Seis Pequenos Ratos

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Seis ratinhos corriam pelo chão

"Eddy, é sério que você está lendo as notícias agora?"

Eu ergo os olhos de minha cópia do TIME para olhar para o Justin. "Qual é, cara. Esse negócio de Hartle é bacana, o cenário aqui não muda faz duas horas, e ainda não estamos nem perto do gritador."

"Da criança, você quer dizer," disse Dean.

"Eu quis dizer do gritador. Ainda pode ser uma isca, sabe." Eu viro a página. É ridículo, mas tenho que segurar a revista perto demais do rosto para ver o texto, mesmo com a lanterna ligada. Desgraça de Can com sua escuridão idiota e suas escadas desgraçadas! "Queria que eles tivessem deixado eu trazer meu iPod."

"Mas temos que ficar com os ouvidos atentos!" Emmy entra na conversa. Nem preciso erguer os olhos para saber que ela está sorrindo feito uma idiota.

"Para o quê?" Eu respondo com raiva. Estou acabando de chegar à parte boa do artigo também, mas toda essa conversa está arruinando meu foco. Desgraça de centros de linguagem. "O gritador é um disco quebrado, a máscara não é conhecida por fazer nenhum barulho, e os únicos barulhos neste lugar idiota somos nós."

"… Não somos barulhos, Eddy."

"É uma expressão, Em."

"Não, não é."

"Meu deus, vocês estão mesmo brigando por isso?" Perguntou Justin, tirando uma mão do rifle para massagear a ponte de seu nariz.

"Não," eu disse.

"Sim," disse Emmy ao mesmo tempo.

"Parem com isso, todos vocês," latiu Agente Johnson.

"Sim senhor," nós todos dissemos com níveis variados de não entusiasmo.

Um teve seu rabinho preso em uma porta

Chegamos ao próximo patamar, mas, assim que virei a esquina, senti um puxão quando minha corda de segurança ficou presa. "Droga, a corda ficou presa de novo. Pra que servem essas coisas?"

Emmy se virou, a boca já aberta para começar a me dar um sermão, mas então seus olhos se arregalaram e ela começou a gritar. Eu pulei provavelmente um pé no ar e girei a cabeça com força para seguir seu olhar por cima do meu ombro.

Um terror frio me congelou no lugar assim que olhei nos não olhos daquela maldita máscara. Ela nem estava olhando para mim; ela estava olhando para minha cópia do TIME.

Não havia escapatória do grande gato mau

Eu finalmente consegui fazer meus músculos se moverem, mas não importava. Minha corda estava presa, e a máscara estava perto demais.

A última coisa que sinto é um calor abrasador cortando a cartilagem e o osso.

Restavam cinco ratinhos para engordá-lo


Cinco ratinhos corriam pelo deque

Eu empurrei a Emily do caminho e abri fogo contra a máscara. Cada parte de minha mente gritava (como a Emily; a Emily estava gritando) que eu deveria correr, me esconder, me enrolar com a cabeça entre os joelhos porque era minha última chance de dizer adeus ao meu traseiro. Mas eu não podia. Eu tinha uma equipe para proteger. Como eu poderia olhar para a cara da esposa do Edward (a esposa do Justin, a esposa do Dean, a esposa do Sam, a esposa da Emily…) se eu simplesmente fugisse de algo assim e os deixasse todos para morrer (cérebros deveriam fumegar assim?) sem fazer nada? "Cortem suas cordas e continuem!"

Um teve sua cabecinha arrancada de seu pescoço

Não ouvi a resposta por causa do som da minha arma, e nem mesmo sei se a máscara está sofrendo dano (ela está coberta de respingos de chumbo derretido; isso vai atrasar ela?), mas me mantenho firme conforme ela avança.

Não havia escapatória do grande gato mau

Conforme minha cabeça rola escada abaixo, sou pelo menos capaz de ver que minha equipe escapou (por enquanto; talvez eles consigam, então eu tenho que ter fé neles), então pelo menos eu posso me segurar nessa esperança até minha consciência apagar.

Restavam quatro ratinhos para engordá-lo


Quatro ratinhos corriam pela tigela

Dean pegou a mão da Emmy, então eu só me concentrei em correr. Precisávamos fugir. Andar após andar após andar após andar após andar passava como um borrão. Eu estava na frente do grupo, mas podia ouvir seus passos atrás de mim. Eu não ousei olhar para trás para verificar pela coisa que pegou o Eddy, mas eu rezava para que o Agente Johnson acertasse a coisa e fosse ficar bem.

Um correu à frente e caiu em um buraco

"SAMMY!"

Meu cérebro registrou Justin gritando meu nome antes de eu perceber que estava caindo. Eu nem tinha visto o buraco na escadaria. A princípio, achei que fosse cair no lance de escadas abaixo de nós, porque tendo a supor que geometria euclidiana funciona até ser provado do contrário.

"SAMMY!"

Não havia escapatória do grande gato mau

O contrário foi provado. A luz no topo desaparecera fazia um tempo. Não havia como ninguém me alcançar antes de eu morrer.

