
Justificativa para a Rejeição: Faz o que outra proposta faz, só que pior — Sokolsky
"O quê? O quê?" Dr. Clancy Barton olhava para o aviso de rejeição. "Alguém mais teve essa ideia?" Ele gesticulou para o vasto espaço de trabalho do outro lado do vidro. "Só que melhor?!"
"Dificilmente parece provável," observou seu irmão gêmeo, Clyde. Eles tinham acabado de concluir a construção do sistema que eles chamavam de 'a passagem', um caminho de conversão interdimensional capaz de reduzir a matéria a duas dimensões, a uma dimensão, a massa sem densidade, a densidade sem massa, a dimensões anacrônicas e anacrônistas e até diacrônicas, e então reverter. A proposta deles fazia todo o sentido: dar SCP-5109 a uma cobaia e passá-la pela passagem e ver se a senha saia intacta. Clancy imaginou que sim — ele não a considerava diferente de qualquer outra informação guardada na mente de uma pessoa — enquanto Clyde achava que não — teorizando que tinha algum tipo de irredutibilidade interdimensional. Questões desse tipo eram de grande interesse para estudiosos de viagens dimensionais, que ambos os irmãos Barton eram por padrão.
Ambos estavam em um estado permanente de desrealização, apenas mal evitado com alguma tecnologia seriamente complexa, para que eles tivessem alguma participação no desenvolvimento desse campo específico.
"Ele não pode escapar tão fácil," Clancy pegou o telefone da parede. "Me conecte com o Dr. Sokolsky do Sítio-43, por favor."
"Seja legal," sugeriu Clyde. "Ele é um babaca. Babacas não conseguem lidar com gentileza."
"Alô? Dr. Sokolsky? Clancy Barton." Ele estava claramente lutando para permanecer educado. "Sim, isso mesmo, Sítio-98. Eu queria saber se você poderia esclarecer sua carta de rejeição… aham. Sim, a pergunta da pesquisa era…" Ele estalou os dedos rapidamente, e Clyde pegou a folha e entregou para ele. "…'Será que SCP-5109 retém coerência ontológica ao sofrer alterações dimensionais e espaciais'. Sim. Isso mesmo. Sim. Ah." Ele franziu a testa. "Ah. Você está de— …entendo. Bem. Obrigado pelo seu tempo." Ele desligou o telefone e sacudiu a cabeça.
"O quê?" Perguntou seu irmão. "O que ele disse?"
"Ele disse — e cito palavra por palavra — 'Testamos isso no Sítio-34, e mantém'."
3 de Janeiro
Sítio-120: Częstochowa, Voivodia da Silésia, Polônia
Proposta de Uso: Experienciar pq aquele ciclo de salto rentgenowskiego de SCP-5109 para eclipsar Briannas qualquer que coloque Victoria em universos únicos, Canadá transgênero um conjunto de 9, pode ser respeitado pelo guardião meticuloso, etc.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: zqfmgb — Sokolsky
Asheworth gritou internamente por dez segundos inteiros antes de começar a gritar por fora também.
3 de Janeiro
Área-137: Deserto de Mojave, Nevada, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Descomissionar SCP-5109.
REJEITADO
Justificativa para a Rejeição: Descomissione você mesmo — Sokolsky
Calvin Bold, Diretor do Departamento de Descomissionamento, retomou seu ritmo respiratório habitual. Será que de estava incorporado de alguma forma em todos os sistemas de e-mail do mundo aquela coisa em que qualquer mensagem importante demora o dobro do tempo para carregar? Ele se sentia bastante ansioso com esta, est resposta a uma sugestão que ele não queria sugerir.
"Você sabia que ele diria não," Bold de repente percebeu e vocalizou ao mesmo tempo. Ele olhou para o homem mais velho e bem constituído parado no centro de seu escritório terrivelmente bagunçado. "Por que você me fez sugerir isso em primeiro lugar?"
Dr. Dan abriu os braços em um gesto de neutralidade. O gesto foi um pouco prejudicado por ele não ter tirado as mãos dos bolsos do jaleco; ele parecia um Batman todo branco estendendo sua capa. "Você leu o arquivo do 5109. Você leu os relatórios das operações. Você sabe como a coisa é perigosa; eu quero um histórico de 'eu te disse' indo o mais longe possível."
Bold bufou. Ele bufava particularmente bem, graças ao seu aparelho respiratório. "Então por que você não propôs descomissionar o objeto?"
"Porque as operações estavam sob meu departemento. Isso não seria um conflito de interesses?"
