SCP-002-PT-J
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Item nº: SCP-002-PT-J

Nível de Ameaça: Amarelo

Classe do Objeto: Apoleão

Procedimentos Especiais de Contenção: Esforços de contenção devem ser conduzidos pela FTM PT9-ε ("Carochinhas"). Agentes da Força-Tarefa deverão criar campanhas de desinformação, estimular discussões e publicar colunas de opinião que apontem 'ideologia de gênero', 'pansexualismo', 'comunismo' e 'maconheiros' como responsáveis pelos efeitos anômalos de SCP-002-PT-J.

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SCP-002-A-PT-J e SCP-002-B-PT-J.1

Descrição: SCP-002-PT-J são eventos interligados resultante da união de SCP-002-A-PT-J e SCP-002-B-PT-J. Tais eventos afetam negativamente a estrutura social, econômica e política presentes no Brasil. Estudos estão sendo feitos afim de encontrar a correlação entre SCP-002-A-PT-J e SCP-002-B-PT-J e o surgimento de SCP-002-PT-J, entretanto tentativas de contenção e neutralização foram cancelados devido à sua natureza resiliente.

A seguir foi anexado uma lista resumida de eventos confirmados como sendo desencadeados diretamente após SCP-002-PT-J ocorrer no dia 15/05/2018:

  • Greve de caminhoneiros ocorrida entre 21/05 e 30/5 de 2018;
  • Incêndio do Museu Nacional, RJ;
  • Divórcio de 44 casais pelo país;
  • Oficialização da União das Repúblicas Socialistas da América Latina;
  • Cancelamento do programa do governo do estado Bolsa Família, com seus fundos subsequentemente investidos no relançamento do livro Aparelho Sexual e Cia, de Hélène Bruller;
  • Produção de 40 a 80 lotes de refrigerante Mineirinho, fabricado pela Indústria de Bebidas Reflexa Ltda, contendo 4.2% de material orgânico originário do tecido epidérmico de fetos com 4 a 12 semanas de gestação.2
  • Empresas metalúrgicas mineradoras de nióbio têm quedas de até 65% de investimento na bolsa de valores, levando-as à falência;
  • Anfíbios nativos do interior do estado do Rio Grande do Sul e Ceará tornam-se mais susceptíveis à acasalarem com parceiros do mesmo sexo;
  • Início de produção da primeira temporada de um programa de palco direcionado ao público infantil apresentado por "Titia Dylon", uma personagem caracterizada por ser uma cozinheira excêntrica, interpretada pelo ex-cantor ex-Felipe Dylon;
  • Jogo do Fla Flu cancelado por falta de torcida organizada;
  • Efetivação de adoção de uma criança por pais do mesmo sexo;
  • Regeneração completa de SCP-682;
  • Aniquilação de sonhos e desejos ao lado da ██████████;3
  • Colapso literal e metafórico das estruturas familiares tradicionais;
  • Desenvolvimento de 'zonas de combate livre' em vizinhanças por todo o país.

SCP-002-A-PT-J é um humano do sexo masculino com 5 anos de idade, referido por conhecidos pelo codinome "Pedrinho". SCP-002-B-PT-J é uma saia composta por tule e algodão. Ambos não demonstram quaisquer efeitos anômalos quando isolados, incluindo composição e comportamento. Entretanto, quando unidos, SCP-002-A-PT-J emite efeitos de risco cognitivo a humanos adultos em um raio de 5 m que os faz sentir uma forte compulsão de observá-lo e protegê-lo de quaisquer tentativas de contenção pela Fundação.

Estratégias empregadas pela Fundação na tentativa de contra-atacar suas influências anômalas incluem: diálogo, uso de força física4, uso de armas letais5, suborno, imploração, suborno, oferta de fama e influência, oferta de iguarias açucaradas sortidas, sequestro-relâmpago e pedidos formais bem-educados.

Adendo: Entrevista feita voluntariamente com SCP-002-A-PT-J.

Dra. Falcão: Por que você usou aquela saia naquele dia?

SCP-002-A-PT-J: Ué, achei que eu ia ficar bonito, usando.

Dra. Falcão: Faz ideia das consequências disso? Não acha que foi longe demais?

SCP-002-A-PT-J: Uh, sim. Problema é seu, tia.

Dra. Falcão: Oh não, a audácia!

Dra. Falcão: transpira em ritmo acelerado

Dra. Falcão: Você está liberado.

SCP-002-A-PT-J: Posso dizer uma coisa antes, na gravação?

Dra. Falcão: Prossiga.

