Créditos
Título: SCP-437-FR – Favor guardar o silêncio
Autores: Ilu-Icey e
Herolles
Data: 23 de Abril de 2020
Item n°: SCP-437-FR
Nível de Ameaça: Laranja ●
Classe do Objeto: Euclídeo
Procedimentos Especiais de Contenção: SCP-437-FR deve ser confinado em uma cela de contenção para humanoide à prova de som, equipada de uma eclusa de ar anecóica. O sistema de vigilância por vídeo direto não pode incluir áudio.
Os registros de áudio estão disponíveis a estudos pelos funcionários que possuem uma creditação de Nível 3. No entanto, a escuta dos tais gravações é proibida.
Toda pessoa entrando em contato com SCP-437-FR deve ser equipada com fones de ouvido anti-ruído e nenhuma tentativa de conversação oral com a entidade não deve ser feita. Em caso de desvio do protocolo, a pessoa deverá receber um amnésico de Classe A. Uma mesma pessoa não deve entrar em contato com SCP-437-FR mais de vinte e cinco (25) vezes (ver o Incidente 437-FR-1). Uma mutação sobre um outro arquivo, incluindo mesmo um rebaixamento, poderá ser empregada à aproximação dos vinte e cinco (25) encontros.
As conversas e entrevistas com SCP-437-FR devem ser previamente autorizadas por um pesquisador de Nível 3. Elas se fazem à escrita, folhas de papel e um lápis devem estar disponíveis a todo momento na cela de contenção. Um estudo da conversa durante essas entrevistas deve ser feito a fim de verificar a estabilidade psicológica de SCP-437-FR.
SCP-437 deve ser alimentado três (3) vezes por dia, às 8h, 13h e 19h. Os contatos com a entidade devem ser limitados ao estritamente necessário durante a entrega das refeições. Deve-se verificar se SCP-437-FR se alimenta corretamente. Um lanche lhe pode ser oferecido em caso de boa conduta.
Descrição : SCP-437-FR é um humanoide do sexo masculino medindo 1m e 43, pesando 37 kg e com idade de 13 anos, nomeado de James Coy. SCP-437-FR é vestido por um uniforme escolar típico de um aluno da middle school, mais exatamente aquele da Parkfields Middle School, na Inglaterra. Ele possui olhos cinzas e cabelos castanhos curtos.
SCP-437-FR é capaz de se expressar por um inglês escrito de nível equivalente à média base para sua idade. Seu nível à oral fica ainda a determinar.
Quando um indivíduo capaz de compreender inglês ouve SCP-437-FR falar, a ideia lhe virá de que ele tem uma outra tarefa, considerada como "mais importante" a efetuar. Em média, bastam cinco (5) segundos para que essa ideia incite a entidade a encurtar uma conversa com SCP-437-FR, os efeitos podem igualmente se desencadear via uma gravação de sua voz.
Essa situação provoca uma leve angústia psicológica em SCP-437-FR, que, eventualmente, mostra os sinais nascentes de retraimento social.
Uma exposição prolongada à voz de SCP-437-FR provoca uma versão acentuada desses efeitos, onde torna-se impossível para uma pessoa de ficar concentrada em uma tarefa dada, alienada pela ideia de que ela tem outra coisa a fazer, sem ser capaz de identificar qual é essa coisa. Demonstrou-se que esse feito se desencadeia em caso de escuta atenta à voz de SCP-437-FR durante um total de 140 segundos..
SCP-437-FR é, por si só, imune contra os efeitos de sua anomalia.
Demonstrou-se que os amnésicos permitem atenuar o efeito principal, fazendo esquecer a escuta da voz e a ideia de uma tarefa sobre a qual a pessoa afetada queria redigir-se. No entanto, eles não mostraram nenhum efeito acerca de atraso do desencadeamento do segundo efeito, nem acerca de uma qualquer anulação desse efeito.
SCP-437-FR foi descoberto em ██/03/1994, na sua escola, enquanto que a maioria de seus professores e colegas de classe encontravam-se de repente ausentes e apenas voltavam bem raramente, durante períodos curtos. Devido às suspeitas à sua volta ligadas às circunstâncias anteriores de sua descoberta (incluindo a participação de sua mãe ao concerto descrito em SCP-3933, durante sua gravidez), ele foi rapidamente isolado e contido.
Relatório do Interrogatório 437-FR-1 :
Interrogado : James Coy
Interrogador : Doutor Hester
Proposta : Esta entrevista segue diretamente à descoberta de distúrbios do comportamento anormais dentro da classe 9B da Parkfields Middle School. O objetivo desta entrevista é de identificar se o indivíduo nomeado "James Coy" (única pessoa da classe que não apresentava o sintoma) está ligado ou não a este incidente.
Esta entrevista é traduzida do inglês.
