17 de Setembro, 195█
É estranho estar de volta aqui. Para ser sincero, nunca achei que veria esta casa outra vez. Claro, minha irmã tinha que falar sobre esta casa com o médico. Silenciosa e tranquila, cheia de lembranças que quero esquecer. Ela está certa, quer eu concorde ou não. Ela deve vir aqui mais para o fim da semana, para me vigiar e garantir que eu não morra no meio da noite. Coisas que um problema cardíaco faz com você. Ainda assim, tenho alguns dias antes que ela coloque suas mãos maternais em cima de mim. Ela sempre foi esse tipo de pessoa, para o bem ou para o mal. Mas chega de falar sobre o futuro. Algo inesperado aconteceu hoje, caso contrário, não haveria sentido estar escrevendo neste diário. Decidi dar uma caminhada, respirando o ar local e deixando as memórias emergirem agora em vez de esperar mais tarde. Nessa caminhada, cheguei àquela velha ponte onde os bondes costumavam passar quando este lugar tinha alguma relevância para o resto do mundo. Havia um velho na ponte, olhando por cima do gradil. Ele parecia ser do tipo nostálgico, apreciando a natureza e em paz com o mundo e tudo mais. Não tenho certeza do que me sucedeu, mas senti vontade conversar com esse completo estranho. E devo dizer que não fui muito bem-sucedido. Acho que o homem é surdo ou tem uma audição muito ruim. O bobo só percebeu que eu estava ali quando toquei em seu ombro. Mas ele parece ser gentil. Sorriu, apertou minha mão firmemente e me olhou como se estivesse incomodado. Ele tentou falar comigo em sinais, mas não conheço nada disso e tenho certeza de que ele percebeu rápido. Ainda assim, embora não tenha sido muito uma conversa, foi interessante. Da próxima vez que eu sair para caminhar, deveria levar um bloco de notas e uma caneta, só por precaução.
18 de Setembro, 195█
Nem sequer um dia inteiro se passou e já estou tendo pesadelos. Eu sabia que, ocasionalmente, eles voltariam, mas não esperava que acontecesse na noite da minha chegada. Foram, de fato, bastante terríveis. Viscerais, até. Ao acordar, mal conseguia respirar. Se isso persistir, Mari não tirará os olhos de mim e este lugar se tornará um verdadeiro inferno. Se nada disso tivesse jamais acontecido. Quem sabe assim eu conseguiria me virar. Contudo, fiz mais que apenas sentir pena de mim mesmo. Incrivelmente, a maior parte da comida que ficou na despensa ainda está em bom estado, ainda que um pouco passada. Consegui preparar um café da manhã que ficou aceitável. Tenho certeza de que minha irmã trará algumas compras quando chegar. Produtos selecionados com cuidado, que não me farão sentir dor no peito no assim que engolir. Sei que fará questão disso. Após terminar o café da manhã, decidi dar uma caminhada matinal, como fiz ontem. Fiz questão de levar um bloco de notas, como havia dito, e foi uma decisão sábia.
Aquele velho tolo estava na ponte novamente. Desta vez, trouxe consigo um cavalete e uma bolsa cheia de materiais para pintura, com tudo que você possa imaginar. Para ser sincero, estou surpreso que alguém dessa idade consegue carregar tudo isso. Ele estava meramente pintando a margem do rio em silêncio, e suponho que ele tenha prática, pois o que ele fez até agora estava razoavelmente decente. Pelo menos era possível enxergar o que ele estava pintando. Desta vez, ele me notou se aproximando e novamente me cumprimentou, da mesma forma que antes. Apertos de mão, olhares incômodos e assim por diante. Diferente do que ocorreu no outro dia, no entanto, foi que desta vez conseguimos nos comunicar. Escrevi algumas palavras no bloco de notas, ele escreveu mais algumas, e ideias foram transmitidas. Ele não disse seu nome, apesar de eu ter perguntado, mas se aprofundou em outros assuntos. Aparentemente, ele viajou pelo mundo em busca de lugares simples para pintar. Porem o tolo me disse que não é pela paisagem que ele vem. E não, ele não me contou o porquê também. Mas não posso reclamar. Não conheço o homem, mas ele possui um certo charme. O tipo que mantém você interessado, mesmo em conversas escritas. Ele é velho, então certamente deve ter muitas histórias para contar. Algo que, pelo menos, vai me manter entretidoas.