Bold olhou para ele. "Por que não é um conflito de interesses me forçar a propor isso?"
"Bem," Dan sorriu timidamente, "há uma importante distinção entre conflitos de interesse visíveis e invisíveis, ou seja, se eu posso ou não sofrer repercussões por eles."
Bold semicerrou os olhos cristalinos. "Você dois estão jogando um jogo muito imaturo."
Dan apontou sem palavras para o sapo de pelúcia na mesa de Bold.
Bold o ignorou. "Primeiro de tudo, nós não descomissionamos objetos porque eles nos tornam perigoso. Caso contrários nós decomissionariamos você."
"Duro, mas verdade."
"E segundo, eu não gosto de ser obrigado a te ajudar a subverter seus subordinados."
Dan riu. "Se você não subverte seus subordinados, eles eventualmente subirão mais alto do que você."
3 de Janeiro
Área-179: Scranton, Pensilvânia, Estados Unidos da América
Justificativa para a Rejeição: Não entendo o que "ver se a senha funciona em maiúsculo" quer dizer — Sokolsky
Dr. Jay Dune amassou o pedaço de papel e o jogou na lixeira. Ele errou. "Puta merda."
"ISSO É O MELHOR QUE VOCÊ PODE FAZER, BRAÇOS DE ESPAGUETE?" O enorme pedaço de carne barbuda do outro lado da mesa estava rindo. "MINHA AVÓ JKOGA COM MAIS PRECISÃO DO QUE ISSO. EU JÁ JOGUEI MINHA AVÓ COM MAIS PRECISÃO DO QUE ISSO, E ELA GOSTOU DISSO MAIS DO QUE VOCÊ JÁ FEZ UMA MULHER GOSTAR DE QUALQUER COISA! ISSO ME ESCAPOU UM POUCO."
"Mais do que um pouco," Dune resmungou.
HOGSLICE bufou. "PELO MENOS NÃO IMPRIMI UM E-MAIL SÓ PARA QUE EU PUDESSE JOGÁ-LO FORA, COMO UM CORNO BETA DE MERDA."
"Eu cuido disso!" Exclamou o segurança exaltado sentado ao lado de HOGSLICE. "Um olhar pra FACA DA MORTE e ele vai desejar ter entendido o que você estava falando! O que eu não consegui. Eu não entendi, o que você estava falando. Eu não estava prestando atenção."
"Sabe de uma coisa? Eu entendo." Dune vasculhou os papéis em sua mesa, procurando o menu de entrega do Taco Bell. "Eu rejeitaria você também."
"NÃO DEIXE PEQUENOS OBSTÁCULOS TE DESANIMAREM, RAPAZINHO." HOGSLICE recostou-se na cadeira, enchendo o escritório com o som de plástico rachando. "OU, VOCÊ SABE, VÁ EM FRENTE. MERDINHAS FRACOTES COMO VOCÊ CONSEGUEM SE ANIMAR BEM BARATINHO DE QUALQUER FORMA."
3 de Janeiro
Sítio-228: Local Não Revelado, Hungria
Justificativa para a Rejeição: Você não se candidatou — Sokolsky
Era quase impossível agendar algo tão importante quanto esse encontro pelos canais apropriados: a burocracia arraigada da Fundação. Diretora Iona Varga do Sítio-91, no entanto, nunca renunciou totalmente aos amplos poderes discricionários que ela adquiriu do Projeto Hecatônquiros, e ela tinha interesse em fazer esse encontro funcionar. Ainda assim, ela ficou surpresa com a rapidez com que seus contatos que tinham contatos que tinham contatos na Mão da Serpente voltaram para ela com uma resposta: sim, uma reunião em um local neutro, para discutir a recente violação flagrante de sua paz desconfortável, seria possível. Nada foi prometido, nada foi formal, mas esse pequeno gesto de boa vontade foi surpreendente.
O Sítio-91, tendo acabado de ser atacado por um agente da Mão da Serpente, estava fora de questão como local. Assim como a Biblioteca do Viajante, além de cujos portais nenhum agente da Fundação podia cruzar… exceto o que Zavia Morse havia lançado por uma Via depois de seu arrombamento malfeito à Casa de Eckhart.
O que estava sentado do outro lado da mesa de piquenique agora, bufando de frio.
