SCP-060-PT


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Item nº: SCP-060-PT Nível 2/060-PT
Classe de Objeto: Euclídeo Restrito

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE CONTENÇÃO

Uma câmara de contenção para anomalias de pequeno porte de 3x3x3 metros possuindo cobertura de policarbonato retrátil foi construída no Sítio PT10 para a contenção de SCP-060-PT; deve haver um espaço mínimo de 2 metros entre a entrada e o caminho que leva até a câmara.

Semanalmente ração, água e acesso a luz solar devem ser fornecidos a SCP-060-PT; antes do fornecimento de tais recursos deve ser realizado primeiramente o transporte do item para uma parte da câmara que possui uma jaula totalmente coberta que inibe os funcionários de visualizarem a anomalia, depois disso uma limpeza da câmara deve ser conduzida. Após o término deve ocorrer a soltura da entidade para o seu habitat artificial com todos os funcionários tendo que sair imediatamente após a liberação.

Caso algum indivíduo venha a ser afetado pela anomalia durante o processo acima e venha surtir dos efeitos iniciais ocasionados pela entidade, amnésticos Classe-A conseguem anular os efeitos.

Na ocorrência do crescimento de SCP-060-PT que ocasione o item vir a ter uma altura elevada, uma outra câmara de contenção deverá ser construída para poder suportar a entidade mantendo todos os recursos de seu atual local de contenção.


DESCRIÇÃO

SCP-060-PT é a designação dada a uma galinha doméstica (Gallus gallus domesticus), de idade desconhecida possuindo 91 centímetros 1,5 metros de altura no momento atual dessa escrita. O comportamento da entidade não se difere dos comportamentos base de outros seres da mesma espécie; amostras de DNA coletadas das penas de SCP-060-PT também não apresentam diferenciações das de uma galinha comum.

O item foi encontrado possuindo alguns símbolos pintados com o que aparenta ser tinta em suas patas, as cores presentes são preta, vermelha e branca, atualmente não se sabe seus reais significados e finalidades na entidade. Adicionalmente há a presença de letras, em conjunto com os símbolos, de um alfabeto tupi arcaico utilizado no século XVII e antecedentemente. A escrita está bastante debotada, quanto ao seu real significado do conteúdo dessa escrita ainda está sendo debatido pelos tradutores do Departamento de Linguística do Sítio PT20 devido a não chegarem a uma conclusão por causa do idioma ser arcaico, além de não saberem se todo o conteúdo escrito se perdeu com o tempo e possa estar incompleto. Até o momento acredita-se que o que está escrito seja referente as capacidades anômalas de SCP-060-PT, mas nada concreto até a data atual da escrita desta documentação.

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SCP-060-PT antes de ser levado ao Sítio PT10.

O efeito anômalo primário de SCP-060-PT consiste em um efeito de risco-cognitivo causado no seguinte cenário: qualquer indivíduo que observe a entidade em um raio de 2 metros por meio de contato visual próximo e constante começará a desenvolver em um curto período de tempo um transtorno mental semelhante a Alectorofobia,1 assim criando um grande pavor perante ao item e a outros seres que pertençam a mesma espécie, embora o medo em relação a presença de outras galinhas e galos não seja o mesmo comparado na presença de SCP-060-PT. Sujeitos afetados pela anomalia até o momento só apresentaram desconforto na presença de outros seres da espécie; o real motivo disso atualmente é desconhecido.

Além disso, ocorre o elevamento da temperatura corpórea a um estado de febre no corpo dos indivíduos afetados pelo item, podendo chegar a até 41,5°, embora este efeito só ocorra caso o indivíduo esteja tendo algum contato visual direto prolongado com a anomalia. Caso o contato seja de maior duração o indivíduo pode vir a apresentar comportamentos mais extremos ou até mesmo incomuns. Sujeitos que já possuem a fobia não aparentam ser afetados, além de não desenvolverem ainda mais o medo por tais seres; a razão disso não é compreendida até o momento. Visualização através de imagens, vídeos ou qualquer outro tipo de mídia na qual SCP-060-PT esteja presente não apresentam nenhuma espécie de efeito cognitivo-memético.

