2/085-PT NÍVEL 2/085-PTCONFIDENCIAL |
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Item nº: SCP-085-PTClasse do Objeto: Euclídeo |

Esboço da forma atual de SCP-085-PT.
Procedimento Especial de Contenção: SCP-085-PT e SCP-085-PT-1 devem ser mantidos juntos em uma câmara de contenção para humanoides padrão.
É estritamente proibido o distanciamento entre as duas entidades por mais de 2 km.
Devem ser feitas checagens semanais para monitorar possíveis danos à máscara causados por uso, testes ou tempo, devido ao frágil material que o objeto é feito.
SCP-085-PT-1 deve receber 5 refeições ao dia, sendo três refeições principais e dois lanches opcionais. Sua dieta deve ser montada por um nutricionista e pode variar por pedidos da instância. Entretenimento e requisições de objetos devem ser anotadas e enviadas para anuência.
Atualização: Uma rotina semanal de avaliações psicológicas e atividades recreativas deve ser montada e acompanhada por um psicólogo. Uma rotina diária de atividades físicas variadas deve ser montada e acompanhada por um profissional de educação física. Sua dieta foi adaptada para poder manter os exercícios físicos. Todas as atividades citadas acima serão realizadas em prol do tratamento do estágio inicial de depressão clínica da instância, e todas as atividades devem ser supervisionadas por no mínimo um membro do grupo de pesquisa do Dr. Berdolim, ou o próprio.
Descrição: SCP-085-PT trata-se de uma mascarilha de tamanho variável1 feita de um material com aparência similar à porcelana. O objeto permanece em estado de inatividade até que entre em contato físico direto com um ser humano. A partir desse momento, o objeto exalará uma fumaça com propriedades anômalas, que pode ser controlada e ter suas características modificadas2, além de poder se assimilar a objetos e materiais distintos, mesmo que microscopicamente seja diferente de tais objetos e materiais.
Quando SCP-085-PT entra em contato físico direto com um ser humano, há uma chance de incompatibilidade entre o objeto e o indivíduo em contato caso ele não seja "bom de coração"3. Caso SCP-085-PT encontre compatibilidade com o indivíduo, esta se torna uma instância de tal, sendo nomeada SCP-085-PT-1. Caso haja a incompatibilidade entre SCP-085-PT e a pessoa em contato, esta acaba por sofrer morte cerebral súbita causada por SCP-085-PT. De acordo com registros encontrados, o formato e características de SCP-085-PT se adaptam de acordo com a pessoa em contato4.
SCP-085-PT demonstra possuir sapiência, além de várias características psicológicas humanas. SCP-085-PT consegue se comunicar telepaticamente com SCP-085-PT-1 e vice-versa. Ao entrar em contato físico direto com SCP-085-PT, SCP-085-PT-1 adquire uma melhora significativa em capacidades motoras e cognitivas. Essas anomalias cessam quando o contato entre as duas entidades é cortado, exceto em caso da distância entre as duas entidades ser superior a 2 km. Ambas as entidades podem controlar a fumaça exalada por SCP-085-PT a partir de uma ligação psíquica entre elas, revezando o controle sobre tal.
SCP-085-PT consegue se comunicar a partir de SCP-085-PT-1, mas também pode se comunicar sozinho em situações específicas ou por necessidade/vontade própria. SCP-085-PT utiliza da telepatia para controlar as habilidades motoras de SCP-085-PT-1. SCP-085-PT pode, em casos específicos, formar com sua fumaça meios de se locomover independentemente por curtos períodos de tempo, como tentáculos extensores, formas semelhantes à um Chrysocyon brachyurus, quais encaixavam à mascarilha e imitavam o animal.
SCP-085-PT parece compreender diversas línguas humanas, embora tenha preferência pelo português, o inglês e o espanhol. SCP-085-PT mostra certa resistência a pedidos e testes, ao contrário de SCP-085-PT-1, além de aparentar manter laços afetivos mútuos com sua instância. Atualmente SCP-085-PT e SCP-085-PT-1 se encontram sob responsabilidade do grupo de pesquisa liderado pelo Dr. Berdolim.
A partir de dados obtidos da entidade, a origem de SCP-085-PT é datada de antes de 1890 e, de acordo com registros, SCP-085-PT já chegou a ter várias instâncias e formas ao longo de sua existência. A sua única atual instância conhecida é SCP-085-PT-1, que se trata de um ser humano comum que se identifica como Natalie Guerra de Sá, sexo feminino, com fisionomia de constituição magra e saudável medindo 167 cm de altura e pesando 71,4 kg.