O Sítio-228 ainda era um Sítio, é claro, mas ele não tinha nada a ver com a corrida armamentista mágica entre a Mão e a Fundação, e como o que estava em jogo nessa reunião era muito pouco — Varga não esperava muito, e a julgar por quem eles enviaram junto com seu prisioneiro, os Bibliotecários também não — este encontro além de seus muros, no firo, foi satisfatório para ambas as partes.
Ela tentou analisar seu equivalente; isso era difícil, visto que seu equivalente era um polvo grande que não parava ou não conseguia parar de soluçar.
Zavia Morse se contorcia no banco ao lado dela. Ela estava usando um uniforme de detenta que se destacava por completo contra a neve ao redor. "Então… olá. Fadh. Olá Fadh."
Fahd Naaji não estava mais usando seu uniforme de segurança, mas uma túnica justa sobre roupas simples de lã. Parecia bem aconchegante. "Zavia." As palavras não eram tão calorosas.
Morse olhou para a superfície da mesa.
"Obrigada por concordar em se encontrar comigo." Varga tinha um longo discurso planejado; ela era uma planejadora por natureza.
O polvo sacudiu um tentáculo no ar, e Varga percebeu um vago indício de dispensa nele. "Esqueça o discurso. Não estou autorizado a concordar com nada. Eles mal me autorizaram a usar as instalações por minha própria iniciativa."
Varga se recalibrou mentalmente. "Então para que é esta reunião?"
"Eu tenho uma mensagem." Ele sacudiu seu tentáculo para Naaji, e então para Morse. "Mande eles embora, você vai querer ouvir isso."
Varga se virou para os guardas que vigiavam atrás dela. Ela não precisou dizer nada; eles se aproximaram da mesa e esperaram que os dois prisioneiros se levantassem.
Naaji se aproximou de Morse com cautela, uma mistura de emoções conflitantes evidente em seu rosto. De sua parte, ela não o olhava nos olhos.
Ele enfiou a mão no roupão e tirou… um estojo de Blu-Ray? Varga não conseguiu distinguir a capa, mas parecia algo com Jean Reno nela. Ele o colocou na linha dos olhos de Morse.
Ela ergueu a vista e encontrou seus olhos, e acenou com a cabeça. Os guardas os escoltaram para longe.
Varga não os viu partir; ela observou o polvo em vez disso. "Uma mensagem longa, é?"
O polvo tremeu (ou talvez estremeceu) e respondeu: "Menos longa do que importante. Você vai querer confirmar o que eu te digo. Então você terá mais perguntas. Eu não terei respostas, mas as levarei para quem terá."
Varga esfregou as mãos. Ela estava sentindo o frio agora também. "Isso é mais do que apenas uma troca de prisioneiros."
O cefalópode fez uma tentativa de um balançar de cabeça. "Sim, e não. Se esses dois puderem cobrir a distância, pode se rum bom sinal. Você e eu, e nossos amigos, podemos ter que fazer o mesmo em breve." Ele soluçou novamente. "Todos nós vamos ter que começar a levar as coisas mais a sério."
"Por quê?"
Ele se estremeceu novamente. "Mudanças estão por vir, Diretora Varga."
3 de Janeiro
Sítio-246: Lago Superior, Minnesota, Estados Unidos da América
Proposta de Uso: Trancar SCP-5109 nos cofres do Sítio-246 e esquecer dele. Parar de atear fogos.
REJEITADO
O Lago Superior estava congelando; em poucas semanas não haveria mais transporte pelas Soo Locks, e o Sítio-246 estaria bem e verdadeiramente isolado. Os últimos submersíveis haviam sido trazidos, enterrados nas entranhas dos navios porta-contêineres da Fundação, e já estavam em doca soca em antecipação a um longo e lento trabalho de inverno. Algumas dúzias de técnicos estavam correndo de um lado para o outro neles agora, ansiosos para começar o que era simultaneamente o único trabalho que valia a pena que eles faziam em semanas e a única distração que eles tinham de suas vidas no porão do gichi-gami.
O Sítio-246 estava localizado a um quarto de quilômetro abaixo da superfície do maior lago do mundo.
Para muitos, isso era um destacamento de punição. Os dias de glória do Sítio não eram menos mitológicos para a maioria de sua equipe do que suas origens na década de 1930; para quem não tinha estado no Sítio antes dos eventos desastrosos de Março de 1990, era difícil imaginar o lugar como algo além de um sepulcro.
Cody Westbrook era seu rei sepultado, amaldiçoado com a honra de ser o Diretor do Sítio. A resposta de Sokolsky chegara no último navio, e ele a segurava com as duas mãos enquanto lia. Suas mãos nem sempre foram tão trêmulas, seu rosto nem sempre foi tão magro, e nem sempre foi tão fácil compará-lo a alguém morto e enterrado.