Caso o contato visual ocorra e a vítima adquira transtorno mental pela anomalia, também irá desencadear outro efeito anômalo que vai ocasionar no aumento proporcional de todas as partes do corpo de SCP-060-PT após algum determinado tempo da visualização realizada por algum ser humano. Acredita-se que não exista limitações para este crescimento na entidade. Outros animais embora apresentem certo apavoramento em relação ao item, não aparentam influenciar neste processo de engrandecimento da entidade.

Indivíduos que venham a ser afetados pela anomalia podem vir a apresentar comportamentos mais extremos, não condizentes com os que apresentam Alectorofobia. Entrevistas foram realizadas com todos sujeitos afetados por SCP-060-PT para poder identificar e catalogar os efeitos cognitivos causados pelas capacidades da anomalia; os comportamentos abaixo não são constantes e previsíveis de ocorrerem a qualquer indivíduo afetado, então ainda podem existir outros ainda não documentados. Dentre os notados até o momento foram apresentados:

  • Intenção de eliminar qualquer ser da espécie Gallus gallus domesticus;
  • Acreditar que SCP-060-PT é a reencarnação do diabo;
  • Acharem que SCP-060-PT irá atacá-los;
  • Desejo de mudarem de residência;
  • Crer que SCP-060-PT pode acabar com a raça humana;
  • Mudarem seus estilos de vida;
  • Admitir que SCP-060-PT é a própria morte;
  • Vontade de não saírem de suas moradias;
  • Pensarem que SCP-060-PT está ficando mais poderoso com o tempo.

DESCOBERTA

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Capitão da equipe de recuperação tentando acalmar o tumulto.

A Fundação recebeu o primeiro relato de SCP-060-PT em 17/09/2014 após um certo tumulto no munícipio de Barreirinha, causado por alguns civis locais sobre alguma espécie de entidade maligna contida em uma fazenda próxima. Membros de uma equipe de recuperação disfarçados foram enviados ao local para investigar e avaliar a situação, e se possível realizar a identificação de alguma anomalia e captura da mesma.

Chegando ao local a equipe teve que lidar com uma situação de tumulto causada pelos moradores locais; após 15 minutos ela consegue aliviar a confusão e conseguem achar o indivíduo por trás dessa revolta. Após uma breve entrevista ele comenta que começou tal evento devido a uma entidade contida em seu próprio terreno e estava tentando convencer a população local de que havia trancado um demônio, nas palavras dele.

O que vem a seguir é um registro da descoberta e da recuperação de SCP-060-PT.

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SÍTIO PT10

DIRETORIA DE ARQUIVOS E ACERVOS

COORDENADORIA DE LAUDOS E REGISTROS TÉCNICOS
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REGISTRO DE DESCOBERTA E RECUPERAÇÃO

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Data: 18/09/2014

Local de Descoberta: Barreirinha, Amazonas

Prefácio: Uma equipe de recuperação, formada pelo Capitão Evandro e os Subtenentes Kethleen e Márcio, foi enviada para investigar uma possível anomalia na região do munícipio de Barreirinha, Amazonas. Os presentes na equipe estavam disfarçados como agentes da Polícia Rodoviária Federal de 3ª classe e também contavam com o contato direto do Comando do Sítio PT10. Após conseguirem acalmar uma situação conturbada envolvendo a população local, eles acham o responsável, um cidadão local chamado Nício Almeira, doravante PdI-158. A equipe faz com que PdI-158 leve-os até o local onde estaria uma suposta entidade que teria feito ele causar toda a confusão.

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INICIAR REGISTRO

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[TRECHO FÚTIL REMOVIDO]

Cap. Evandro: Comando, na escuta? Estamos chegando ao local onde o dito cujo diz que está abrigando a suposta entidade.

Comando PT10: Entendido, líder da equipe. Averiguem a situação na possibilidade de ser uma possível anomalia. Caso a situação saia do controle solicitem apoio que enviaremos uma Força-Tarefa ao local.

Cap. Evandro: Entendido, Comando…

PdI-158: Melhor tomarem cuidado, ô policiais, ao se deparem com essa coisa vocês p…

ST. Kethleen: E como é que tu saiu vivo ao se encontrar com essa coisa?