<Início do Interrogatório>
Dr Hester : Olá, James. Eu sou o senhor Hester e eu trabalho para o departamento de educação. Eu preciso que você responda a certas perguntas sobre sua vida na escola e sobre seus colegas de classe, tudo bem ?
[Silêncio de 21 segundos.]
Dr Hester : Escute, James, eu só preciso que você responda a algumas perguntas de minha parte. Eu prometo que não será demorado. Você pode fazer isso por mim ?
[Silêncio de 15 segundos.]
Dr Hester : Por acaso alguém ou alguma coisa te impede de me responder, James?
[Silêncio de 8 secondes.]
Dr Hester : Você sabe, se alguma coisa de preocupa ou te dá medo, eu te prometo que você pode me falar sem sentir medo seja o que for. Eu estou aqui para te ajudar, James.
James Coy : Você pode mesmo me ajudar ?
[ O Doutor Hester mantém-se silencioso durante 3 segundos, perplexo.]
James Coy : …senhor ?
Dr Hester : Bah, na verdade, não sei de muita coisa e para ser honesto tenho coisas mais importantes a gerir que isso.
[ O Doutor Hester se levanta e deixa o quarto.]
<Fim do Interrogatório >
Declaração Final : Seguido dessa entrevista o Doutor Hester tentou deixar o sítio, alegando ter outra coisa a fazer. As propriedades miméticas do indíviduo nomeado "James Coy" estando já certas, reclassificação desse arquivo em SCP-437-FR.
Relatório do Interrogatório 437-FR-2 :
Interrogado : SCP-437-FR
Interrogador : Doutor Simmons
Proposta : Devido à natureza das propriedades anormais de SCP-437-FR, a entrevista seguinte deverá ser inteiramente realizada à escrita. O Doutor Simmons deverá igualmente estar equipado de um fone de ouvido anti-ruído. A entrevista é traduzida do inglês.
<Início do Interrogatório>
Dr Simmons : Antes de começar, eu devo te pedir de não comunicar-se oralmente sob nenhum pretexto durante toda a duração desta entrevista, caso ao qual nós seríamos obrigados a fazer a segurança intervir. Entendido?
SCP-437-FR : Sim senhor.
Dr Simmons : Excelente. Para começar, você poderia me relembrar de seu nome e sobrenome ?
SCP-437-FR : Eu me chamo James Coy.
Dr Simmons : Nós estamos interessados pela capacidade anormal que você aparenta possuir. Você está consciente da natureza desta ?
SCP-437-FR : Eu creio que eu afasto as pessoas em volta de mim. Geralmente, as pessoas agem como se eu não existisse e vão embora assim que eu tento de falar com elas.
Dr Simmons : Desde quando é que as pessoas em sua volta sentem esses efeitos ?
SCP-437-FR : Eu tenho poucas lembranças de quando eu era pequeno, mas me parece que as pessoas sempre agiram assim comigo.
Dr Simmons : Você conhece pessoas que não foram afetadas por esses efeitos ?
SCP-437-FR : Eu não sei, eu não parei de procurar pessoas com quem falar, com quem compartilhar, mas no final eu nunca encontrei. Honestamente, eu não acho que esse tipo de pessoa existe.
Dr Simmons : Muito bem, eu ainda tenho algumas perguntas a fazer acerca dos eventos sobre sua classe na semana passada.
[SCP-437-FR mantém-se paralisado em frente da folha durante várias dezenas de segundos antes de responder.]
SCP-437-FR : Eu não sei o que aconteceu. No começo, eles eram como todo mundo, eles se contentavam em me ignorar… mais em algum momento, eles começaram a agir de forma estranha. Eles se desastravam em todos os sentidos, eles não paravam de mudar de tema e de ocupações sem que eu entedesse por que. Depois um mês, eles desepareceram todos. Você sabe se eles estão bem ?
Dr Simmons : Eu não estou em disposição de te comunicar esta informação e esta não te diz respeito em maneira alguma.
SCP-437-FR : Mas eu quero saber ! Por acaso fui eu que lhes fiz aquilo? Eles estão em perigo por minha culpa ?
Dr Simmons : É efetivamente provável que o comportamento de sua classe seja devido a sua anomalia. É o porquê de eu querer saber quais foram suas ações antes da mudança de comportamento de seus colegas.
SCP-437-FR : Eu não fiz nada, eu juro. Eu não queria lhes fazer mal, eu só procurava falar com eles, eu só procurava por amigos. Eu não sabia que terminaria assim. Eu…
[SCP-437-FR para de escrever e começa a chorar.]
Dr Simmons : Bem, obrigado por sua colaboração durante a entrevista. Isso é tudo por hoje.