Ele tinha isso em comum com seu Sítio. Por um breve e aterrorizante momento, esta câmara secreta do coração congelado da América foi um reduto inestimável para uma Fundação simultaneamente envolvida em uma Guerra Mundial e uma Guerra Oculta. Propostas como a dele foram feitas e aceitas para uma ampla gama de artefatos preciosos demais para serem destruídos, mas perigosos demais para serem mantidos no mundo acima. Mas quando as guerras terminaram, o 246 tornou-se um constrangimento subaquático. Inundado e esquecido, ele começou a se desfazer até a década de sessenta, daí teve um breve renascimento, e então caiu em desuso até os anos oitenta, quando a necessidade de manter um agente taumatúrgico em um ambiente controlado estimulou um segundo impulso de construção.
Esse mesmo agente, anos depois, quase destruiu o Sítio. Sua ausência arruinou o que restava; como antes, parecia haver poucas razões para continuar mantendo um experimento tão caro.
Mas o fato de estar sobre seu próprio cadáver, o antigo Sítio afundado nas ruínas do mais velho, servia como um lembrete de como era difícil construir uma instalação no leito de um lago — impossível, na verdade, na era moderna de vigilância omnidirecional constante. De qualquer forma, a Fundação não poderia construí-lo novamente a um custo menor do que o necessário para mantê-lo mais ou menos intacto, então, como o próprio Westbrook, ele permaneceu em um padrão de espera no fundo do Lago Superior. Nada mais começava lá. Nada realmente terminava, também, mas esperar pelo fim? Com certeza.
Por causa da destruição explosiva do Anexo de Treinamento de Ativos Especiais em 1990, havia portas internas que não abriam mais porque não havia nada além de água e escombros do outro lado. Por causa dos erros de Westbrook, as bombas, canos e ventiladores sempre pulsantes ocasionalmente crepitavam, chacoalhavam e soltavam faíscas, e o que antes foi uma maravilha tecnológica era agora pouco mais do que um ralo no fundo do lago.
Cody Westbrook era o rei do purgatório — mas não, essa ainda não era a metáfora certa. As pessoas no purgatório podiam esperar pela redenção no final. Ele fizera planos, planos inteligentes, planos brilhantes, ele brincara com fogo e passara a amá-lo, e isso lhe custara tudo.
Na medida em que ainda tinha esperanças, ele esperava que não houvesse muitos mais homens como ele no mundo.
Justificativa para a Rejeição: Aprendo com meus próprios erros. Guarde os seus para si mesmo — Sokolsky
Suas esperanças não eram fortes.
3 de Janeiro
Sítio-322: Pensilvânia, Estados Unidos da América
Justificativa para a Rejeição: Eu já disse não ao negócio do só em maiúsculo — Sokolsky
"Que negócio de só em maiúsculo?" Diretor Paul Lague olhava para a carta impressa. "Espera, será que o Dune… desgraça." Ele resistiu à vontade de rasgar a carta, em vez disso procurando por uma pasta onde enfiá-la. Na falta disso, ele abriu uma gaveta da escrivaninha; ele precisava da coisa fora de sua vista. Foi bom fechar a gaveta com força novamente, pelo menos. "Eu disse a ele que queria a senha para o Programa de Integração! Falar 'só em maiúsculo' — que é uma maneira ridícula de falar isso, a propósito — não tem nada a ver com isso."
VOCÊ DEVERIA TER ME DEIXADO CUIDAR DISSO, declarou a máquina de chicletes senciente. COISAS COMO ESSA NUNCA ACONTECIAM QUANDO EU ERA DIRETOR DO SÍTIO.
"Você," disse Lague, bem lentamente, "nunca foi Diretor de Sítio."
"ESPERE," gritou o gigantesco guerreiro barbudo parado na porta. "INTEGRAÇÃO O QUÊ? ACHEI QUE VOCÊ QUERIA GRAVAR A SENHA NA MINHA ETERNA PRESA DE BALEIA."
Lague tirou o boné dos Philly Eagles e rapidamente coçou o topo da cabeça. "Isso não tem nada a ver com presas de baleia, Scordoh."
"O QUÊ? O QUE VOCÊ DISSE?"
"EU DISSE QUE ISSO NÃO TEM NADA A VER COM PRESAS DE BALEIA, SCORDOH!"