SCP-085-PT-1 não demonstra nenhuma característica física anormal em comparação a outros seres humanos em períodos de inatividade anômala. Em um teste psiquiátrico com SCP-085-PT-1 realizado em 05/02/2018, a instância não apresentava nenhuma anormalidade. Porém, em um teste posterior realizado em 17/09/2018, SCP-085-PT-1 foi diagnosticada com um estágio inicial de depressão clínica.
SCP-085-PT-1 também possui controle sobre a substância exalada de SCP-085-PT. Porém, a distância máxima qual SCP-085-PT-1 consegue controlar a substância é de 1 km, enquanto a de SCP-085-PT é desconhecida. Em situações de alta pressão psicológica ou por espontânea vontade de SCP-085-PT-1, caso esteja em contato físico direto com SCP-085-PT, SCP-085-PT-1 sofre mudanças físicas bruscas. SCP-085-PT-1 adquire uma melhora significativa em todas suas capacidades motoras e cognitivas, tais que seriam inverossímeis para um ser humano de tal porte físico e mental.
Características notáveis de quando SCP-085-PT-1 se encontra nesse estado são: Hiperatividade controlada, mudança da coloração e composição do sangue, consequente mudança de coloração dos globos oculares, aumento de todas as capacidades motoras, aumento de todas as capacidades cognitivas e regeneração rápida.
Malefícios notáveis à instância nestes períodos são: metabolismo acelerado, chance de exaustão caso o período das atividades ultrapasse uma hora e exaustão inelutável após quatro horas.
Em certos momentos que SCP-085-PT toma total controle sobre as capacidades motoras de SCP-085-PT-1, essa não demonstra sinais aparentes de dor física ou desconforto. Características notáveis de quando SCP-085-PT-1 se encontra nesse estado são: Aumento da dilatação da íris, mudança na linguagem corporal e comportamento e mudança na voz e linguajar.
De acordo com relatos da instância, essa possui a habilidade de controlar seu corpo durante os períodos de atividade anômala. Estudos pendentes.
Experimentos/Entrevistas:
Estes são os registros dos Experimentos e Entrevistas realizados com SCP-085-PT e SCP-085-PT-1.
- Entrevista 22.03.2018
- Entrevista 23.03.2018
- Experimento 03.04.2018
- Experimento 07.05.2018
- Entrevista 28.06.2018
- Experimento 30.07.2018
- Experimento 05.08.2018
- Entrevista 20.09.2018
- Entrevista 21.10.2018
- Entrevista 02.11.2018
Entrevista 22.03.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Dr. Berdolim questiona sobre as origens de SCP-085-PT e como ocorreu o primeiro contato entre as duas entidades pelo ponto de vista de SCP-085-PT-1.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Bom dia. Como se sente?
SCP-085-PT-1: Bem, obrigada.
Dr. Berdolim: Irei começar o questionário. Então, quando e como foi seu primeiro contato com a mascarilha?
SCP-085-PT-1: Bem, foi um presente-
Dr. Berdolim: Está tudo bem?
SCP-085-PT-1: Sim! É só que, é um assunto meio delicado. Mas eu conto.
Dr. Berdolim: Prossiga.
SCP-085-PT-1: Foi um presente de minha mãe. Quando ela morreu, o que ela me deixou foi nada mais que… a máscara. Ela era bióloga, e sempre quando ia a campo, ela levava a máscara. Para todo lugar que ela ia, na verdade. Teve uma vez que ela achou que perdeu, ela ficou uma arara. Era algo muito importante para ela.
Dr. Berdolim: E ela permitia o contato com o objeto?
SCP-085-PT-1: Ah não, nunca deixou. Ela sempre me contava que, se eu tocasse, iria acontecer algo muito ruim comigo, ou com ela. Mas não era como uma joia ou um prato caro de porcelana, que uma criança não pode brincar. Ela dizia com o coração. Eu não podia. De forma alguma.
Dr. Berdolim: E você está com a máscara aqui. Como?
SCP-085-PT-1: Ela tinha… uma doença incurável. Em seu leito de morte, ela me disse que eu seria a nova "portadora" ou algo assim. E que eu entenderia logo o motivo de ela nunca ter deixado eu tocar na máscara. E que ela… me amava. Mais que tudo. Então ela morreu. Eu fui para nossa casa, não demorou muito, a gente morava bem perto do hospital, não mais que 1 quilômetro, eu acho. Então achei a máscara na estante do quarto, na mesma caixa de vidro que ela sempre ficava quando a mãe estava lá. Então, eu abri a caixa, e lá foi o primeiro contato. Antes ele parecia com uma onça. Mas aí ele soltou muita fumaça, e quando a fumaça se dissipou, acabou ficando parecendo com um lobo-guará, como é agora. Foi bem assim.