21 de Setembro, 195█
Mari chegou hoje. A primeira coisa que ela fez ao entrar pela porta foi perguntar se eu estava tomando meus remédios. Juro, a mulher não confia que eu posso cuidar de mim mesmo. Ela tem boas intenções, isso eu tenho que admitir. Mas ela pegou no meu pé quando mencionei minhas caminhadas diárias. Aparentemente, caminhar, ou qualquer atividade física regular, não é bom para mim. Especialmente se eu estiver fazendo isso sozinho. Ela começou a falar sobre como meu coração não vai conseguir bombear sangue o suficiente para me manter de pé ou como minhas pernas começariam a inchar, e acabaria em uma cadeira de rodas. Aliás, ela trouxe uma também. Planeje o futuro o quanto quiser, mas não me faz sentir melhor, saber que você espera que eu precise de uma cadeira de rodas. Poderia muito bem ter destruído minha dignidade com um martelo e jogado os pedaços pela janela para serem comidos pelos pássaros.
Mudando de assunto, também vi aquele velho tolo na ponte. Na verdade, acho que não escrevi nada do que ele me contou até agora. Pedi que me contasse algumas histórias de suas aventuras ao redor do mundo usando o bloco de notas. Não vou escrever todas aqui, mas posso ao menos transcrever uma. Na verdade, vou apenas anexar a página que ele escreveu. Aqui está:
Lembro-me de alguns anos atrás, quando estava em Moscou. Havia um ponto onde um passarela passava por cima de uma estrada, mal conseguia ver a Catedral de São Basílio por entre os telhados. No fim da tarde, o sol espreitava sobre as cúpulas ortodoxas, lançando faixas de luz através das nuvens que dançavam com a neve à medida que caía. Um lugar perfeito para pintar, também conheci muita gente. Todas elas com suas histórias para contar. Tinha uma senhora mais velha, vestida de casaco de peles, que havia deixado um antigo amante quando era mais jovem e se arrependia disso todos os dias desde então. Perceba, de um jeito estranho que ela mesma não compreendia, ela tinha amado aquele homem de verdade. A tristeza marcava seus olhos, revelando tudo com tanta facilidade. Ela parou para me ver pintando os telhados e, enquanto fazia isso, o homem que ela deixou caminhava estrada abaixo. Para seu desgosto, no entanto, ele estava com os braços em volta de outra. Ele havia seguido em frente, ela não. Desisti de pintar os telhados e comecei a pintá-la, e sinto, de certa forma, que ver aquele homem novamente deu a ela a chance de deixar o arrependimento para trás. Realmente um lugar maravilhoso, nunca vou esquecê-lo.
Honestamente, não acredito em nada disso. Como diabos o velho sabe qualquer coisa sobre as pessoas que conheceu se ele não consegue ouvir nada do que elas dizem? Talvez ele não fosse surdo naquela época. Não sei. Ainda assim, é uma boa anedota, ou mais uma lembrança, acho, mesmo que não seja inteiramente verdade.
31 de Setembro, 195█
Os pesadelos ainda estão me assolando. Eu me pergunto por que o cérebro te faz enfrentar situações terríveis num momento em que deveria estar descansando e em paz. É meio contraproducente, ou talvez a mente seja apenas boa demais em inventar coisas. E não, não vou escrever sobre todo o arrependimento que me consome pelo que aconteceu aqui. Não vai adiantar de nada, então não há motivo para tentar.