VOCÊ TAMBÉM DISSE QUE ISSO NÃO TINHA NADA A VER COM TUDO EM MAIÚSCULO, MAS AQUI ESTAMOS.
3 de Janeiro
Sítio-666: Las Vegas, Nevada, Estados Unidos da América
Justificativa para a Rejeição: Gosto de dizer 'não' para você — Sokolsky
"É, entendo isso." Diretor Randall House desconectou da SCiPNET. "Eu teria feito o mesmo com ele."
"Mas onde isso nos deixa?" O sujeito tímido, com cara de contador, sentado na mesa de supervilão de House estremecia à luz do sol nas janelas de supervilão, expondo seus minúsculos óculos redondos à força total do sol de Nevada. House não era um supervilão, mas era um homem poderoso em Las Vegas, então havia certas expectativas.
O Diretor bateu em sua mesa com as duas mãos e se levantou. "Isso foi um tiro no escuro de qualquer maneira. Acho que deveria ter perguntado a você primeiro, mas: você tinha certeza de que tinha uma para começo de conversa?"
O homem pareceu ofendido. "Claro que eu tinha uma. Você não tem uma?"
"Claro que eu tenho uma. Mas a minha não poderia ser alguma frase maluca de quarenta e um caracteres."
"Certeza? Você já viu a sua?"
House inclinou a cabeça. "Boa."
"Eu poderia pegá-la de você, se você quiser e c—"
"Boa! Eu cedi o argumento." House começou a andar de um lado para o outro em seu enorme escritório, apreciando o som de seus sapatos de marca nos azulejos de marca. Este era um lugar para projetos, sejam eles virtuosos, nefastos ou mesmo infernais. "Bem, nós entramos em contato com todos os cassinos locais — não é pouca coisa, você entende — e não encontramos nada. Para quem quer que seu chefe vendeu ela, a pessoa não era daqui. Essa é a única razão pela qual eu considerei a possibilidade do 5109."
O homenzinho estremeceu. "Eu simplesmente não me sinto bem sem ela. Os primeiros cem anos foram bem, mas agora… eu não sei. Talvez eu só esteja amadurecendo, e as coisas filosóficas começam a pesar em você."
"Você já tentou perguntar ao seu chefe para quem ele a vendeu?" House se espreguiçou, parecendo por um momento quase angelical à luz do sol. Era um contraste dramático com seu ambiente degenerado.
O homem bufou. "Se você sabe como fazer um reclamação de RH para a Fábrica, sou todo ouvidos." Ele estendeu a mão e pegou o chapéu da mesa de House, colocando-o cuidadosamente em sua cabeça sobre os dois chifres minúsculos que espreitavam por baixo de seu corte de escova. "Enfim, obrigado pela atualização. Terei mais informações para você amanhã."
House acenou com a cabeça. "Vamos continuar. Caçar almas é um jogo difícil em Subvegas."
3 de Janeiro
Área-32: Mare Imbrium, Bacia de Imbrium, Superfície Lunar
Justificativa para a Rejeição: Me diga que isso não foi uma coincidência — Sokolsky
Cyrus Hourdoon, um dos únicos funcionários de nível Diretor da Fundação a não ser um residente do planeta Terra, esperava impacientemente que a câmara de ar para o compartimento de carga fosse ciclada. Quando a pressão foi devidamente equalizada, ele se virou para o técnico de manutenção e acenou secamente com a cabeça. O técnico girou a pesada roda da porta no sentido hor´rio, e o representante do Comitê de Ética de Hourdoon empurrou a porta ele mesmo.
"Liberado," disse Hourdoon. O técnico fez uma saudação inteligente o suficiente para evitar rebaixamento instantâneo e foi embora.
Devlin inston desafivelou seu capaceto, e Hourdoon não o ajudou a removê-lo. Isso não foi inesperado.
"Bem?" perguntou o Diretor, uma vez que a desmontagem desajeitada estava completa.
Winston suspirou. "Ele estava… eu não sei. Ele é tão bombástico, é difícil dizer. Ele começou com o mesmo de sempre, aquilo de 'Saudações, povo lunático da lua', mas quando eu disse a ele que não conseguimos obter a senhar… não sei. Acho que ele ficou meio desapontado."
Eles caminharam pelo corredor até a janela externa mais próxima. Ao longo, na superfície lunar monocromática, havia algo que parecia um astronauta em um velho traje EMU2 da NASA — mas não era. Ele olhava cabisbaixo para o sol.
"Ele realmente parece decepcionado," concordou Hourdoon. "Ele pelo menos te disse para que quer o 5109?"
