Créditos
Artigo: SCP-095-PT — Fuzil de Assalto Elétrico
Autor: lulatred
Imagem: Imagem criada pelo autor do artigo.
Mais Informações:
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Item Nº: SCP-095-PT
Classe de Objeto: Neutralizado Seguro
Nível de Ameaça: ● Branco ● Amarelo
Procedimentos Especiais de Contenção: O fuzil que compõe SCP-095-PT deve ser mantido desmontado em uma maleta de armazenamento de armas de fogo, com dimensões de 80 cm x 40 cm x 100 cm, forrado em seu interior por blocos de espuma de poliuretano. A maleta deve ser mantida dentro de um guarda-volumes de porta única com uma fechadura eletrônica, na seção de contenção de objetos seguros, localizada no Sítio PT7. O código de acesso do guarda-volumes está sob conhecimento do Dr. Ferraz, pesquisador encarregado de estudar o objeto, e seu grupo de pesquisa.
Toda munição específica do objeto está contida no mesmo guarda-volumes anteriormente mencionado, dentro de uma caixa de alumínio com dimensões de 60 cm x 25 cm x 20 cm, podendo ser usada para testes com a permissão do Dr. Ferraz.
Cada peça que compõe SCP-095-PT deve ser limpa semanalmente, seguindo as instruções encontradas nos documentos da Superintendência Brasileira do Paranormal, que podem ser encontrados no Acervo Bibliográfico e Documental do Sítio PT7, localizado no Bloco Administrativo 07-B. Para acessar tais documentos é preciso receber a autorização do supervisor do acervo, Gustavo Lindbergh Torres.
O envio do objeto para estudo em outros sítios da Fundação deve ser aprovado pelo Diretor do Departamento de Paratecnologia do Sítio PT7. Atualmente o acesso ao objeto está limitado aos integrantes dos grupos de pesquisa que formam o "Projeto Enguia Elétrica", localizados nos Sítios PT7, PT16 e PT33.
Diagrama do fuzil que compõe SCP-095-PT, produzido por ex-integrantes da Superintendência Brasileira do Paranormal.
Descrição: SCP-095-PT é a designação dada a um protótipo de um fuzil semiautomático, desenvolvido e produzido por membros remanescentes da Superintendência Brasileira do Paranormal em 1992. O objeto se assemelha aos primeiros modelos do fuzil FN FAL de calibre 7,62 x 51 mm, porém apresenta uma série de modificações anômalas à sua estrutura em relação aos fuzis convencionais deste tipo.
Na parte externa, os pontos mais notáveis são a existência de dois condensadores elétricos no interior de uma caixa de alumínio revestida internamente por cerâmica, posicionada ao lado direito do objeto, logo acima do ponto de encaixe de carregadores. No lado oposto a esta caixa se encontram uma série de circuitos elétricos e eletrônicos de função ainda desconhecida, posicionados no interior de um eletroduto isolante composto por policloreto de vinila (PVC).
Estes dois compartimentos estão ligados entre si por uma série de fios de prata no interior de um revestimento de borracha, que por sua vez liga estes dois objetos à "caixa de força", sendo que cada seção de fios ainda apresenta diodos semicondutores para otimizarem as ações das correntes elétricas.
A "caixa de força" é uma caixa de alumínio com dimensões de 25 cm x 10 cm x 60 cm, pintada com tinta verde-oliva, apresentando um quadro de distribuição em sua face oposta às alças. Em uma das faces de maior área da caixa, é possível encontrar duas alças ajustáveis compostas por fitas de nylon, usadas para se posicionar a "caixa de força" nas costas do indivíduo que está manuseando SCP-095-PT. No interior desta caixa é possível encontrar uma bateria desenvolvida pela SBP, que de acordo com registros oficiais suporta até 260 V, apresentando medidas de 20 cm x 8 cm x 40 cm. No interior da bateria é possível encontrar um composto, formado por uma mistura de cloreto de zinco e de sulfato de chumbo, submergido em uma liga de cálcio e potássio (NaK). Não se sabe como este composto foi formado e tentativas de recriá-lo utilizando os elementos anteriormente mencionados foram inconclusivas.