<Fim do Interrogatório>
Relatório do Interrogatório 437-FR-3 :
Interrogado : SCP-437-FR
Interrogador : Doutora Kellina
Proposta : Devido à natureza das propriedades anormais de SCP-437-FR, a entrevista seguinte deverá ser inteiramente realizada à escrita, a Doutora Kellina deverá igualmente estar equipada de fones de ouvido antirruído. A entrevista é traduzida do inglês.
<Início do Interrogatório >
Dra Kellina : Olá, James. Eu sou a Doutora Kellina, feliz em te encontrar.
SCP-437-FR : Olá.
Dra Kellina : Você com certeza deve estar se perguntando a razão de minha vinda. E bem, eu recentemente passei pelo seu arquivo em revisão e notei vários pontos preocupantes, notavelemnte sobre a maneira a qual você é tratado aqui. Eu adoraria então saber seu sentimento sobre esse último ponto. Eu gostaria de saber como você se sente aqui.
SCP-437-FR : Você quer saber como eu me sinto ? Eu posso saber desde quando isso interessa a vocês ?
Dra Kellina : Talvez meus colegas não se preocupam com seu estado, mas saiba que não é meu caso. Eu quero mesmo te ajudar.
SCP-437-FR : Você quer me ajudar! A coisa é que você não pode me ajudar, ninguém pode.
Dra Kellina : E bem, permita-me ao menos tentar. Eu tenho de me assegurar que você se sinta bem.
SCP-437-FR : Desculpe, mas eu não acho que vou me sentir bem já que sempre terei essa maldição.
Dra Kellina : Você quer falar de sua anomalia ?
SCP-437-FR : Chame como quiser, para mim é uma maldição. Por acaso você sabe o que é ser ignorado por sua própria família, de não ter ninguém com quem falar, ninguém com quem contar ? É horrível. E o pior, é que a gente nunca se acostuma de verdade, é tudo difícil demais.
Dra Kellina : Eu sinto muito mesmo. Eu entendo que isso seja difícil para você.
SCP-437-FR : É sempre difícil, doutora, isso não para. E é ainda pior que eu sei que eu podia machucar as pessoas em volta de mim por causa disso.
Dra Kellina : Você já tentou falar disso tudo ao Doutor Simmons ?
SCP-437-FR : Eu poderia tentar se ele passasse mais vezes, eu o vejo raramente e nunca mais que alguns minutos.
Dra Kellina : Eu lamento muito. Eu vou fazer o meu possível a fim de que a situação seja rapidamente retificada.
SCP-437-FR : Você sabe, eu sempre vivi sozinho e para ser honesto, eu não acho que esse lugar mudará alguma coisa.
Dra Kellina : [À oral.] Bem, eu quero que você saiba que como estarei aqui, você nunca mais estará sozinho.
<Fim do Interrogatório>
Declaração Final : Seguido da entrevista, a Doutora Kellina pediu a tomada do controle de SCP-437-FR assim que houver a reatribuição do Doutor Simmons sobre outra anomalia.
Pedido aceito pelo Diretor do Sítio.
Incidente 437-FR-1 :
Devido às ausências repetidas por parte da Doutora Kellina, foi descoberto que ela havia sido fortemente afetada de forma prolongada pela anomalia de SCP-437-FR, por causa notável da qualidade reduzida de seus fones de ouvido antirruído, desgastado pelos numerosos usos.
Uma combinação de amnésicos e agentes miméticos lhe foram administrados, permitindo um curto interrogatório com a doutora, que revelou uma relação de confiança entre ela e SCP-437-FR, relação que terminou por ser tranquilizante para este último.
Determinou-se por seu histórico que essas ausências começaram a partir de sua vigésima oitava (28º) lacuna com o protocolo ligado às entrevistas com SCP-437-FR.
A Dra Kellina foi oficialmente transferida a outro sítio. SCP-437-FR foi alertado desse fato, sem a possibilidade de saber sua localização.
Ao anúncio da partida da doutora, SCP-437-FR se fechou em si mesmo, recusando responder de maneira alguma o que quer que seja às perguntas que lhe foram postas. O estudo das gravações de audio permite no entanto descobrir dados similares àqueles de uma criança chorando.
É difícl determinar se SCP-437-FR é consciente do impacto que ele teve sobre a saída da Dra Kellina ou se ele sente culpa acerca desse tópico, mesmo que seu silêncio total relacionado a suas ações nos diversos regristos de vídeo tendem a mostrar que ele foi fortemente afetado pelos eventos.
SCP-437-FR está começando a mostrar sinais típicos de uma depressão severa, tais como falta de apetite, hipersónia e desinteresse perante sua situação.
A Dra Kellina está, em realidade, atualmente guardada a fins de testes e confinada em uma cela para humanóide padrão. O objetivo é de encontrar uma medicação para a situação, com o intuito de reintegrar e poder tratar os casos similares no futuro.
Até agora, todos os testes realizados mostraram-se ineficaces em longo prazo.