SCP-051-PT na zona de primeiro contacto
Item nº: SCP-051-PT
Classe do Objeto: Euclídeo
Nível de Ameaça: Laranja ●
Procedimentos Especiais de Contenção: SCP-051-PT deve ser contido numa sala circular com 17 metros de raio, equipada com 2 câmaras e 8 lastros reguláveis equidistantes do centro e entre si. O chão no centro da sala deve estar equipado com uma balança de alta precisão de 50cm de diâmetro. A sala deve estar equipada com vários dispersores de culturas microbióticas (bacterianas e/ou fúngicas). O objeto deve ser periodicamente guiado numa rota circular de 10cm de raio dentro da zona de contenção. SCP-051-PT deve estar contido num bloco metálico maciço, de dimensões 20x20x20cm. (PEC descontinuado; ver Adendo B-5)
Diagrama da Zona de Contenção de SCP-051-PT
Qualquer teste com intervenção humana envolvendo SCP-051-PT deve ser feito apenas com autorização de pelo menos dois Pesquisadores de Nível 3. Deve ser monitorizado cuidadosamente, e realizado apenas por Pesquisadores equipados com um Hazmat de Tipo 1 e um ARICA (Aparelho Respiratório Isolante de Circuito Aberto).
Aqueles que entram na zona de contenção devem evitar movimentos bruscos. Além disso, pelo menos um Pesquisador de Nível 2 ou superior deve estar presente a supervisionar os controlos dos lastros durante toda a duração do teste, caso sejam necessários ajustes manuais da posição do objeto.
A massa do objeto deve ser aferida antes e depois de qualquer teste com o mesmo. Em caso de variação, a zona de contenção deve ser colocada sob quarentena, e os dispersores de spray microbiótico devem ser ativados. No caso de um teste envolvendo um colaborador humano, o funcionário enviado deve ser desinfetado antes e depois do teste, numa câmara adjacente à zona de contenção. Qualquer detrito considerado como parte de SCP-051-PT deve então ser reinserido na zona de contenção, e a zona deve ser mantida em quarentena até que o objeto volte a estabilizar.
O ambiente dentro da zona de contenção deve ser mantido em condições de baixa humidade atmosférica.
Descrição: SCP-051-PT é um barco de arenito, com aproximadamente 13cm de comprimento, 8cm de largura e 5cm de altura. Qualquer tipo de interação com o objeto que resulte na desagregação de um ou mais grãos do mesmo resultará na desagregação celular progressiva de todos os organismos presentes num raio de 15 metros. A massa de células destruídas é exponencialmente maior do que a que foi removida do objeto, e os organismos mais próximos são os primeiros a ser marcados como alvos do efeito anómalo.
À medida que o objeto aplica este efeito, os grãos são naturalmente reagregados; em caso de não estar presente nenhum organismo no seu raio de atuação, a reagregação não acontece, mas coloca o objeto sob estresse (Ver Adendo C). O processo de reagregação é lento, levando vários dias para reagregar um único grão (ver Adendo B-2).
Os dois principais agentes erosivos que afetam SCP-051-PT são a ação mecânica e a humidade. Os efeitos de outros agentes erosivos (como som, luz ou radiação) foram considerados desprezíveis, sendo que afetam o objeto num ritmo inferior ao seu próprio ritmo de regeneração.
SCP-051-PT possui um nível limitado de autonomia, tendendo sempre a procurar contacto com agentes erosivos, visível sobretudo na sua atração por zonas com maior presença de humidade. Testes realizados com os lastros da zona de contenção mostraram que o objeto consegue mover-se a uma velocidade máxima de 0,5km/h. No entanto, também apresenta instinto de auto-preservação (ver Adendo B-3).
O objeto tem uma capacidade limitada de agregar elementos não pertencentes à sua composição original. Os limites desta capacidade ainda estão em teste (ver Adendo B-5).
Adendo A:
Relatório de Descoberta:
SCP-051-PT foi encontrado na Praia da Falésia, no Algarve, tendo-se presumidamente materializado a partir das formações rochosas da zona. O primeiro contacto foi estabelecido por um grupo de crianças, de idades 5, 7, e 11 anos, que inadvertidamente danificaram o objeto.