PdI-158: Talvez… sorte ou alguma coisa assim.

ST. Márcio: Será que esse cara bebeu demais ou usou alguma droga?

ST. Kethleen: Impossível, o bafômetro não detectou nada e o exame de sangue… não deu nada, né, Agente Evandro?

Cap. Evandro: Uhum. Talvez ele seja doido ou…

PdI-158: Doido? Depois do que virem duvido me chamarem de doido, seus abestados…

ST. Márcio: (Cochichando no ouvido do Cap. Evandro) Você acha que o que tem lá pode ser alguma anomalia mesmo?

Cap. Evandro: (Falando baixo) E eu vou lá saber? Vindo desse cara pode ser qualquer coisa-

ST. Kethleen: Vão me deixar fora dessa conversa, em? A propósito, já chegamos.

[A EQUIPE SE DEPARA COM UMA PEQUENA FAZENDA, CUJO PDI-158 É DONO.]

PdI-158: Aquele diacho está ali naquele estábulo. As galinhas, vacas e até os cavalos não entram mais lá devido aquela coisa tá lá dentro.

Cap. Evandro: Hm, há mais alguém aqui que mora com você?

PdI-158: Minha esposa e meus filhos. Espero que ela esteja cuidando bem deles no período enquanto estive fora…

ST. Kethleen: Aconteceu alguma coisa com seu filhos, senhor Nício?

PdI-158: Infelizmente eles viram aquela desgrama, eles tão lá dentro com muito medo de saírem de casa agora…

Cap. Evandro: Ah, onde está essa coisa que o senhor tanto fala?

PdI-158: Está dentro daquele estábulo, deixei ela trancada lá.

[PDI-158 APONTA PARA UM GRANDE ESTÁBULO, NAS PROXIMIDADES HÁ MUITA GALINHAS DO LADO DE FORA BEM AFASTADAS DELE E É NOTÁVEL A PRESENÇA DE ALGUMAS VACAS E ALGUNS CAVALOS AMARRADOS NA CERCA.]

Cap. Evandro: Certo. Agente Kethleen, verifique se os residentes daquela casa estão em bom estado. Márcio e o Nício vem comigo.

STs. Kethleen e Márcio: Entendido, Capitão!

Cap. Evandro: (Falando baixo) Comando, possivelmente encontramos o local em que está a possível anomalia.

Comando: Entendido, prossigam com cautela.

[ST. KETHLEEN PROSSEGUE PARA A RESIDÊNCIA DE PDI-158. ENQUANTO ISSO O RESTANTE DA EQUIPE E PDI-158 ENCAMINHAM-SE PARA O LOCAL MENCIONADO.]

PdI-158: Acho que posso ficar por aqui, policiais.

ST. Márcio: Qual o problema, senhor?

PdI-158: (apontando o dedo para as galinhas em volta) Essas eh…

ST. Márcio: Galinhas?

PdI-158: É, isso aí.

Cap. Evandro: O que há com elas?

PdI-158: Só não quero ficar perto delas, elas me lembram aquela coisa…

ST. Márcio: Hm, e os cavalos e as vacas, porque estão fora do estábulo?

PdI-158: Quando eu tinha colocado aquela peste lá dentro os cavalos começaram a enlouquecer soltando uns rinchados e as vacas mugindo feito umas pestes, um cavalo inclusive quase me deu um coice. Soltei eles e amarrei eles na cerca. Não sei o que fazer com eles porque não há outro lugar pra eles ficarem…

Cap. Evandro: (Suspira) Ai, ai. Agente Márcio, fique com o senhor Nício aqui, eu mesmo vou lá ver esse tal diabo.

ST. Márcio: Capitão, não seria arriscado ir sozi-

PdI-158: Cuidado aí, caboco. Aquela coisa pode te atacar a qualquer momento.

Cap. Evandro: Estarei de olhos bem abertos, senhores.