Em outro ponto, a munição usada por SCP-095-PT também foi desenvolvida pela Superintendência Brasileira do Paranormal, tendo sido criada para ser usada especificamente por este objeto. Primeiramente, apenas a base destes cartuchos apresenta pólvora e um estojo de metal, enquanto o restante do estojo é composto de vidro totalmente temperado (TT), tendo em seu interior um complexo sistema de bobinas e transformadores ressonantes, seguidos do projétil em si, que é composto de chumbo. Atualmente estão contidos 240 180 cartuchos, armazenados em um total de 12 9 carregadores, sendo que cada carregador comporta 20 cartuchos.
O funcionamento de SCP-095-PT se dá com a ativação da "caixa de força" pelo quadro de distribuição. No quadro é possível observar três interruptores, cada um com uma coloração diferente, indicando o quanto de energia da bateria será enviada ao projétil. O interruptor verde aplica uma quantidade relativamente baixa de energia, o amarelo uma quantidade considerável e o vermelho grandes quantidades de energia. Não se sabe exatamente como este sistema funciona, porém, após aplicar a energia, esta supostamente se reproduz dentro do próprio cartucho que será disparado, energizando a ponta do projétil. Ao se chocar contra uma superfície, este projétil libera toda a energia aplicada ao mesmo, gerando uma grande descarga elétrica.
Aparentemente, o uso de SCP-095-PT era voltado para a destruição rápida e eficiente de aparelhos eletrônicos e outros tipos de aparelhos que necessitam de energia, como automóveis, por exemplo, porém o objeto também se mostrou letal em combate direto. Abaixo seguem diversas informações adicionais acerca de SCP-095-PT.
Descoberta: No dia 08/04/1994, foi interceptada pela Força-Tarefa Móvel PT11-∆ "Soldados de Papel" uma transmissão de rádio que mencionava o ex-comandante da Superintendência Brasileira do Paranormal, Ednardo D'Ávilla Mello, que de acordo com registros oficiais teria falecido no dia 19/12/1993. O local que realizou a transmissão era uma estação de rádio denominada "Rádio Comunitária Paraíso FM", localizada próxima ao município de São Jorge, Goiás. Agentes da Fundação enviados para monitorar o local determinaram a presença de membros do Exército Brasileiro operando a emissora, o que levantou a possibilidade destes serem remanescentes da SBP.
No dia 11/04/1994, um caminhão do Exército Brasileiro chegou ao local, transportando [REDIGIDO], juntamente do ex-comandante Ednardo D'Ávilla Mello, de acordo com o relato dos agentes que estavam realizando o monitoramento da área, confirmando que os soldados eram de fato ex-integrantes da Superintendência Brasileira do Paranormal.
A FTM PT11-∆ foi enviada para eliminar os soldados do local e para recuperar qualquer objeto anômalo na área no dia 13/04/1994, tendo como alvo principal o ex-comandante Mello. Abaixo segue uma transcrição de áudio, gravado no dia 14/04/1994, do agente que liderou a operação, denominado Delta-25, relatando os detalhes desta operação.
Início de Registro
Dr. Ferraz: Então, comece dando uma visão geral da operação e conte a história, mas procure focar na parte do 095, tudo bem?
Delta-25: Claro, doutor. Então, foi tudo bem depressa, alguns dias depois da transmissão ter sido interceptada nós estávamos nos preparando para invadir o local. É claro, o Mello estava por lá, e talvez aquela fosse nossa única chance de pegar o cara, ou pelo menos era mais fácil acabar com ele de uma vez. Enfim, foram cinco operativos além de mim, do 20 ao 24, e nós fomos até lá com o equipamento padrão, além de três do time de contenção e quatro do time de resposta. O pessoal na área estava informando qualquer atividade dos militares até a gente chegar lá, dizendo quantos estavam na área da antena, quantos estavam na casa, quais deles estavam armados e tudo mais.