Dr. Berdolim: Entendo. Meus pêsames.
SCP-085-PT-1: Tudo bem doutor. Obrigada.
Dr. Berdolim: Então, você tem ciência de onde a máscara vem?
SCP-085-PT-1: Não. A única coisa que sei é que é meio que uma herança de família. Eu ganhei da minha mãe, que ganhou da minha vó e assim por diante. Quando eu pergunto para ele, ele diz que não pode contar até que eu esteja pronta. Eu não concordo, mas deve ter um bom motivo.
Dr. Berdolim: Obrigado. Então, posso falar com… "Ele"?
SCP-085-PT-1: Ah, claro. Só um momento.
SCP-085-PT-1 segura SCP-085-PT e o posiciona sobre seu rosto
Se passam dois minutos e quinze segundos
SCP-085-PT-1 retira SCP-085-PT de seu rosto
SCP-085-PT-1: Ele… disse que não quer. Está ocupado agora. Ele pediu para que o senhor volte amanhã. Me desculpe mesmo viu.
Dr. Berdolim: Tudo bem. Obrigado pela cooperação.
Dr. Berdolim sinaliza para o fim da entrevista.
<Fim de Registro>
Entrevista 23.03.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT, SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Dr. Berdolim questiona sobre as origens de SCP-085-PT, instâncias anteriores e sobre o primeiro contato entre as duas entidades pelo ponto de vista de SCP-085-PT.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Bom dia. Como se sente?
SCP-085-PT-1: Bem, obrigada.
Dr. Berdolim: Podemos tentar contato com "Ele" novamente?
SCP-085-PT-1: Claro.
SCP-085-PT-1 segura SCP-085-PT e o posiciona sobre seu rosto
Se passam três minutos e meio
SCP-085-PT-1 apresenta um rápido espasmo e aumento notável da dilatação de suas íris
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Bom dia, doutor…
Dr. Berdolim: Berdolim.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Então, Doutor Berdolim. Qual seria o motivo da requisição de minha presença?
Dr. Berdolim: Nós iremos lhe fazer algumas perguntas. Tudo bem?
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: … prossiga.
Dr. Berdolim: Pois bem, poderia me dizer de onde você vem?
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Me perdoe, mas não. Eu não posso lhe dar acesso a esta informação. Nem a você, nem a ninguém. Por enquanto. Mas… posso lhe dizer que sou deveras… antigo.
Dr. Berdolim: Compreendo. E quanto a outras pessoas que já estiveram sobre sua posse?
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Primeiramente, eu prefiro o termo união ao termo posse, se for possível. Pois bem, infelizmente também não posso lhe dar acesso a esta informação. Mas posso lhe dizer que eu os seleciono a dedo para garantir que sejam pessoas boas de coração.
Dr. Berdolim: Entendido. Obrigado pela cooperação.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Não há de quê, Doutor.
SCP-085-PT-1 novamente apresenta um rápido espasmo, e o retorno da dilatação convencional de suas íris. SCP-085-PT-1 retira SCP-085-PT de seu rosto
Dr. Berdolim: Obrigado pelo seu tempo. A entrevista acabou.
SCP-085-PT-1: Por nada Doutor.
<Fim de Registro>
Experimento 03.04.2018
Experimento: Teste para avaliar as capacidades de transformação da substância exalada por SCP-085-PT. Ambas as entidades estavam cientes do teste.
Foi requisitado a SCP-085-PT-1 que criasse uma barra de ferro.
Resultado: SCP-085-PT-1 moldou com sucesso o que seria uma barra de ferro com 1,5 m de comprimento e 10cm de espessura, que depois foi analisada microscopicamente.
Foi relatado que mesmo que se assemelhasse muito ao ferro em aparência, odor, textura e peso não era ferro, e sim a substância reorganizada. Após 2 dias, a barra de ferro se desfez e voltou a ser a substância, que evaporou e retornou a SCP-085-PT.
Experimento 07.05.2018
Experimento: Teste para avaliar as capacidades de transformação da substância exalada por SCP-085-PT. Ambas as entidades estavam cientes do teste.