[CAP. EVANDRO APÓS PASSAR POR ALGUNS GALINHAS CHEGA ATÉ O ESTÁBULO, ELE ABRE A PORTA DA ESTRUTURA COM CAUTELA. APÓS DAR UMA OLHADA NO LUGAR ELE SE DEPARA COM UMA GALINHA MARROM NO CANTO.]

Cap. Evandro: Comédia.

ST. Márcio: Alguma coisa aí, capitão?

Cap. Evandro: Uma galinha, quem diria. Então todo aquele problema foi por causa de uma mera galinha.

PdI-158: Você que acha que é uma mera galinha.

Cap. Evandro: Tô começando a achar que você tem algum tipo de fobia a galinhas, viu, meu senhor.

PdI-158: O caso aqui não é fobia ô caboco-

Cap. Evandro: Chega de conversa, eu vou é pegar essa galinha para essa história acabar logo.

ST. Márcio: Cuidado, capitão!

PdI-158: Pois pronto, vai lá afobado, vamo ver se sai vivo de lá de dentro.

[ST. KETHLEEN NESTE MOMENTO RETORNA CORRENDO PARA SE REUNIR A EQUIPE.]

ST. Kethleen: E aí, o que tá acontecendo?

ST. Márcio: Bem, o Capitão está indo agora tentar pegar um galinha.

ST. Kethleen: Ai, meu deus. Eu preciso gravar isso.

Cap. Evandro: Não vai gravar porra nenhuma com esse seu celular de merda. Vocês fiquem aí fora com este doido aí. Não me atrapalhem.

ST. Kethleen: Mas como tu é chato em… Ah, capitão. Sobre os residen-

Cap. Evandro: Depois tu fala isso, ô agente.

ST. Kethleen: Tá, tá, tá…

[CAP. EVANDRO ARREGA AS MANGAS DE SEU UNIFORME, ENTRA NO ESTÁBULO E FECHA A PORTA. ELE PASSA MAIS DE DOIS MINUTOS LÁ DENTRO. ALGUNS BARULHOS DE PASSOS E FALAS INTELIGÍVEIS SÃO OUVIDOS.]

ST. Kethleen: Ele tá demorando esse tempo todo pra pegar uma galinha?

ST. Márcio: Queria saber o que está acontecendo. Infelizmente não vai dar pra saber porque a câmera dele e a sua quebraram durante aquele caos na cidade.

ST. Kethleen: Deve tá sendo algo hilário.

PdI-158: Talvez ele já tenha levado a pior lá dentro com seu mano policial…

ST. Kethleen: Nem, o Capi-

[NESTE MOMENTO NENHUM BARULHO É PRODUZIDO NO INTERIOR DA ESTRUTURA]

ST. Márcio: Impressão minha ou os barulhos pararam?

ST. Kethleen: Ixe, acho que devemos entrar, algo pode ter acontecido com ele-

[PASSOS SÃO OUVIDOS SE APROXIMANDO DA ENTRADA DO ESTÁBULO. A PORTA É CHUTADA, REVELANDO O CAP. EVANDRO TODO COBERTO DE PENAS E FENO PORTANDO UMA GALINHA EM SEUS BRAÇOS.]

STs. Kethleen e Márcio: CAPITÃO!

PdI-158: (Recuando alguns passos para trás) É caroço! Como? Só pode ser um milagre.

[O CAP. EVANDRO ANDA DIRETAMENTE ATÉ A ST. KETHLEEN E ENTREGA O ANIMAL A ELA. PERCEBE-SE QUE O CAP. EVANDRO ESTÁ COM UM SEBLANTE SÉRIO.]

Cap. Evandro: Não quero perguntas do que aconteceu lá dentro, ouviram vocês dois?

STs. Kethleen e Márcio: S-Sim, capitão.

Cap. Evandro: Ótimo, agora não quero ficar mais nenhum minuto perto dessa coisa asquerosa. Levem ela e o senhor para o carro. Não aceito questionamentos ou objeções.

STs. Kethleen e Márcio: Entendido, capitão.

PdI-158: Como você saiu vivo de lá? Seu-

Cap. Evandro: Eu adoraria poder espancar o senhor por não ter avisado que teria essa porra lá dentro!.