Além disso, e provavelmente mais urgente, minhas pernas começaram a inchar. Mari conversou com o médico antes de vir para cá e disse que o inchaço é esperado. Aparentemente, é por isso que ela trouxe a cadeira de rodas. Pode piorar antes de melhorar. Ainda não preciso dela, e isso não é orgulho falando. Embora, devo admitir, levantar está ficando cada vez mais difícil. De qualquer forma, consegui sair de fininho. Minha irmã foi à cidade buscar algumas coisas, o que me deu bastante tempo para dar uma caminhada. Claro, fui até a ponte e, mais uma vez, o velho tolo estava lá pintando com sua alma. Ele quis me pintar, veja só. De todas as coisas. Recusei, claro, mas devo admitir que o gesto foi lisonjeiro, para dizer o mínimo. Consegui arrancar outra história dele, mas não muito mais. Suponho que ele seja muito reservado em certos assuntos, e nem é da minha conta.
Eu já estive na França, há muito tempo. Na verdade, eu tinha uma casa em Paris, era mais uma casa de veraneio nos arredores da cidade. Lembro-me de uma vez que fui à Normandia. Para ser mais exato, em Bayeux. Tinha um lugar no centro medieval, na esquina de uma intersecção, onde as casas de madeira se estreitavam em direção a uma praça de paralelepípedos. Ficava perfeitamente posicionado de forma que, em certas noites, a lua se alinhava com a praça ao nascer. Havia um jovem com cabelos castanhos encaracolados e um rosto alongado. Ele passava por mim, pedalando sua bicicleta, todas as manhãs e todas as noites, exceto aos domingos. Ele tinha uma paixão ou algo do tipo, entende. Ele ia ao cemitério da catedral, fazia gravuras das lápides e placas em papel, procurando os túmulos mais isolados quando possível. Depois, com as gravuras em mãos, ele ia à prefeitura ou à biblioteca e procurava registros da pessoa cuja lápide ele havia copiado. Ele descobria quem eram, o que faziam, como eram, o que conquistaram e o que deixaram para trás. Não diria que ele tinha um motivo para ter esse hobby, nem que precisasse de um. Ele era dedicado, e com isso, encontrava satisfação, então não era necessariamente uma tarefa sem sentido. Isso tornava suas ações ainda mais fascinantes para mim.
6 de Outubro, 195█
Admito que está ficando muito mais difícil de caminhar. Não são só as pernas inchadas, embora elas tenham grande papel nisso. Estou ficando sem fôlego e sinto meu coração acelerando quando me mexo. Está ficando muito cansativo, e por mais que eu não queira admitir, a cadeira de rodas está aos poucos se tornando uma opção atraente. Se bem que acho que não cheguei a esse ponto ainda, mas qualquer coisa pode acontecer
Minha irmã, por outro lado, nesses últimos dias não tem tirado os olhos de mim. Não é que eu não seja grato pelo que está fazendo, mas acho que ela está começando a exagerar um pouco. Ela está controlando minha dieta com precisão cirúrgica, certificando-se de que nem um grão de sal vá parar na minha sopa. Na verdade, é só sopa que ela tem me forçado a comer, e com alguns sanduíches aqui e ali. Se ela não fosse minha irmã, eu mandaria ela dar o fora, mas não posso. Claro.