Delta-25: Mais ou menos meia hora depois de ter saído do PT7, nós chegamos na estação, junto do time de contenção e de resposta. Nós falamos com o pessoal do monitoramento, nos espalhamos pelo perímetro e demos os primeiros tiros. No térreo deviam ter uns oito ou nove deles, sendo que um não estava armado, que era o sujeito operando o rádio. Como eles estavam distraídos, foi fácil derrubar todos em alguns minutos, sem ter nenhuma baixa do nosso lado.
Delta-25: Pensamos que a operação tinha acabado e que iríamos voltar tranquilos, até surgir a pergunta: onde estavam os objetos? Demos uma vasculhada e rapidamente encontramos o alçapão, na base da antena, que levava à instalação. Bom, isso era novidade e infelizmente acabou com nosso elemento surpresa, mas de acordo com as informações do pessoal do monitoramento só faltavam seis deles, incluindo o Mello. Não sei como eles não perceberam o alçapão, mas enfim, nos preparamos e entramos com tudo.
Delta-25: Nós descemos as escadas, acabamos com dois que estavam mirando na entrada tendo apenas o 02 do time de resposta ferido, e continuamos a navegar pelo local. Depois de algumas salas com geradores e caixas, nos vimos em um longo corredor, que levava à duas portas de metal, e foi lá que quase toda a operação foi pelos ares.
Delta-25: Enquanto a gente andava pelo corredor para chegar nas portas, elas se abriram antes, revelando quatro deles com fuzis e pistolas comuns, mas tinha o Mello no meio, com o 095 em mãos. Foi um massacre, a gente estava no meio daquele corredor sem cobertura, correndo para trás para tentar se proteger, enquanto eles descarregavam tudo em nós. O time de resposta caiu primeiro, depois foi o 23, e logo do meu lado foi o 20. Esse eu pude ver, eu entendi porque essa arma não deixava feridos. Ele levou a bala no ombro, mas não foi isso que matou ele, foi a descarga elétrica. Depois da ponta passar pelo ombro do 20, ele ficou ali, tremendo de uma forma que eu nunca vi antes, e depois caiu no chão sem fazer nenhum barulho.
Delta-25: Enfim, nós conseguimos chegar no fim do corredor e nos proteger nas bordas da parede. Eles estavam avançando todos juntos, era um corredor bem estreito afinal de contas, e acho que foi isso que salvou a gente. Não estávamos nem saindo da cobertura, mas eles estavam atirando feito loucos. Uma hora eu ouvi a explosão. Foi de repente, doutor, sem nenhum aviso a caixa simplesmente explodiu. O Mello voou pra frente, enquanto os outros caíram ali mesmo. Os que não morreram na explosão sufocaram naquele gás azul da bateria, e foi basicamente isso.
Dr. Ferraz: Você realmente não viu a explosão em si?
Delta-25: Não, doutor, se eu colocasse o rosto para fora eu com certeza não estaria aqui nesse momento. Enfim, com o gás por ali, nós voltamos, pegamos as máscaras e passamos pelo corredor, até a sala onde eles guardavam os objetos. Foi isso.
Dr. Ferraz: Entendo. Bom, obrigado pelo seu tempo.
Fim de Registro
Notas: A teoria mais aceita para o mau funcionamento do objeto em combate é que muitos disparos em um curto espaço de tempo com a arma ajustada para transmitir o máximo de energia aos projéteis resultou numa sobrecarga da bateria, o que levou à explosão da caixa. Esforços atuais são de reparar o objeto e de otimizar seu desempenho, a fim de evitar acidentes futuros durante testes.