PdI-158: Eu avisei, mas sua teimosia foi alta, caboco. E por favor, tirem isso de perto de mim, levem pra bem longe se possível.

Cap. Evandro: (Olha para os outros Subtenentes) Isso mesmo, tirem-… espera.

[O CAP. EVANDRO APARENTA APRESENTAR CERTA TONTURA NESTE MOMENTO.]

ST. Márcio: Algum problema, capitão?

Cap. Evandro: Eh, não é nada.

[O CAP. EVANDRO AGARRA NO BRAÇO DE PDI-158 E PARTE PARA LEVÁ-LO ATÉ O CARRO.]

PdI-158: Ei, ei, ei, ô, cuidado aí eu não sou um objeto pra tu carregar de lá e pra cá. Ei, espere eu preciso ver como está a minha família-

ST. Márcio: Bem, esse foi um dos rolês mais estranhos que eu já tive.

ST. Kethleen: Ei, olha.

[ST. KETHLEEN APONTA PARA ALGUMAS ESCRITAS NAS PATAS DA GALINHA ADQUIRIDA. UMA ESCRITA É VÍSIVEL. CONTEÚDO FOI ENVIADO E ESTÁ SENDO ANALISADO PELO DEPARTAMENTO DE LINGUÍSTICA DO SÍTIO PT20.]

ST. Márcio: Ehh, sabe o que é isso? Nem sei que língua é essa, latim?

ST. Kethleen: Não, latim é diferente. Enfim, é melhor a gente ir com o capitão. Se não ele vai dar mais bronca na gente.

ST. Márcio: É.

[A EQUIPE DE RECUPERAÇÃO RETORNA AO CARRO DE POLÍCIA JUNTO COM PDI-158. ELES COLOCAM O ANIMAL EM UMA PEQUENA JAULA QUE ELES ALUGARAM DE UMA LOJA AGROPECUÁRIA LOCAL. ANTES DE PARTIREM EM RETORNO AO SÍTIO PT10, ST. KETHLEEN SAI DO CARRO JUNTO COM O ST. MÁRCIO PARA TEREM UMA CONVERSA.]

ST. Kethleen: Cara, tu percebeu?

ST. Márcio: O quê? Percebi muitas coisas esquisitas desde quando a gente chegou aqui.

ST. Kethleen: Tô falando do capitão, depois que ele saiu daquele estábulo, você percebeu que ele tá meio diferente?

ST. Márcio: Sim! Ele parece muito tenso, tentando manter a calma, mas ainda sim mais tenso do que devia.

ST. Kethleen: Sim e tipo… o que aconteceu lá dentro? Será que aquela galinha fez alguma coisa com ele?

ST. Márcio: Olha… não vejo o que ela poderia ter feito com ele além de ter dado trabalho, eu suponho. Acho que o capitão só deve tá cansado ou estressado com a situação.

ST. Kethleen: Pode ser, mas tipo aquele cara lá, o Nício? Ele parecia bem apavorado com aquela galinha. Ah, eu acabei nem falando.

ST. Márcio: O quê?

ST. Kethleen: As crianças, os filhos do Nício. Aquelas ali pareciam ter visto o demônio mesmo, um deles nem queria sair do quarto e a outro parecia estar um estado catatônico, pior que esse último tinha algo muito estranho…

ST. Márcio: Como assim?

ST. Kethleen: Algo estranho vindo dele, quando me aproximei pra tocá-lo senti um grande calor vindo do corpo dele, senti meu corpo queimando por um segundo, até me arrepiei um pouco.

ST. Márcio: Eita.

ST. Kethleen: Foi bizarro definitivamente… Não sei o que poderia ter causado aquilo naqueles dois. A mãe tá toda preocupada sem entender nada do que tá acontecendo… coitados.

ST. Márcio: Caramba… Mas, poxa, o que será? Será que é a galinha?

ST. Kethleen: Cara, olha…

[ST. KETHLEEN GUIA MÁRCIO PARA TRÁS DO CARRO.]

ST. Kethleen: Assim, ela não fez nada de mais além de ficar bicando a insígnia do meu uniforme.

[ST. KETHLEEN ABRE O PORTA-MALAS DO CARRO.]