Todavia, consegui dar uma escapada de novo para fazer as caminhadas que, por alguma razão, anseio desesperadamente. Para ser honesto, acho uma atividade simplesmente relaxante. É mais fácil me perder em pensamentos em meio a natureza, e estar perdido em pensamentos é muito agradável. Além disso, tenho que aproveitar minhas pernas enquanto ainda posso. E sim, acabei voltando para aquela ponte do bonde. Não é nem que eu pretenda ir lá todas as vezes que faço uma caminhada, mas simplesmente se tornou parte da rota, suponho. De qualquer forma, o velho estava lá pintando de novo. Não tenho certeza se ele está pintando a mesma coisa e simplesmente recomeçou sabe-se lá quantas vezes, ou se é perfeccionista. Ele quis me pintar de novo. Como da última vez, recusei, embora tenha me sentido mal por isso. Ele parece bastante sincero, se estou lendo corretamente suas expressões, mas é educado demais para ser tão direto. Ainda conversamos, ou melhor, eu desabafei e ele “ouviu”, mas deu para perceber que ele estava absorvendo tudo. Realmente ouvindo, ou, neste caso, lendo. Ele é do tipo que se importa, não importa quem você seja. Pelo menos, é isso que eu vejo nele. Alias, acho isso bastante irônico. Ele é uma das poucas pessoas que realmente escutam, sendo alguém com quem você simplesmente conversar, e o tolo não consegue ouvir nada.
17 de Outubro, 195█
É oficial. Não consigo mais andar. Quando eu era mais jovem temia a velhice, especialmente quando visitávamos meu bisavô perto de Monmouth. Ele não conseguia dar dois passos sem se segurar naquela bengala torta dele. Quando cansava de andar, pedia à minha bisavó para empurrá-lo na cadeira de rodas. Ainda consigo ouvir as rodas rangendo sobre o piso de mardeira. Ele não era um homem mau, meu bisavô, mas eu não tinha a menor intenção de chegar à idade em que caminhar fosse mais um peso do que qualquer outra coisa. Confesso que não esperava que essa idade fosse aos trinta e quatro anos. Agradável, não?
No fim das contas, acho que estou finalmente confinado a esta prisão. A não ser que minha irmã tenha a vontade de me empurrar pelo jardim todos os dias, vou ter que me contentar com a varanda. Sabe, agora que estou preso, meus pensamentos estão a mil. Todos os pensamentos possíveis tem surgido na minha mente e ido embora tão rapidamente como se fosse a rotatória ao redor do Arco do Triunfo. Juro que resolvi mais problemas do mundo na minha cabeça em um único dia do que a humanidade em todos os séculos que teve para fazer. Ainda assim, é muito estranho, não importa o atalho que eu tome nos meus pensamentos, continuo voltando àquele tolo na ponte. Não sei por quê, e antes que você tire conclusões, os pensamentos estão longe de serem de natureza questionável. Desisti dessas tendências quando, você sabe o que, aconteceu. Mas essa é a questão. Toda vez que penso no tolo pintando a mesma cena repetidamente, sem fazer mais nada da vida, começo a pensar nele. Pode ser que eles sejam parecidos. Reservados, gostam de se fazer os mais misteriosos possíveis, educados, sinceros, tudo isso. As únicas diferenças mesmo, eu diria, são a idade e a aparência. E ao mesmo tempo, pensar nele só me traz arrependimento. Arrependimento e muita culpa. Na verdade, agora que estou escrevendo isso, talvez meu estado seja um castigo. O universo equilibrando os muitos erros que cometi. Vingando-se de mim, eu diria. Quem sabe? Mas se for esse o caso, acredito que é uma consequência merecida e que não mereço nada melhor.
26 de Outubro, 195█
Não tenho muito a dizer hoje. Estar preso a uma cadeira de rodas dificilmente vejo qualquer coisa intrigante para tornar o dia mais interessante. O único estimulo que tenho é o que eu mesmo consigo imaginar. Isso e alguns livros que encontrei por aqui. Achei um que estou gostando. Bem, gostando de rir. Começa com uma igreja pegando fogo, com apenas um único sobrevivente escapando das chamas, como esperado; um incendiário à solta que tem uma visão distorcida sobre religião; e um delegado completamente inapto para o trabalho. Aparentemente, é baseado em eventos reais, mas acho isso difícil de acreditar. De qualquer forma, percebi que me esqueci de contar uma das anedotas que o velho tolo escreveu para mim durante uma de nossas "conversas". Não é muito importante, mas não tenho outro lugar para guardar o papel onde ele escreveu tudo. Seja como for, é alguma coisa. Caso contrário, escreveria apenas sobre o quão mal escrito aquele livro é, e é muito para escrever de uma vez.