Winston franziu a testa. "Você sabe como ele fala, é difícil separar os detalhes da bobagem. Mas acho… que ele queria dar a senha… como um presente. Para alguém."
Hordoon piscou. "Um presente."
"É."
"Que tipo de alguém?"
Winston encolheu os ombros. "Uma mulher. 'A moça mais bela em todo o cosmos, e eu quero dizer no cosmos', disse ele. Ou algo assim. E então ele divagou por alguns minutos sobre como ele quis dizer 'mais bela' metaforicamente, porque ela é na verdade totalmente escura."
"Desde que ele não esteja entrando de novo, eu não ligo." Hourdoon parecia subitamente perturbado.
Winston ergueu uma sobrancelha. "'De novo'?"
Hourdoon não faria contato visual. "Seu predecessor o convidou para um evento social. Para 'descomprimir'. Essa foi a palavra que ele escolheu."
Winston estremeceu.
"Talvez devêssemos apresentá-lo ao 3609," sugeriu Winston. "Ouvi dizer que ele gosta de cachorros. Talvez ele gostaria de conhecer um cachorro da lua?"
Eles assistiram enquanto o Campeão da Lua colocava uma luva sobre seu coração — se ele tinha um coração — e estendia a outra para o sol.
3 de Janeiro
Sítio-54: Leipzig, Estado Livre da Saxônia, República Federal da Alemanha
Justificativa para a Rejeição: Não li seu pedido. Eu não mandaria minha preciosa senha para sua fábrica de acidentes nem se vocês fossem o último Sítio na Terra — Sokolsky
Maximilian Vroom, Chefe Interino de Identidade e Tecnocriptografia do Sítio-43 — e muito provavelmente prestes a perder o "Interino" depois do acontecido — estava diante da massa de maquinário confuso e experimentava tanta preocupação quanto para o que seu cérebro tinha espaço.
Isso não era muita preocupação, porque seu cérebro já estava bastante cheio.
"É simples." Diretora Imogen Tarrow gesticulou para o Reestabilizador Conceitual. "Bem, tá, isso não é, mas o que faremos com isso… bem. Tá. É simples descrever o efeito final, é o que quero dizer. Essa coisa é capaz de alterações direcionadas a conceitos abstratos. É perigosa pra caralho, e nunca a usamos a menos que seja absoluta e positivamente necessário. Precisamos ser capazes de colocar uma dose incrivelmente sólida de um conceito para reestabilizá-lo — para revertê-lo ao normal ou algo próximo. Você estará nos fornecendo essa dose."
Vroom balançou a cabeça. A ação parecia lenta e pesada. Ele tinha quase todas as cópias existentes de SCP-5109 em sua cabeça.
"Já que você tem tanto 5109 dentro de você, devemos ser capazes de definir seus parâmetros com um grau extremamente alto de precisão. O plano é reduzir o objeto, cortar o número de instâncias — já que que ele é inerentemente um construto único para cada universo — até ser único por detentor."
Vroom franziu a testa. "Então você vai transformar todas as minhas senhas em uma só." Ele já podia imaginar a sensação de sucção em seu cérebro. Isso estava dando a ele uma enxaqueca.
"Correto."
"E o Shinoda Souda? Ele nunca devolveu sua cópia."
Tarrow encolheu os ombros. "Ele provavelmente vai ficar com ela. Mas ele está em coma, certo? Então não é como se isso importasse muito."
Ele não podia discutir com isso. "O que você acha que o espião queria com o Reestabilizador? Talvez ele quisesse fazer mais senhas?"
"Não é assim que a banda toca. Isso não é um desestabilizador conceitual. Pode ser que ele tinha outra coisa em mente para reestabilizar. Jamais saberemos." Ela parou. "Alguém vai saber. Quem quer que esteja o interrogando. Você e eu, no entanto, provavelmente nunca saberemos."
Vroom podia sentir as senhas se movendo para o lado para dar mais espaço para a ansiedade, então ele acenou a cabeça com o que esperava que parecesse uma determinação sólida. "Estou pronto quando você estiver, Diretora."
Tarrow deu um tapinha no ombro dele. "Estou surpresa que o seu Dr. Sokolsky não tenha vindo ver."
Vroom sorriu. "Ele adora suas cinquenta e quatro senhas. Duvido que ele aguente nos ver transformar elas em duas."