ST. Kethleen: Não acredito que seja e-

ST. Márcio: Algum problema?

ST. Kethleen: E-e-e-ela aumentou de tamanho ou é impressão minha?

[A GALINHA AUMENTOU DE TAMANHO, ESTIMA-SE UM AUMENTO DE 20-30 CENTÍMETROS EM SUA ALTURA, ATINGINDO UM TAMANHO DE APROXIMADAMENTE 90 CENTÍMETROS.]

ST. Márcio: Ok, acho que encontramos alguma coisa. Precisamos avisar o comando.

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FIM DO REGISTRO

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Posfácio: Após o retorno da equipe de recuperação ao Sítio PT10, percebendo que o Capitão da equipe e PdI-158 estavam apresentando comportamentos inusitados, ambos foram entrevistados e amnesticizados com amnésticos Classe-A e C após o fim de suas respectivas entrevistas. O espécime encontrado recebeu a classificação de SCP-060-PT após a descoberta de suas propriedades anômalas durante um evento envolvendo um funcionário apresentando comportamentos similares aos indivíduos já citados, o mesmo foi atendido com os procedimentos já citados neste posfácio. Documentação e classificação do item estão em andamento.

Amnesticização dos indivíduos da cidade de Barreirinha afetados por SCP-060-PT também está em andamento com a utilização de amnésticos Classe-C.

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RELATO EXPLORATÓRIO

Durante uma entrevista realizada com PdI-158, o sujeito citou que SCP-060-PT havia surgido após seus filhos terem adentrado uma caverna não tão distante de sua residência e terem levado a entidade que estava com uma aparência de um filhote de galinha recém-nascido para sua casa. Uma equipe exploratória formada por membros de uma divisão da FTM PT6 “Os Anti-Signatários” foi enviada ao local junto de outra equipe que tinha o objetivo de aplicar amnésticos nos indivíduos afetados pela anomalia.

Um esquadrão de 10 membros da Divisão de Operações Especiais Ψ — "Desonestos Mentais" foi despachado para esta missão exploratória com o intuito de analisar a caverna citada por PdI-158, onde supostamente se originou SCP-060-PT, para descobrir mais a respeito do que provocou o aparecimento da anomalia no local.

O que vem a seguir é um relato exploratório descrevendo as ações de membros da divisão da FTM PT6 dentro da caverna.

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SÍTIO PT10

COMANDO MILITAR

COMANDO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS
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RELATO EXPLORATÓRIO

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Após assegurar o perímetro da área envolta da caverna, uma equipe composta por 7 dos 10 membros do esquadrão da FTM PT6 é destacada para adentrá-la. Todos os membros possuíam altos VRC e VRM,2 além de constarem com a presença de equipamentos espeleológicos para ajudar durante a exploração.

Inicialmente foi enviado um drone de dimensões médias com uma câmera embutida para averiguar a situação e estado da caverna antes do despachamento da equipe de exploração. À medida que o veículo adentrava no local era possível perceber que o lugar era bem estreito, com poucas áreas abertas. Além disso continha algumas bifurcações; algumas delas contendo símbolos no topo da entrada de cada divisão de caminho; era de se notar que os símbolos eram relativamente semelhantes com os encontrados nas patas de SCP-060-PT, alguns relembram objetos usados por indígenas no cotidiano, como lanças, esculturas, cocares e peças artesanais, embora nenhum desses objetos pôde ser avistado pela câmera do drone. Nas paredes é possível perceber pinturas rupestres e algumas esculturas esculpidas que aparentam indicar que houve alguma civilização indígena que vivia dentro da caverna há um bom período de tempo.

Após 15 minutos vagando pelos caminhos subterrâneos da caverna foi ordenado ao controlador do drone para que trouxesse ele de volta à superfície antes que a bateria do veículo esgotasse. Ele consegue retornar sem nenhum dano e com a bateria no limite. Após isso o time de exploração se prepara para entrar no local.