Cálculos posteriores determinaram que foi desagregada uma massa de █ gramas; deste evento resultou a morte de ██ civis. Uma Força-Tarefa Móvel e uma equipa de Especialistas de Contenção foram enviadas ao local, e o objeto foi contido antes que pudesse chegar à linha de costa. A todas as testemunhas civis foram administrados amnésticos de Classe B. SCP-051-PT foi transportado para o Sítio PT3, numa zona mais seca no Norte de Portugal, onde se encontra contido até hoje.
Adendo B:
Registos de Investigação:
Entrada #1:
Investigações ao local de descoberta e à disposição das baixas civis revelaram que o raio de atuação do objeto é aproximadamente 15 metros, e que os seus efeitos só se fazem sentir em seres vivos (tanto em escala macroscópica como microscópica).
Também se concluiu que o efeito do objeto começa numa célula aleatória do organismo, e espalha-se a partir dessa célula.
Foi-lhe atribuída a designação de SCP-051-PT.
Entrada #2:
Após várias semanas, observou-se que a massa desagregada aquando do incidente inicial foi reagregada. Análises da concentração microbiótica no ar da câmara revelaram que o ritmo do efeito de desagregação celular reduziu drasticamente, mas não foi anulado.
Investigação subsequente é necessária. Supõe-se que ainda hajam elementos dispersos de SCP-051-PT em falta.
Entrada #3:
As buscas foram grandemente facilitadas após ter sido detetada uma pequena massa de grãos soltos e poeiras deslocando-se em direção ao Sítio PT3. Estes grãos foram mais tarde confirmados como sendo partes integrantes de SCP-051-PT.
Foi também recuperado um pombo nas imediações do Sítio PT3, do qual foram extraídos constituintes do objeto. Presume-se que o espécime tenha sido puxado pelos grãos que ingeriu.
Entrada #4:
Com vista a neutralizar SCP-051-PT, o objeto foi remotamente danificado, e a zona de contenção foi selada, impedindo a entrada de qualquer organismo vivo. Testes futuros ao objeto foram descontinuados.
Entrada #5:
Com base nos eventos recentes envolvendo SCP-051-PT (Ver Adendo C), a nova zona de contenção foi atualizada para incluir dispersores em spray de culturas microbióticas. O foco dos testes mais recentes realizados em SCP-051-PT centra-se em explorar a capacidade do objeto de agregar elementos externos à sua composição original.
Inicialmente, foram realizados testes em pequena escala, com grãos minerais de composição semelhante ao objeto original. Os grãos foram absorvidos com sucesso por SCP-051-PT. Como consequência, após a descarga do spray microbiótico [DADOS EXPURGADOS].
As massas amorfas resultantes foram depois removidas da zona de contenção e enviadas para análise.
O objeto mostrou-se incapaz de agregar matéria orgânica.
O tamanho dos elementos a ser agregados é diretamente proporcional ao tempo que demoram a ser agregados e o limite de massa agregável é ainda desconhecido. Como tal, no sentido de evitar complicações em testes futuros ou novas brechas de contenção, o PEC relativo à contenção do objeto num molde metálico maciço foi descontinuado.
Adendo C:
Relatório de Ocorrência:
No dia 31/03/20██, às 15:12, ocorreu uma brecha de contenção na câmara de SCP-051-PT.
Todo o pessoal não essencial foi evacuado da zona próxima à contenção do objeto.
O chão da zona de contenção encontrava-se danificado, presumidamente por ação de SCP-051-PT. Foi descoberto um buraco de cerca de 1cm de diâmetro na infraestrutura.
As primeiras análises da equipa de Pesquisa apresentaram a hipótese de este evento se tratar de uma extensão do sentido de auto-preservação do objeto, que encontrando-se em condições que tornaram impossível a sua estabilização, desenvolveu a capacidade extraordinária de causar dano a elementos não orgânicos. No entanto, este processo revelou ser muito menos eficiente do que o seu efeito anómalo habitual: uma reconstituição completa, apesar de quase instantânea, não causou mais dano além desse pequeno furo.
Os PECs do objeto foram atualizados. A zona de contenção está agora equipada com dispersores microbióticos, e foi instaurada uma rotina semanal de movimentação do objeto, guiado pelos lastros num pequeno percurso para evitar que o objeto fique imóvel por muito tempo.