As entidades foram dirigidas a uma sala de testes medindo 5 x 5 x 5 m de paredes totalmente brancas sem a presença de objetos ou paredes/cômodos adicionais.
Foi informado a SCP-085-PT-1 que teria 10 segundos para se esconder/camuflar no ambiente.
Resultado: SCP-085-PT-1 junto de SCP-085-PT iniciou seu estado de atividade anômala. SCP-085-PT-1 saltou do chão à parede à sua direita e da parede ao teto em um período de 4s. Então, utilizando da substância de SCP-085-PT, criou uma camada de material que imitava a coloração e textura da parede e teto, que formava uma espécie de fundo falso onde estavam encasuladas as duas entidades.
Havia a presença de um furo ligando a parte interna à parte externa, permitindo que SCP-085-PT-1 respirasse. Isso fez com que as medidas da sala se reduzissem temporariamente para 5 x 5 x 4 m. Após requisito, SCP-085-PT-1 desfez instantaneamente o teto falso, e as duas entidades foram dirigidas à sua sala de contenção.
Entrevista 28.06.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT, SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Dr. Berdolim teve sua presença requisitada por SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Olá. Que inusitado, já é incomum um doutor ser chamado por uma entidade, quanto mais você, que nunca foi afim de colaborar.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Doutor, eu nunca requisitaria sua presença se não me fosse de extrema necessidade. Preciso de um favor.
Dr. Berdolim: Tudo bem, porém já devo lhe informar que nós apenas podemos realizar esse "favor" dependendo do que for, e se nos beneficiar de alguma maneira.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Tenho noção. Enfim, o que anteriormente foi citado, sobre eu não poder conceder certas informações sobre mim e meu passado, era verdade. Mas isso mudou. Agora ela está pronta. E é por isso que preciso de sua ajuda Doutor.
Dr. Berdolim: Continue.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Existe um livro de registros, vocês chamam de… diário, que foi passado junto a mim por quase todas as pessoas a qual já estive unido, contendo quase todos os registros escritos sobre mim que vocês poderiam encontrar. Eu preciso que este livro chegue as mãos dela. Porém, nós estamos presos, ou melhor, "contidos" como vocês adoram dizer. E eu não pretendo tentar escapar, pois eu compreendo que seria uma tremenda perda de tempo para ambos os lados.
Dr. Berdolim: Pois bem, que bom que você compreende isso. Acho que as informações que podemos adquirir por meio deste livro seriam de bom uso.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Contanto que vocês me deem o livro, eu não me importo. Eu vou escrever a localização para vocês.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1, cria uma folha de papel e uma caneta esferográfica preta e escreve a localização em coordenadas do livro
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Recomendo anotar isso em outro lugar, esse papel vai sumir em breve. Enfim, eu preciso do livro, tragam-no a mim o mais brevemente possível.
Dr. Berdolim: Entendido. Providenciaremos o tal livro. Até logo.
SCP-085-PT, por meio de SCP-085-PT-1: Até logo, Berdolim.
<Fim de Registro>
Experimento 30.07.2018
Experimento: Experimento para estudar e possivelmente explicar as mudanças físicas e cognitivas de SCP-085-PT-1 em seu período de atividade anômala. Ambas as entidades estavam cientes do teste.
Foi retirado uma amostra de sangue de SCP-085-PT-1 durante seu período de atividade anômala.
A instância não demonstrou resistência durante a coleta da amostra.Resultado:
Foi constatado que a composição do sangue de SCP-085-PT-1 durante suas atividades anômalas continha substâncias iguais às encontradas na fumaça de SCP-085-PT. A substância pôde ser analisada por 10 horas antes se evaporar. Parte da substância foi armazenada em um tubo de armazenamento selado, e mesmo após evaporação a substância não conseguiu sair, o que mostra que a substância pode ser armazenada.Nessas análises, a substância foi analisada e foi constatado que esta teria uma estrutura molecular extremamente complexa. A substância se comporta como um conjunto, não como um ser vivo, mas como algo controlável. Sua estrutura pode servir para base de estudos da nanotecnologia (autorizações pendentes).
Ao que os estudos indicam, quando SCP-085-PT-1 entra em seu período de atividade anômala, a substância é inoculada em SCP-085-PT-1, se espalhando por todo o corpo a partir das veias, auxiliando funções corporais como batimentos cardíacos, funções musculares, ligações cerebrais e nervosas, além de funções regenerativas. A substância à primeira vista não causa malefícios instantâneos à instância. Malefícios a longo prazo pendem estudos.