Muitos anos atrás, me encontrei vagando pelos riachos que correm pelas Montanhas Rochosas, perto de Montana. Estou me referindo aos Estados Unidos, claro. Sempre fui apaixonado pela natureza e fazer trilhas era um hobby quando eu era mais jovem. Temos que dar crédito aos Estados Unidos, sua natureza selvagem, onde ainda resiste, é de tirar o fôlego. Enquanto estava lá, encontrei um lugar peculiar mas muito interessante. Era uma clareira entre os pinheiros, um pouco mais afastada das trilhas batidas que costumo seguir, mas sabia que tinha feito a escolha certa. Se eu ficasse bem parado, um cervo ou um alce saía furtivamente do meio das árvores, vindo aproveitar o sol, já que a copa dos pinheiros quase não deixava passar luz. Eles eram excelentes modelos para minhas pinturas mas não eram a razão pela qual escolhi aquele lugar. Ali perto, um grupo de pessoas estava reunido em algo não maior do que um contêiner de carga. Bem, eles pareciam ser pesquisadores, estudando um fenômeno natural peculiar que eu mesmo nunca cheguei a ver. Eles tinham sido enviados lá e não estavam mais perto de entender o fenômeno do que estavam quando começaram. Então, uma noite, um deles desapareceu. Sumiu sem deixar rastro. Era um homem de meia-idade, mais velho que eu na época, e eles o procuraram em vão. Só encontraram seu relógio de bolso rachado sob uma pedra virada. Pode ser que algo terrível tenha acontecido a esse homem. É sempre uma possibilidade, embora eu tenha chegado à conclusão de que, talvez, ele não quisesse ser encontrado. Afinal, o instituto para o qual ele pesquisava era frio e sistemático demais para o seu gosto.
E pensar que o tolo pode ter se envolvido em alguma pesquisa governamental secreta e nem se deu conta. Escreva um livro com essa história. Venderia muito mais que o livro que estou lendo.
8 November, 195█ (última entrada)
Eu ia pedir para aquele velho tolo me pintar hoje. Bem, eu pedi, de certa forma. Convenci Mari a me levar até a ponte e tudo mais. A questão é que ele não estava lá. Eu realmente não sei o que estava esperando. O homem não pode estar lá todos os dias, claro. Sendo honesto, eu estava mais ansioso pela distração. Mas, como mencionei, não saí de mãos vazias. No chão, onde ele costuma colocar o cavalete, havia uma tela embrulhada em papel encerado e amarrada com um barbante de aparência barata. Um bilhetinho escrito com a caligrafia dele e com meu nome estava anexado. Pensando agora, não lembro de ter dito meu nome para ele, já que ele nunca me disse o dele. Estranho. De qualquer forma, eu teria rasgado o papel ali mesmo, mas Mari insistiu que fizéssemos isso em casa. Não sei por quê, mas estava muito cansado para discutir.
E para casa retornamos, e minha irmã me deixou sozinho no jardim enquanto fazia chá e sanduíches. Estava sozinho, parecia ser o momento perfeito para dar uma olhada no que trouxe da ponte. Era uma pintura, como eu esperava. A questão é, que era uma pintura minha, andando de bicicleta na ponte. Foi o suficiente para me fazer rir, mas não de um jeito ruim, pelo contrário. Mas enquanto colocava a pintura no chão percebi que havia algo escrito no verso, parecia ter sido escrita em carvão.
"“Não importa que os outros o perdoem se você não conseguir perdoar a si mesmo. No início vai doer, e as cicatrizes vão aparecer, mas então você poderá começar a viver novamente."
Se fosse assim simples.