Após passar pela entrada da caverna e caminhar por alguns segundos, eles tiveram que andar em formação de fila devido ao estreitamento das passagens. As câmeras corporais da equipe mostram os locais já vistos pela câmera do drone. Após mais ou menos 10 minutos o time chega a última localidade alcançada pelo veículo; a quantidade de áreas abertas diminuiu gradativamente e a equipe começa a seguir um caminho retilíneo por mais 5 minutos. Neste momento alguns membros da equipe relataram estarem ouvindo sons, como pessoas chorando e gritando dentro da caverna, embora não pudessem localizar suas fontes, além de sons de pancadas fortes vindas do lado de fora. O comando responsável por esta operação e que estava mantendo contato com a equipe do lado de fora não captou nenhum dos áudios citados pela equipe por meio das câmeras corporais e também relatou que na parte exterior não havia nada fora do comum. O time exigiu a volta à superfície; exigência negada.

Após 10 minutos os membros da equipe começaram a relatar que os barulhos estavam ficando mais constantes. Além disso foi encontrado uma área aberta com uma passagem única que no topo da entrada continha uma pintura semelhante a uma espécie de caveira com o que parecia ser chamas em sua volta. O time foi ordenado a averiguar embora receosos em entrar lá e com constante recusa; após uma discussão sobre quem iria realizar a checagem, foi escolhido três dos membros para irem averiguar.

Os três demonstraram muita relutância, mas prosseguiram à passagem que levava a uma pequena área circular que no seu centro continha um imenso fosso; seu fundo não era capaz de ser visualizado. Um dos membros pegou uma pedra próxima no local e jogou-a no buraco; nenhum barulho pode ser ouvido. Neste momento os três indivíduos saíram em direção ao restante da equipe dizendo que não queriam ficar lá por mais nenhum segundo devido a sentirem imenso desconforto e calor. Entrevistas posteriores foram realizadas com esses três membros da equipe; eles também afirmavam que tinha alguma coisa lá embaixo, mas não sabiam descrever o que seria e que era melhor deixar ela em paz.

Após uma breve discussão com o comando, a equipe de exploração decide por voltar à superfície. À medida que eles se distanciavam mais do interior da caverna apresentavam mais calmaria diferente de quando entravam mais profundamente dentro da caverna. Durante o caminho de volta um dos membros avistou uma espécie de passagem nova pelo caminho; revisão das filmagens mostraram que essa passagem não existia durante o momento em que a equipe estava adentrando na caverna.

Sem muita hesitação por parte da equipe eles adentram esta parte não descoberta da caverna. A passagem levava a uma área circular pequena com várias pinturas rupestres; no lado esquerdo desta sala é possível ver algo que se assemelha a ocas destruídas e árvores supostamente em chamas ao fundo; no lado direito mostra algo que se assemelha a figuras humanas possivelmente indígenas e ao fundo é possível notar algo que sugere ser uma caverna, no centro é visível uma criatura bípede gigantesca semelhante a uma ave completamente desproporcional em tamanho. Arqueólogos do Departamento de Arqueologia que visualizaram os vídeos da exploração acreditam na hipótese de que essas ilustrações podem estar relacionado a algum momento do passado em que alguma versão antecessora de SCP-060-PT possa ter chegado a um tamanho grande o suficiente para conseguir causar a destruição de uma vila indígena local, fato que obrigou com que seus habitantes buscassem outro lar dentro de uma caverna, a mesma em que foi realizada a exploração pela FTM.

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Pintura rupestre supostamente representando SCP-060-PT em algum momento desconhecido.

Após adentrarem na sala, a equipe ficou se questionando o que poderia significar as pinturas recém-encontradas. É de se notar que neste momento o comando perdeu contato por áudio com o time de exploração e só voltaram a conseguir contato após a saída dos membros da equipe daquela área da caverna. Em seguida os membros retornaram à superfície, exames logo foram feitos para saber se estavam sobre influência cognitiva ou memética; resultados não apontavam para isso e se encontram atualmente estáveis e sob nenhuma influência.

O local onde se localiza a caverna foi definido como uma zona de preservação de pinturas rupestres do período mesolítico, essa zona está sob cuidados de uma empresa fachada da Fundação.

Futuras expedições à caverna estão sendo discutidas e propostas.

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FIM DO RELATO

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