Me pergunto se eu vou bater em algo ou morrer de fome primeiro? Se Eddy ainda estivesse vivo, poderíamos ter apostado nisso… .

Restavam três ratinhos para engordá-lo


Três ratinhos corriam pelo galpão

"SAMMY!" Eu me lancei para pegar a ponta solta de sua corda. Por duas polegadas não consigo pegá-lo, se não fosse pelo Dean agarrando as costas da minha jaqueta eu teria caído. Esperei pela batida. Esperei ouvi-lo gritar algo assim que atingisse o lance de escadas abaixo.

Isso nunca aconteceu.

Um não podia acreditar que seu amigo estava tão morto

Eu agarrei o corrimão e comecei a contornar a borda do buraco — tanto o corrimão quanto o chão pareciam estar aguentando. "Qual é! Ele não pode estar realmente morto. De jeito nenhum."

Eu deveria ter sabido naquele momento que estava me enganando. Eu não diria isso se eu não achasse que ele já estivesse morto. Foi doloroso diminuir meu ritmo para ter certeza de que não havia outro buraco à frente, mas cheguei ao local onde ele deveria estar.

"Ele realmente não está aqui!"

"Vamos, temos uma missão a cumprir," disse Dean quando percebeu que eu tinha parado. Como ele pode estar falando sério? "Temos que continuar."

"Que se foda a missão! Sammy só — ele vai aparecer aqui eventualmente, certo? Talvez o tempo esteja errado."

"Isso é improvável…" disse Emmy.

"Precisamos continuar andando," rosnou Dean.

"Eu vou ficar aqui e esperar pelo Sammy, caramba! Se vocês realmente acham que a missão é tão importante assim, então sigam em frente. A gente alcança vocês."

"… Certo." Dean me deu um tapinha no ombro. "Mas se você ver aquela máscara, corra, ok?"

"Sim." Eu balancei a cabeça.

Emmy ficou olhando para trás até eles ficarem fora de vista.

Não havia escapatória do grande gato mau

Acho que eles se foram cerca de uma hora atrás. Sammy ainda não está aqui.

… Correr se eu ver a máscara, huh?

Eu correria, mas eu não sinto mais as minhas pernas.

Restavam dois ratinhos para engordá-lo


Dois ratinhos corriam pela mesa

Estamos andando há horas. Mas acho que estamos chegando perto. No entanto, sinto uma pontada na lateral do corpo e meus pés estão começando a doer, mesmo com as palmilhas ortopédicas. "Ei, Dean, podemos parar um pouco?"

Ele franze a testa. "Estamos quase lá."

Uma estava exausta e precisava descansar

"Eu sei. Só preciso descansar."

Ele para assim que chega no patamar seguinte. "Certo."

Eu suspiro de alívio e sento nos degraus. "Você acha que vamos sair daqui vivos?"

"Precisamos tentar." Ele se encostou na parede e manteve sua luz focada no lance de escadas atrás de mim. "Isso é tudo que podemos fazer."

"Sim… ."

Caiu um silêncio que até eu sabia que era estranho. Eu pensei na A'isha. Tenho certeza que ela será capaz de se sustentar financeiramente sem mim, mas —

Não havia escapatória do grande gato mau

A última coisa que ouço é Dean xingando assustado.

Restava um ratinho para engordá-lo


Um ratinho corria pelo mapa

Um borrão branco se disparou da escuridão.

"MERDA!" Eu não fazia ideia de que ela conseguia se mover tão rápido! Algo que provavelmente era um pedaço do crânio da Emmy caiu no meu colete, mas eu mal estava prestando atenção nisso. Eu já tinha começado a correr e definitivamente não ia olhar para baixo ou para trás.

Eu corri. Continuei correndo. Eu podia me ouvir chegando mais perto da criança, e isso era a única coisa que me fazia continuar. Eu tinha que chegar nela. Mesmo se eu morresse logo depois, pelo menos tenho que dizer a ela que ela não foi esquecida e que a ajuda está chegando. Eles vão enviar os figurões se nenhum de nós voltar a tempo.

Ele encontrou o queijo e caiu na armadilha

Minhas botas pisaram em algo quando finalmente cheguei no fundo. Todo o chão estava coberto por algum tipo de líquido com uma polegada de profundidade. A escuridão era muito pior do que nas escada, então eu mal conseguia ver alguns metros à minha frente.

"Me ajuda! Por favor!"

Eu corri em direção à voz e lá estava ela: Uma garotinha de cabelo preto curto e vestido branco. Eu sabia que devia haver uma criança aqui. Eu cai de joelhos em alívio e a abracei. "Está tudo bem. A ajuda está chegando. Vai ficar tudo bem."

"Obrigada, Senhor. Eu estava com tanta fome… ."

Não havia escapatória do grande gato mau

De repente, ela arranca um pedaço do meu pescoço com dentes afiados demais para serem humanos. Eu deveria ter achado que era suspeito que ela estava de pé e não parecia ferida.

"Haverá tempo mais que suficiente para arrependimentos no meu estômago," ela sussurra enquanto meu cérebro sufoca.

Então aqui vêm mais ratos para engordá-lo

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