Experimento 05.08.2018
Experimento: Experimento para testar o tempo máximo que SCP-085-PT consegue permanecer ativo sem contato físico direto com SCP-085-PT-1, e o tempo máximo que SCP-085-PT-1 consegue permanecer em atividade anômala ininterruptamente. Ambas as entidades estavam cientes do teste.
Resultado: Após o breve contato entre as duas entidades, SCP-085-PT formou com sua fumaça um conjunto de membros de aparência gelatinosa e viscosa, ainda com a cor da fumaça original, que formava uma estrutura de fisionomia semelhante à um Chrysocyon brachyurus (Lobo-Guará). O objeto se manteve ativo, se movendo e, curiosamente, emitindo sons por si só e interagindo verbalmente com SCP-085-PT-1.
Após 4 minutos de atividade ininterrupta, o objeto se desativou. SCP-085-PT-1 relatou desconforto e leves náuseas após 2 horas em atividade anômala. SCP-085-PT-1 se manteve em seu estado de atividade anômala por um total de 4 horas ininterruptamente até que a instância desmaiou por exaustão. Uma mudança notável em SCP-085-PT-1 foi que ao longo do tempo, suas veias ficavam mais inchadas e ativas, além de apresentar maior presença da substância, e consequente maior escurecimento de suas veias e globos oculares.
SCP-085-PT-1 foi atendida por uma equipe paramédica da Fundação e não apresentou sequelas ou ferimentos. Foi concluído como resultado adicional que SCP-085-PT pode se comunicar independentemente de sua instância.
Entrevista 20.09.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Após análise e registro da Fundação, o Diário foi entregue à entidade, que após concluir sua leitura, requisitou a presença de Dr. Berdolim.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Olá. Então, qual seu motivo para me chamar aqui?
SCP-085-PT-1: Olá Doutor. Eu te chamei aqui, eu quero te ajudar e ter sua ajuda.
Dr. Berdolim: Prossiga.
SCP-085-PT-1: Eu li o diário todo, eu tive uma longa conversa com "Ele" na minha cabeça, e eu quero ajudar de vocês. Eu posso te dizer tudo que você quiser saber sobre mim, ou a máscara, ou qualquer um que veio antes de mim, que eu souber, mas eu quero que quando vocês descobrirem o porquê de isso tudo estar acontecendo, eu também saiba.
Dr. Berdolim: Tudo bem, verei o que posso fazer.
SCP-085-PT-1: Ah, e mais uma coisa. O senhor pode arrumar alguém pra eu… falar?
Dr. Berdolim: Como…
SCP-085-PT-1: Não me leve a mal doutor, mas aqui é muito monótono. A única pessoa com que eu falei nos últimos oito meses foi você. Eu queria que eu pudesse falar com alguém, pode ser qualquer um, daqui mesmo. Eu só quero conversar.
Dr. Berdolim: Vou ver o que posso fazer.
SCP-085-PT-1: Valeu doutor.
<Fim de Registro>
Entrevista 21.10.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Dr. Berdolim questiona sobre as origens e características de SCP-085-PT.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Olá. Então, vamos começar o questionário.
SCP-085-PT-1 Tudo bem, e obrigado por arrumar a equipe e as atividades, eu não esperava tanto. Se bem que conversas no fim não eram a melhor solução, não?
Dr. Berdolim: Com certeza não eram. Pois bem, comecemos. Você sabe quando "Ele" surgiu realmente?
SCP-085-PT-1 Nem ele sabe direito, mas não muito tempo antes dele ir parar no rio que o meu tio-bisavô ia.
Dr. Berdolim: "Ele" já mencionou que só escolhe pessoas "boas de coração", mas como isso realmente acontece? E… o que são pessoas "boas de coração"? Como ele escolhe isso?
SCP-085-PT-1 Bom… da mesma maneira que "Ele" lê minha mente e me faz falar por ele, ele lê a mente da pessoa e julga por seus próprios termos morais se a pessoa é "boa de coração" ou não. Se sim, bem, se não, tchau. Eu acho meio errado, mas parece que até agora funcionou. E quanto a como ele julga alguém como "bom de coração"… acho que seria como… o tipo de julgamento de "pessoa boa" em termos morais comuns, tipo… nunca matou, roubou, é uma pessoa honesta, e tal…
Dr. Berdolim: Você sabe por quê você não pode se afastar da máscara e vice-versa?