4 de Janeiro
Sítio-87: Sloth's Pit, Condado de Douglas, Wisconsin, Estados Unidos da Améric
Proposta de Uso: Conduzir um programa de estudo de longo prazo sobre SCP-5109 dentro dos limites de Nx-18, explorando a intensidade da energia narrativa localizada para provocar novas e mais interessantes aplicações.
"Olá estranho."
"Não sou ninguém estranho a você." Haroild Breaker se acomodou na cadeira do refeitório, estremecendo ao fazê-lo.
Um pensamento ocorreu a Ryan Melbourne, e ele se obrigou a não dizê-lo em voz alta. "Ficando velho, Breaker?" Droga.
Breaker limpou a garganta, apenas provando ainda mais o ponto. "Você não é nenhum frango primavera também." Ele apontou para o sanduíche na mão de Melbourne. "Qual é o especial de hoje."
"Frango primavera."
"Muito engraçado. É janeiro."
"É, não recomendaria." Ele deu uma mordida. "A única coisa que permanece a mesma é a comida do refeitório."
Eles ficaram em silêncio por um momento, enquanto Breaker examinava seu amigo e Melbourne examina seu sanduíche. Breaker qubrou o silêncio primeiro. "5031 quebra a contenção."
Melbourne riu, quase engasgando com a boca cheia de carne e pão. "Vamos fazer isso de novo? Tudo bem." Ele engoliu. "Hã… Acho que eu simplesmente não entro na cozinha? Onde ele estará cozinhando comida de verdade. Ou, que se foda, eu entro na cozinha e como a comida. Você ao menos leu esse arquivo? Ele não é nem um monstro assassino."
Breaker balançou a mão em desdém. "Tá, sua vez."
"SCP-INTEIRO… ahm… ahm…"
"Boa! Você não é inteligente o suficiente para entender esse também." Breaker sacudiu a cabeça. "E você se considera um memetista. Surto em massa de 5079."
"Eu faço sopa de cogumelos e deixo de lado o frango." Ele largou o sanduíche em sua bandeja. "5070 se reproduz assexuadamente e ataca em grupos."
"5070?"
"Aquele grampeador vampiro que eles encontraram algumas semanas atrás."
Breaker limpou a garganta novamente. "Eu coloco eles para trabalhar na sala de correspondência. 5992 quebra contenção."
"Tenho certeza que 5992 é uma caverna, cara. Não conta, ainda é sua vez."
Breaker sacudiu a cabeça. "Tantas cavernas, hoje em dia. Tá, uh, 4752…"
"É uma montanha."
Breaker bateu na mesa com uma mão, fazendo os talheres em suas bandejas pularem. "Tá, o jogo está morto. O jogo não funciona mais."
Melbourne encolheu os ombros. "É lógico, na verdade. Pegamos a maioria dos monstros originais cedo, eles são muito evidentes, mas você sempre pode encontrar alguma coisa nova estranha vasculhando." Seu telefone vibrou em seu bolso, e ele o pegou. "Então, ham… 5109?!"
Breaker piscou. "Eu não conheço esse. Qual é esse?"
"5109!" Melbourne saltou de sua cadeira, que disparou para trás e caiu. "Eu consegui!" Ele bateu na mesa ele próprio. "Eu consegui, porra!" Ele esticou o dedo indicador e apontou ao redor do refeitório. "Vocês todos me devem dinheiro. Eu consegui. Assim como eu disse que conseguiria."
Três pesquisadores de cara entediada olharam brevemente para ele e depois desviaram o olhar novamente. Ninguém no Sítio-87 devia a Ryan Melbourne mais dinheiro do que ele devia a eles.
ACEITO
4 de Janeiro
Sítio-43: Condado Lambton, Ontário, Canadá
Proposta de Uso: Senha da 43NET para o Chefe de Administração e Supervisão do Sítio-43.
"Ahh," disse Sokolsky. "Finalmente uma volta completa, hein?"
Karen Elstrom balançou a cabeça. "Nada mais justo."
"Concordo! Concordo." Ele colocou o pequeno aviso em sua mesa e saiu de seu escritório.
Justificativa para a Rejeição: Achado não é roubado.
"Eu não jogo limpo," ele gritou da entrada.
William Wettle esperava do lado de fora da porta do dormitório de Sokolsky, um olhar constipado no rosto. Constipação emocional. O homem tinha Algo a Dizer.
"Bem," Sokolsky suspirou. "Diga seu algo."
"Não estrague tudo," disse Wettle.
Sokolsky balançou a cabeça. "E eu não estraguei! Viva para mim."
