escrito por stormbreath
traduzido por L200
Parece que ser arrastada de volta do túmulo e jogada no mundo dos vivos deixou você com o estômago completamente vazio. Certamente não ajuda que a última vez que você saiu para comer algo foi exatamente quando você morreu, e eles te pegaram antes que você conseguisse fazer a festa. Seu estômago está completamente vazio.
O que você precisa é de uma boa e sólida refeição.
Você consegue sentir o cheiro de algumas opções. Porém elas estão todas bem distantes, e algumas delas têm aquele cheiro estranho que você sentiu na sua última tentativa de refeição, que (obviamente) não se saiu muito bem. Você não conseguiu nem encontrar nada para comer quando apareceu naquela hora, e todo mundo começou a atacar você.
Você não quer ser exigente, já que você está absolutamente morrendo de fome. Mas você também não pode se dar ao luxo de estragar essa refeição: você precisa arrumar uma boa refeição com certeza, nenhum osso duro de roer. Bem, você comerá os ossos também, se tiver a oportunidade. Você acha que eles são uma das partes mais satisfatórias da refeição.
Há um bom alvo perto de você. Grande o suficiente para alimentar você por um bom tempo, mas não tão grande que você esteja preocupada que vá ser uma luta difícil. Você não cai com facilidade (você é a Rainha, como está), mas neste estado enfraquecido, pode ser difícil. Sua presa escolhida está um pouco longe — quase três dias de distância — mas você pode chegar lá sem problemas.
Você se levanta do chão e vira a cabeça para o oceano. Seus olhos mudaram desde que você acordou. Eles têm novos modos de ver o mundo. Você não tem certeza de como eles funcionam. Ou o que eles fizeram com você faz. Há todo tipo de metal em sua cabeça e seu corpo e um zumbido que tentava mandar em você. Você pensou bastante sobre isso e decidiu não ouvir o zumbido. Ele parou logo depois disso. Se você se concentrasse, provavelmente poderia forçar a rejeição de todo o metal e curar a ferida, mas você não tem certeza se tem energia suficiente para isso. Enquanto isso, você acha que ele está permitindo que você se levante, então é melhor deixá-lo ficar.
Uma de suas mãos se estende e uma garra se parte e se crava no chão. Você está no meio de um conjunto de edifícios e, embora você tenha derretido o telhado como a primeira coisa que você fez ao acordar, ainda há muitos escombros ao seu redor. Escombros e fogo. Não faz tanto tempo. Outra mão se estende e faz o mesmo, depois outra, depois outra e outra. Então você repete isso com todas.
Você se puxa para o mar. No passado, você teria força suficiente para se apoiar nos tentáculos traseiros e se puxar dessa maneira, mas você nunca se sentiu pior em toda a sua vida. Diabos, você pode ir além disso, já que estar **morta* era melhor do que isso. É uma luta entrar na água. Os insetos surtam com seus movimentos, mas você não os escuta. Você nunca os escutou.
Mas assim que você entra na água, você imediatamente se sente melhor. Esta é a sua casa, é onde você pertence. Você entra e começa a nadar. Movendo seus tentáculos novamente, sentindo o frio invadir suas escamas. É revigorante e você se sente como o seu antigo eu novamente. Quase. Uma refeição ajudará com os últimos 80% que estão faltando.
Você tem nadado faz dois dias, um nado meio mancado. A distância entre você e sua presa era grande, mas mesmo deixando isso de lado, você não está em condições de se mover tão rápido quanto está acostumada. Todo esse metal e magia estranhos em seu sistema estão confundindo você, embora você esteja um pouco mais familiarizada com a maior parte disso agora. Eles resistiram a você no início, mas você os dobrou sobre sua vontade e os partiu ao meio.
Mas aqui está você. Você encontrou sua presa.
Ela está logo abaixo de você.
Cem léguas abaixo do mar.
Ela não faz a menor ideia de que você está aqui.
Você mergulha direto para baixo.
A criatura que você escolheu como refeição é uma grande fera com um casco duro. Uma espécie de ilha cresce nas costas, afogada e revivida sempre que mergulha no mar. O tipo de fera que viveu por milhares de anos enganando almas perdidas fazendo-as pensar que era uma ilha e as afogando em seu rastro. Tudo isso se revela para você nos cinco olhos de sua mente. Ela é um súdito em seu reino e a totalidade de sua existência é seu domínio. Sua hora chegou.
Você bate na parte de trás do casco e agarra a borda. A criatura se contorce embaixo de você, e você simplesmente rasteja para frente e morde o pescoço da fera. O oceano frio ao seu redor fica quente com o calor do sangue vermelho. A fera se contorce e retorce para longe de você, mas suas mandíbulas estão presas e fechadas no pescoço.
A criatura é forte, mas você é mais forte. Ela é rápida, mas você é mais rápida. Ela é grande, mas você é maior. Suas escamas são duras, mas seus dentes são mais duros. A criatura viveu por bastante tempo, mas você acaba de sobreviver mais do que ela.
É uma refeição abundante e leva horas para consumir tudo. (E você quer dizer tudo mesmo — sobrando nada, nem mesmo um pedaço de osso.) A refeição queima e se transforma em seu estômago, catalisando em poder bruto dentro de sua goela. Energia flui através de você e você se sente melhor do que nunca. Pode ser apenas o fato de você ter ficado morta por dez anos ou o fato de que você estava morrendo de fome mesmo ante de morrer, mas esta pode ter sido a melhor refeição que você já teve.
Você sobe à superfície. Não é preciso muito esforço. Você está muito mais forte do que costumava ser. Tudo é muito mais fácil agora. Tudo é muito mais claro, também. O influxo de poder deformou e torceu o metal que foi forçado sobre você e o alinhou com seu espírito: ele é tão parte de você quando a sua carne, agora, e não parece mais alienígena.
Você olha para fora novamente com seus outros sentidos. Os que vão acima. Você fazia isso para encontrar presas, mas você não estava procurando nada além de uma refeição, e isso te distraiu do que poderia ter encontrado. (Mas quem pode culpá-la? Você estava com muita fome.) Mas quando você olha para fora desta vez, você vê muito mais.
Um reino. Feras fervilhantes. Dezenas delas, todas grandes e poderosas e grandiosas, em todo o mundo. Você sempre soube de seu lugar, concedido a você por direito divino, mas você nunca teve súditos suficientes para reivindicá-lo. Mas agora… existe um mundo. Um mundo de monstros. Maduro para tomar: todo seu.