SCP-085-PT-1 Como eu posso explicar, é como se fosse uma "trava de segurança". Um método de me manter segura mantendo a máscara segura. Mal gosto de pensar no que iria acontecer. Mas ele diz que se não passar de 2 quilômetros, fica tudo bem.
Dr. Berdolim: Por último, como você definiria "Ele"?
SCP-085-PT-1 Então, "Ele" costuma ser meio sério e apático, mas no fundo ele é um amor. E ele é quase minha mãe. Nos poucos meses que ficamos juntos lá fora, ele sempre vivia dizendo "não faz isso", "não faz aquilo", "você vai morrer, garota", entre outros, mas ele já me salvou de umas furadas, "Ele" é tipo um "olho nas costas". Eu diria, que é um amigo muito útil.
Dr. Berdolim: Entendo. Por hoje é só. Obrigado pelas respostas.
SCP-085-PT-1 Por nada Doutor.
<Fim de Registro>
Entrevista 02.11.2018
Entrevistado(s): SCP-085-PT-1.
Entrevistador(es): Dr. Berdolim.
Prefácio: Dr. Berdolim questiona sobre a história de SCP-085-PT e SCP-085-PT-1 durante os 1 ano, 3 meses e 1 semana que ficaram juntos antes de serem contidos pela Fundação.
<Iniciar Registro>
Dr. Berdolim: Olá, bom dia. Hoje eu vim lhe fazer algumas perguntas.
SCP-085-PT-1 Bom dia. E sobre o que seriam?
Dr. Berdolim: O período de 462 dias depois do primeiro contato entre você e a máscara que vocês ficaram incontidos.
SCP-085-PT-1 Foi tudo isso? Nossa. Como passou rápido…
Dr. Berdolim: Vamos direto ao ponto. Descreva sua trajetória resumidamente, mas não oculte fatos.
SCP-085-PT-1 Ok. Por onde eu começo… quando eu encontrei a máscara, eu pude ficar na casa da minha mãe até que eu fui expulsa. A casa era alugada, minha mãe que era a locatária estava morta e meu pai nem ela sabia quem era.
Dr. Berdolim: E como…
SCP-085-PT-1 Ele me largou num orfanato da cidade e sumiu do mapa. Achei que vocês já fossem saber disso.
Dr. Berdolim: Sim, sabíamos, só me escapou da mente por um momento. Pode prosseguir.
SCP-085-PT-1 E como nem maior de idade eu era na época, bem, eu fugi. Eu fui para a BR mais próxima e eu caminhei sem rumo, peguei umas quatro caronas, e quando vi, não conhecia mais o lugar. Já estava muito longe, em outro estado até. Estava longe o suficiente para caso alguém me procurasse, ao menos iria demorar pra achar.
Eu estava na cidade de █████████ - ██, bem, vocês meio que já sabem. Fiquei uns 3 dias em um beco perto do centro da cidade. Não demorou muito pra eu perceber algumas pessoas estranhas na área, e um dia veio um trio até mim, com todos os elementos possíveis indicando perigo. Eu dei no pé, mas me perseguiram. Eu corri para uma multidão por perto, e eu os despistei. Eu entrei no primeiro lugar que vi, uma oficina humilde, mas arrumada, em que eu pedi um copo de água. Um moço jovem me ofereceu a água. Conversamos bastante e ele percebeu minha situação. Ofereceu abrigo pra mim na oficina que ele e seu vô tinham, e eu sei que foi muito arriscado da minha parte. Mas já estava escurecendo, então eu fiquei. Depois de alguns dias lá, nos tornamos melhores amigos, os dois eram um amor. Depois de mais um tempo eu até arrumei um bico numa padaria lá perto, então eu podia pagar minha estadia.
Dr. Berdolim: Pode informar o nome dos sujeitos?
SCP-085-PT-1 Vocês… vão atrás deles não é? Vão fazer uma… lavagem cerebral neles ou espremer toda a informação deles, né? Eu não poderia… depois de tudo que fizeram por mim, eu…
Dr. Berdolim: Fique tranquila. Nós não machucaremos desnecessariamente a ninguém. Porém temos que limpar os seus rastros lá fora, e não podemos arriscar ter informações vazadas. É o nosso dever.
SCP-085-PT-1 Eu… eu entendo. O moço se chama Manuel, chamam ele de "Nelinho", e o senhor se chama Seu Tinhão, eu não tenho certeza se é mesmo o nome dele, mas eu acho que é.
