1990
A meia-noite pairava sobre as águas do Rio Willamette, em Portland. O céu estava limpo e suas muitas estrelas refletiam nas águas tépidas que serpenteavam abaixo. Ao longo da margem, sob um poste de luz, um homem solitário esperava. Seu longo cabelo castanho estava preso para trás, e um casaco pesado em seus ombros o protegida do frio. Em pouco tempo, outro cavalheiro se juntou a ele.
"A lua negra uiva?" O recém-chegado perguntou. Ele era baixo, atarracado, com cabelo ruivo raspado no padrão para homens de sua profissão.
"Apenas quando o sol morre," respondeu o outro. "Você deve ser agente Johnson."
"E você é Markham Lewis. Estou feliz por podermos nos encontrar."
"É, espero que você esteja," Lewis suspirou. "Estou pintando um alvo bem grande nas minhas costas para isso."
Ele então enfiou a mão no bolso do casco e tirou uma pequena caixa simples, entregando-a ao seu co-conspirador. Dentro havia uma única bala de 9 mm com um nome gravado em sua capsula.
"Quem é Theodore Stowe?" Perguntou Johnson, apertando os olhos enquanto inspecionava a munição sob um poste de luz.
"Um federal trabalhando em Três Portos," respondeu Lewis. "Atualmente, ele é o encarregado de liderar a investigação da operação de Sycamore Gordon. Isso está taumatologicamente ligado a ele. Estou disposto a apostar que você pode adivinhar o efeito pretendido."
"Literalmente uma bala mágica," Johnson riu. "Kennedy deve estar se revirando no túmulo. Quantas mais dessas ele tem? Quem são seus compradores pretendidos? Quem são seus alvos?"
Lewis encolheu os ombros. "Você me pegou. Sycamore não é exatamente do tipo que tagarela. Mas posso tentar descobrir."
"Vamos a lugar nenhum até você descobrir," Johnson riu. "Três Portlands não é um lugar conhecido por ser tolerante ao nosso tipo bisbilhotando."
"Entrarei em contato quando estiver pronto. Mantenha seus ouvidos atentos, skipper." Lewis começou a partir. "Já viso que vai levar algum tempo."
"Posso te fazer uma pergunta, Sr. Lewis?"
O informante parou e olhou por cima do ombro. "Você pode me chamar de Mark, cara."
"Certo, Mark," continuou Johnson. "Por quê?"
"Porque Sycamore Gordon precisa ser detido," respondeu Lewis categoricamente. "Esse é o tipo de coisa que vai começar uma corrida armamentista do outro lado. Deus me livre disso acabar em mãos menos judiciosas. Pelo menos com vocês acaba em um bunker de concreto em algum lugar para enferrujar."
Johnson balançou a cabeça mais uma vez. "Entendido. Tome cuidado."
"Você também, skipper."
1993
Dói muito levar um soco. Dói, ainda mais, levar um soco na cara. Dói mais quando isso é feito de novo e de novo. Desnecessário dizer que a luta no beco de Portland em que o Agente William Johnson se encontrava não estava indo do seu jeito.
Sua operação secreta tinha dado errado. Um associado conhecido de Sycamore Gordon tinha fugido. Felizmente, parecia que ele era o corredor mais rápido, ele não era o melhor combatente corpo a corpo. Um oitavo ataque consecutivo em seu crânio deixou o agente caído no chão de concreto molhado.
"Azaro, amigo," disse o capanga, cuspindo um chumaço de sangue de seu nariz quebrado no corpo de Johnson. Ele sacou uma pistola de dentro de sua jaqueta esporte. O cano foi apontado, o cão puxado para trás. Johnson fechou os olhos.
BANG
Johnson soltou um suspiro. Ele então parou. Ele definitivamente tinha sido baleado antes. Ele sabia que doía muito mais do que isso. Abrindo um olho, ele viu que o capanga estava morto, uma bala alojada em seu crânio. Um rosto familiar já o estava ajudando a se levantar.
"Mark?" perguntou o agente. "Que diabos você está fazendo? Você vai estragar seu disfarce. A operação-"
"Cala a porra da boca e me ajude a tirar você daqui!" Markham Lewis sibilou. "Vocês têm um QG móvel ou algo assim, certo?"
O agente balançou a cabeça, seu braço em volta do ombro do informante enquanto os dois mancavam o mais rápido que seus pés podiam levá-los.
"Como você tá indo?" Markham eventualmente perguntou. "Sem ofensa, mas isso foi um puta chute no traseiro."
Johnson soltou uma risada que rapidamente se transformou em uma estremecida. Seu olho dirito já começara a inchar. Respirar doía. Mas pelo menos ele estava vivo para reclamar disso.