Wettle sacudiu a cabeça, enviando seus óculos voando para o chão. Ele praguejou. "Não," disse ele, se abaixando para pegá-los de volta — e pisando neles com um croc alto. "PORRA. Não. Não é isso que quis dizer." Ele se levantou sem pegar os óculos, chutando-os pelo corredor com a sola do sapato e tirando um novo par do bolso do jaleco. "Quero dizer, o bilhete que você me deu quando eu fui à Sloth's Pit. 'Não estrague tudo'. É isso que você queria que eu visse, no momento da crise."
Sokolsky balançou a cabeça.
Wettle parecia miserável, mesmo para seus padrões. Ele não olhou nos olhos de Sokolsky enquanto colocava o novo par de óculos. "Eu só… Eu não sei. Você me mandou para lá, me deu algo para eu conquistar, e confiou em mim para… é. Você sabia que eu conseguia." Ele soltou um suspiro alto e barulhento e fixou os olhos no queixo de Sokolsky. "Você acreditou em mim, e é por isso que as coisas funcionaram. Obrigado… sim. Obrigado."
Sokolsky deixou o calor pairar no ar por apenas um momento, e então riu na cara dele.
"Willie, seu idiota. Eu sabia de fato que a única maneira de você não estragar as coisas daqui até o Natal era se eu fizesse de você um azarão. Foi isso que a Narrativa de Sloth's Pit aproveitou — o quão patético e inútil você é. Te dar uma vitória nessas circunstâncias era uma história irresistível!'
Wettle, estranhamente, estava sem palavras. Seus olhinhos de porquinho girando loucamente.
"Eu absolutamente não acreditava em você, e ainda não acredito." Sokolsky deu-lhe um tapinha nos ombros e sorriu. "É por isso que as coisas deram certo."
Ele deixou o outro homem balbuciando no corredor.
2003
8 de Setembro
Ele acordou com o som de sua própria voz em sua cabeça. Isso, por si só, não era novidade. Ele não precisava de muito sono, e seu cérebro tendia a girar rápido. Sempre havia um novo esquema para esquematizar.
Ele, no entanto, não estava acostumado com seu monólogo interno acordando antes dele.
ndo nisso ou não? Não me deixe na pista, Daniil. Alô? Alô? Diab
"Olá?" Disse ele, flando com a luminária pendurada acima de sua cama do dormitório. "Quem está falando? Na minha cabeça?"
Você, idiota. Agora ouça com atenção. Hoje é dia 8 de setembro de 2003?
"Sim…?"
Vá ao escritório de Harold Blank por volta das seis da tarde. Ele estará fora. Se esconda debaixo da mesa."
Ele se sentou na beirada da cama. "Por quê?"
Você vai ver.
Ele calçou os chinelos e se levantou. "Você é do futuro? Ou de um universo alternativo?"
Teremos bastante tempo para exposição mais tarde. Vá tomar seu banho matinal.
Ele se espreguiçou e atravessou o dormitório.
Ele parou.
"Você não… você vai ficar na minha cabeça até as seis da tarde?"
Sim. Isso não funcionará de outra forma.
"O que não vai funcionar?"
Foder absolutamente todo mundo de uma maneira que eles nunca vão entender.
Ele não precisava ouvir mais nada.
Mas ele ouviu mesmo assim. Ah, e quase esqueci: o Canhão REISNO. Vou precisar que você se certifique que ele seja inventado. Pegue um lápis e um caderno.
"Depois do banho?"
Sim, depois do banho.
2021
4 de Janeiro
Sozinho na segurança de seu dormitório, seguro no conhecimento de que todos os feitos foram realizados — ele sentiu mudança sutil na noosfera que significava que a reestabilização conceitual estava completa, e as instâncias extras da senha se queimaram da mente de Max Vroom — Sokolsky se olhou no espelho e sorriu.
Mais.
Mais.
E mais ainda.
Por que você não diz isso em voz alta? Pensou ele. Isso era realmente ele pensando, desta vez. Não custa nada.
"Foi isso que o Willie pensou," ele riu. Mas ainda se podia fazer isso, de forma perfeitamente segura, mesmo no caso extremamente improvável de alguém estar de alguma forma ouvindo.
Ele não precisava dizer isso em voz alta, mas parecia a coisa certa a fazer. Para comemorar. Para finalizar. Porque sim.
Então, ele falou. As letras começavam antes dos números, então ele começou com os números em vez disso. "Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete." Fora de contexto, embora em sua devida ordem, eles passavam sem intercorrências no ar.