Pois bem. Eu já estava lá fazia uns dez meses, e eu basicamente já era família. Tive meu aniversário lá, fiz amigos, aprendi a usar a máscara e falar com ele, e contei pro Nelinho, que nunca contou. Mas um dia, algo aconteceu. Que nem meu vô, tentaram me roubar. Dois caras em uma moto me pararam em pleno dia e um me apontou uma pistola, então, mandou eu passar a mochila. Tentei negociar, mas eles não estavam afim. Ou eu passava ou eles me passavam o cerol. Eu agi por impulso, fiquei daquele jeito estranho, e chutei a arma para o lado, que caiu longe. Então, outro chute na moto, que caiu com os dois. Os homens "cascaram fora". E como tinham algumas poucas pessoas de longe, surgiu o rumor da menina que "peitou" dois bandidos armados. Então, eu conversei muito com Nelinho e Seu Tinhão, e decidi que era melhor eu sair de lá, para evitar problemas.
Então, eu estava de volta aos becos, vivendo escondida, passando pelos telhados e dormindo ao relento. De vez em quando, eu passava na oficina e dava um oi. Mas algumas pessoas viam aquele vulto passando por cima dos prédios, e assombrando os becos, até passou no jornal local, não tinham minha cara, mas me temiam. Então, eu acho que foi assim que vocês me acharam. Eu nunca fiz mal a uma mosca daquele lugar, mas eu entendo que era de se estranhar. Então, vocês me pegaram e aqui estou. Se bem que eu não fugi nem nada, não tinha como, ou por quê. É, essa é a história. E, posso pedir um favor Doutor?
Dr. Berdolim: Diga.
SCP-085-PT-1 Pede pra pegarem leve com os dois, tá?
<Fim de Registro>
Arquivos:
Este é o registro do Diário que foi solicitado por Dr. Berdolim para fins de estudar as origens de SCP-085-PT.
Os arquivos presentes aqui são apenas trechos relevantes para o estudo das origens de SCP-085-PT. Para adquirir uma cópia ou obter acesso ao Diário físico original, entre em contato com Dr. Berdolim para mais detalhes.
Texto de Registro - Diário
Trechos Úteis
Nota: Partes do texto que apresentam "-" continham algum dano ao livro físico (marcas de poeira, mofo ou manchas) que tornaram o trecho ilegível.
Pág. 3
Olá, me chamo Bela Cortes Guerra de Sá, eu tenho 13 anos e hoje são 20/06/1938. Eu acabei de ouvir no radinho de papai que a Copa acabou, Brasil não ganhou mas ainda assim, tudo bom. Eu não gosto de futebol mesmo. Enfim, faz pouco tempo que eu ganhei essa mascarilha de titio, foi o presente dele pra eu antes dele falecer. Titio era muito meu amigo, e ele me disse quando me deu a mascarilha que num era pra eu mostrar pra ninguém, e se alguém visse, num era pra deixar a pessoa mexer nela, se não ia acontecer algo ruim à beça comigo.
Mas essa mascarilha não é uma mascarilha comum. Ela tem como se fosse uns poderes muito estranhos, só quem sabe além de eu é o Juninho, ele é meu amigo, mas ele é mudinho, então não dá pra ele contar pra ninguém, a não ser que ele escreva. Eu pedi pra ele não contar, e ele prometeu não contar. A mascarilha fala comigo e eu num estou biruta não. É como se fosse a voz de uma moça, uma voz muito educada. A máscara é de uma porcelana muito fina, e parece uma arara azul, muito bonita. A mascarilha ás vezes solta uma fumaça que vira tudo que é coisa que eu imagino. Uma vez eu fiz um cavalinho de madeira pro Juninho brincar, mas depois ele me disse que o cavalinho sumiu do nada.
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Eu não escrevo aqui faz um século, não é? Sou Bela Cortes, agora tenho 21 anos e hoje são 30/01/1946. Eu passei os últimos três anos procurando as origens da mascarilha. Aparentemente, a primeira aparição da máscara foi com meu tio, em 1930, quando ele - e depois não se teve mais noticia da máscara. Aparentemente, quem sabia da máscara além dele foi a mulher dele, minha tia, que eu entrevistei. Ela realmente sabia, e me contou coisas muito… interessantes.