O "Projeto Enguia Elétrica" é formado por três grupos de pesquisa, um do Sítio PT7, um do Sítio PT16 e o último do Sítio PT33. Este projeto visa, a partir da tecnologia usada em SCP-095-PT, criar uma série de armamentos capazes de incapacitar aparelhos elétricos de forma rápida, discreta e eficiente. Abaixo segue uma linha do tempo, contendo todas as conquistas principais do projeto.
27/10/1996: Análise inicial de SCP-095-PT e dos documentos recuperados da Superintendência Brasileira do Paranormal acerca do objeto levaram ao início do processo de restauração do objeto, com o Dr. Ferraz liderando tal processo.
11/04/1998: Conclusão do processo de restauração de SCP-095-PT. O objeto voltou a operar como descrito no relato da operação da FTM PT11-∆ mencionada anteriormente. A classe do objeto e seu nível de ameaça foram atualizados.
22/09/2000: Estudos realizados no Sítio PT7 apresentaram resultados promissores com relação à recriação da tecnologia usada em SCP-095-PT, levando a formação oficial do "Projeto Enguia Elétrica", compreendendo inicialmente pesquisadores dos Sítios PT7 e PT33.
19/02/2004: Uma série de testes envolvendo tentativas de replicar os componentes de SCP-095-PT apresentaram resultados promissores. Início dos testes para a produção de um protótipo de armamento baseado em SCP-095-PT.
03/06/2007: Desenvolvimento do primeiro protótipo baseado na tecnologia utilizada para a criação de SCP-095-PT, produzido pelo grupo de pesquisa do Sítio PT7. Designado F-001, este objeto compreendia uma réplica da "caixa de força" que compõe o objeto, contendo o "Composto 39" em seu interior, porém utilizando um fuzil Heckler & Koch G36 semiautomático adaptado para suportar a munição original de SCP-095-PT.
Os projéteis disparados pelo protótipo não apresentaram quaisquer efeitos anômalos, se comportando como projéteis convencionais. Alterações feitas ao protótipo foram inconclusivas, portanto o modelo foi descartado.
17/11/2014: O grupo de pesquisa do Sítio PT16 foi inserido no "Projeto Enguia Elétrica". Desenvolvimento do segundo protótipo baseado na tecnologia utilizada para a criação de SCP-095-PT, produzido pelo grupo de pesquisa do Sítio PT16. Designado F-002, este objeto era quase idêntico ao modelo anterior, tendo como diferença o fato de que uma maior quantidade do "Composto 39" havia sido inserida na bateria do objeto.
Os projéteis disparados apresentaram inicialmente um efeito promissor, liberando uma descarga elétrica no alvo, porém com uma potência quase insignificante. Alterações futuras ao objeto resultaram em efeitos negativos, levando à sobrecarga da bateria, portanto o modelo foi descartado.
02/05/2020: Desenvolvimento do terceiro protótipo baseado na tecnologia utilizada para a criação de SCP-095-PT, produzido pelo grupo de pesquisa do Sítio PT33. Designado F-003, este objeto compreendia uma réplica da "caixa de força" que compõe o objeto, contendo o "Composto 39" em seu interior, porém utilizando um fuzil Taurus T4 semiautomático adaptado para suportar a munição original de SCP-095-PT.
Atualizando os componentes de protótipos anteriores, este objeto se mostrou mais eficiente que os modelos passados. A descarga elétrica causada pelo impacto dos projéteis foi quase a mesma de SCP-095-PT, com a diferença de que mesmo após vinte disparos consecutivos, a bateria não apresentou uma piora em seu desempenho.
Esforços atuais do "Projeto Enguia Elétrica" são de otimizar o desempenho do último protótipo, de forma que este se torne seguro e eficiente para ser usado em combate. Com total compreensão da tecnologia empregada em SCP-095-PT, acredita-se que seja possível desenvolver uma série de armamentos de diferentes tamanhos, com baterias cada vez mais compactas, para que seu desempenho seja melhor durante operações.