SCP-002-A-PT-J: Quando eu era um garotinho, meu pai me levou na cidade para ver uma banda marchando. Ele disse, "Filho, quando você crescer, você será o salvador dos destruídos, dos carrascos e dos condenados". Por que deveríamos nos restringir às normas de gênero impostas pela sociedade? Regras arbitrárias que não possuem nenhuma utilidade além de nos aprisionar, em estereótipos, arquétipos, que acabam estimulando o crescimento de preconceitos e ódio ao outro como se fossem tumores malignos. Uma sociedade educada não deve policiar a identidade dos seus cidadãos, deve oferecer ferramentas que protejam os que são considerados 'fora do normal', os mais vulneráveis à ataques violentos no dia-a-dia. Você sabia que mulheres transexuais são assassinadas com mais frequência no nosso país do que em qualquer outro? E não, a carreira que elas são obrigadas a tomar não deveria ser um fator que influencia o quanto vocês se chocam com essa informação. Mulheres trans buscam carreiras com prostituição com mais frequência do que os outros por necessidade, pois estatisticamente são muito mais prováveis de serem abandonadas por suas famílias e não terem nenhuma segurança financeira, além de, obviamente, sofrerem discriminação constante ao se candidatarem a empregos com carteira assinada. Ah, e quando eu falei sobre ter suporte público a pessoas 'fora do normal', eu não quero que vocês interpretem isso como eu dizendo que também deveríamos apoiar pedófilos ou zoófilos como gente integrando a mesma categoria que pessoas LGBT, de cor, ou pobres. Nós só estamos cansados de implorar que pare esse massacre do dia a dia, essa paranoia que é viver como alguém diferente, o medo que dá de nos expressarmos e acabarmos sendo fotografados por pessoas que nos olham como se fôssemos ratos estripados na calçada, como se passássemos doença só por ocupar o mesmo espaço que vocês. Exigimos respeito! Dito isso, eu quero tomar um pouco do tempo de todos vocês para contar a história de uma pessoa que aqui vou me referir apenas como 'Luzia'. Luzia era uma babá, cuidava de crianças da vizinhança como ganha-pão pois, devido à sua aparência obesa e sua pele negra, não conseguiu a carreira que sonhava, de ser engenheira militar. Conheci a Luzia quando tinha 35 anos, em um open bar lá na Teresina, ô pessoal da Teresina, diz um alô! Então, nesse dia a gente tomou uma caipiroska deliciosa, um pouco mais salgada do que tenho costume de tomar mas combinava com o clima e com o papo. Sabe, eu tenho costume de dizer isso, que o papo influencia muito em como você acaba absorvendo a essência do drinque; se tiver conversando sobre uma promoção, parece uma coisa mais doce, mais energética, enquanto se você tiver falando sobre seu vizinho que morreu, aí vai ser salgado, mas ao mesmo tempo com o gosto meio mudo, como se estivesse diluído. É sério, tenta notar isso na próxima saideira da sua turma. Falando em turma e coisa que alimenta, quer saber uma receita muito legal de carne de panela? Anota aí: um quilo de carne, pode ser acém, patinho ou lombo de porco, oito cebolas grandes cortadas em rodelas, três ou quatro cubos de caldo de carne. Forra o fundo de uma panela de pressão com metade das cebolas, aí esfarela um cubo de caldo de carne por cima das cebolas, depois bota toda a carne, tempera com o outro cubo de caldo de carne e cobre tudo com o resto das cebolas. Fecha a panela de pressão, sem botar água mesmo, e deixa cozinhar por vinte e cinco minutos, mais ou menos. Ah, nem falei antes, mas se quiser dá até pra adicionar umas batatas em rodelas, só deixar cozinhar por mais dez minutos. Depois que cozinha tudo você vai ver que as cebolas derretem quase todas com a pressão e elas mesmas fazem o caldo da carne, fica ó, uma delícia. Lá em casa nem rende direito de tão bom que fica. Mas então, sabe a diferença entre o poste, a mulher e o bambu? O poste dá luz em cima e a mulher dá luz embaixo.

Dra. Falcão: aplaude, lacrimejando

Equipe de Segurança: aplaude

EINSTEIN6: toca Aplausos - Efeito Sonoro - SFX #03.wav

Equipe de Segurança: vê o que parecia ser uma aeronave não tripulada pequena passando rápido, logo atrás uma espécie de exoesqueleto metálico armado com uma metralhadora, de repente, um estrondo ensurdecedor seguido de um clarão. Era o início da era das máquinas. Porque, se você parar para pensar sobre isso, as três Regras da Robótica são os princípios orientadores essenciais de boa parte dos sistemas éticos do mundo. É claro que todo ser humano supostamente tem o instinto de autopreservação. Essa é a regra três para um robô. Também todo ser humano "bom", com consciência social e senso de responsabilidade, deve adiar a autoridade adequada; para ouvir seu médico, seu chefe, seu governo, seu psiquiatra, seu companheiro; obedecer às leis, seguir regras, obedecer ao costume - mesmo quando interferem no conforto dele ou na segurança dele. Essa é a regra dois para um robô. Além disso, todo "bom" ser humano deve amar os outros como a si mesmo, proteger seu próximo, arriscar sua vida para salvar outro. Essa é a regra um para um robô. Em outras palavras, se Byerley segue todas as Regras da Robótica, ele pode ser um robô, e pode simplesmente ser um homem muito bom.

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