Ela me disse que ele havia feito uma espécie de pacto com a máscara. Há muito tempo, quando ele encontrou a máscara pela primeira vez, meu tio era um oleiro e ceramista muito experiente e sempre ia ao rio pra buscar argila pra moldar e fazer cerâmica. Quando ele a encontrou, a máscara estava perto do rio que ele sempre ia, toda quebrada e suja. Não por efeitos naturais, ela havia sido quebrada por algo, ou alguém. Meu tio restaurou-a e ela começou a funcionar. A mascarilha era extremamente grata pelo que meu tio fez, e esta propôs um pacto. A máscara seria a melhor companheira e a protetora do usuário, usando seus poderes que evoluiriam com o passar do tempo para proteger quem quer que seja o usuário, mas com a condição de que a pessoa fosse boa de coração.
Em troca, a máscara se manteria ativa e seria protegida pelo usuário, se alimentando de sua força vital, mas sem tirar um segundo da vida da pessoa. Porém, nem tudo eram flores. Se alguma outra pessoa tocar a máscara enquanto esta já estar na posse de outra, a máscara se dividirá em duas e as pessoas terão um ano para decidir entre duas opções: as duas lutariam até a morte e o vencedor prevaleceria, ou a máscara decidirá quem prevalece. A máscara justificou essa condição como garantia de sua sobrevivência. Então era um trato.
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A máscara nunca me contou nada disso. Nunca. Mas, a máscara, minha melhor amiga, ela nunca… eu entendo. Eu não estava pronta, eu não podia saber ainda. Não tinha o porquê saber. Ela sempre me protege, e agora… era igual. Eu nunca pude ficar longe dela, eu não consigo. É como um instinto, algo incontrolável.
Texto de Registro - Diário
Trechos Úteis
Nota: Partes do texto que apresentam "-" continham algum dano ao livro físico (marcas de poeira, mofo ou manchas) que tornaram o trecho ilegível.
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17/03/1967
Olá caro diário. Eu me chamo Felipe Zambaia Guerra de Sá e tenho 19 anos. Eu recebi esse diário de minha mãe, junto da máscara. Que história de louco a dela, não? Mas é verdade. E eu, tolo, deixei o livro guardado e o li só depois de dois meses que eu o recebi. Mas vamos ao que interessa. Minha mãe também morreu pouco depois de me passar os dois itens, o que eu comecei a me questionar. A minha máscara é diferente da dela também. A minha é um mico-leão-dourado, meu animal preferido, por sinal. Outra coisa diferente, minha mãe escreveu muito se referindo à voz da máscara como uma mulher, a voz da máscara comigo é um homem. Ele é gente boa, muito educado realmente. Quando eu preciso desabafar, conversar, ou até de uma opinião, ele sempre está lá.
Pág. 37
23/07/1967
Um homem tentou roubar a máscara de mim, em um beco de uma esquina perto de casa, e ele caiu morto no chão. Então, eu decidi fugir, eu não tenho como explicar pra homem da lei nenhum os poderes da mascarilha, então eu peguei minhas coisas, entrei em um ônibus e fui embora. O que eu achei estranho é que, não aconteceu como o pacto dizia. O cara só… morreu. Na hora. Será que a luta só acontece se forem duas pessoas de bem? E o ladrão por não ser, só morreu? Bom, eu não tenho tempo de pensar nisso agora. Ainda falta um longo caminho até meu destino. Se é que eu tenho um agora.
Texto de Registro - Diário
Trechos Úteis
Nota: Partes do texto que apresentam "-" continham algum dano ao livro físico (marcas de poeira, mofo ou manchas) que tornaram o trecho ilegível.
Pág. 49
21/04/1999
Olá. Meu nome é Elizabete Carvalho Guerra de Sá, e tenho 23 anos. Graças aos meu pai e minha avó, eu não necessito de explicar a máscara e suas propriedades, vamos logo ao que interessa. Minha máscara se manifestou como uma onça-pintada, e ela se comunica comigo como uma mulher. Realmente, como uma bióloga devo dizer que ela ajuda e muito em meu trabalho. Eu ainda hei de descobrir todos os poderes dessa estranha mascarilha.
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29/12/2007
Em uma folga do trabalho, minha filha, a Natalie, que tem 8 anos agora, tentou encostar na máscara, e tive que admoestar tal ação. Se ela tivesse a mínima ideia do que aconteceria, tenho pavor só de pensar.
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30/11/2016
Natalie, se você estiver lendo isso, quero que você saiba que eu te amo. Me desculpe por não ser uma mãe presente, e me desculpe por ter de ir tão cedo. Eu tive uma conversa com a máscara, e ela me jurou que te protegeria como nunca protegeu outro usuário. Tomara que isso se realize. Eu te - todo o meu coração. Com amor, mamãe.
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