"Bill," disse ele.
"O que?"
"Você pode me chamar de Bill," continuou ele. "O mínimo que consigo fazer depois disso."
"O mínimo que você pode fazer é me pagar uma bebida," respondeu Markham com uma risada. "Mas sério, não mencione isso. Estamos todos no mesmo time, certo?"
"É, mas geralmente sou eu quem salva o informante."
Foi nesse momento que a van sem identificação parou, Markham rapidamente entregando Johnson a seus colegas lá dentro. Quando a porta começou a se fechar, antes do veículo desaparecer no tráfego de Portland, Mark ouviu a voz de Johnson gritar:
"Diga o bar, Mark."
1994
"Não consegue dormir?"
Markham virou a cabeça para a porta da varanda para encontrar Bill saindo do quarto escuro do hotel. O informante deu um sorriso cansado.
"Tenho muita coisa em mente," respondeu ele.
"Ei, eu também," Bill riu. Ele acendeu um cigarro e oferecer o maço, o que Markham negou. "Algo em particular, ou ansiedade geral?"
"Só o que vou precisar fazer quando tudo isso acabar," suspirou Markham. "Ao contrário de você, eu não posso voltar para um bunker em algum lugar quando o gatilho for puxado. Eu tenho que ser um pouco mais criativo. Descobrir quais relações foram por água abaixo e quais estão no processo de irem."
Bill balançou a cabeça e deu uma longa tragada.
"Eu estava na verdade pensando sobre isso," disse ele. "Você sabe que estamos sempre procurando por novos agentes especiais. Posso prometer que você iria longe."
"É? Você já está me oferecendo uma promoção, senhor?" Markham sorriu. Bill revirou os olhos e deu outra tragada.
"Olha, tudo o que estou dizendo é para pensar sobre isso. Você é um bom homem, Mark. Nós realmente poderíamos usá-lo a longo prazo."
O agente jogou fora o resto do cigarro e puxou Markham para perto.
"Eu poderia usá-lo a longo prazo também."
Markham ficou em silêncio e uma cabeça com cabelo ruivo curto descansou em seu ombro.
"Vou pensar sobre isso," sussurrou ele. "Bora. Bora voltar pra dentro. Vai começar a chover logo."
1995
"Então é isso?" Markham estava estava sobre a passarela de pedestres da Steel Bridge. As luzes da cidade lançam seus reflexo na água abaixo por quilômetros em cada direção. O fato de serem três da manhã significava que o tráfego da ponte havia se reduzido a quase nada, oferecendo um certo nível de privacidade à conversa. "Vocês e os federais limparam os capangas do Gordon?"
"Gordon não estava presente durante o ataque," respondeu Bill. "Mas tirando isso, sim. operação dele está morta e enterrada."
Markham balançou a cabeça e olhou para a água turva abaixo.
"Difícil acreditar que tudo acabou. Cinco nos, Bill… Aonde que foi o tempo?" Ele suspirou. "Você sabe que contanto que ele também não esteja morto e enterrado, você e eu não estamos seguros, Bill. Ninguém está."
"Ah, estou bem ciente disso." Bill encolheu os ombros e deu a seu colega um sorriso cansado. "Mas isso só é parte da troca, certo?"
Ele parou.
"Mark, você conseguiu encontrar mais algum produto do Gordon antes de sua extração final? Se ele cair nas mãos erradas-"
Markham balançou a cabeça e enfiou a mão no casaco, tirando uma caixa de papelão simples. O agente a pegou e analisou o conteúdo. Cerca de 60 balas de 9mm estavam dentro, cada uma gravada com o nome de diversos agentes da UIU, GOC e da Fundação.
"Maravilhoso." O sorriso de Bill agora ia de orelha a orelha. "Acho que não é preciso dizer que não poderíamos ter feito isso sem você. Você é meu herói, Mark."
"Ah, confie em mim, eu sei," Markham sorriu. "Mas, verdade seja dita, não é sempre que eu trabalho com uma equipe tão boa."
Em pouco tempo, os sorrisos desapareceram. Ambos os homens voltaram seu olhar para o rio abaixo.
"O que acontece com você agora?" Bill finalmente perguntou.
"Eu me escondo," Markham encolheu os ombros. "Três Portos. A Biblioteca. Backdoor, provavelmente. Algum lugar da onde Gordon e a maioria de seus capangas tenham sido banidos."
"Você daria um belo agente especial. Nós realmente poderíamos usar seus talentos."
Markham sacudiu a cabeça.
"Já conversamos sobre isso, Bill. Eu conheci o suficiente de seus 'agentes especiais' para saber que isso é apenas escolher um tipo de cela a outro," respondeu ele. "Nah. Eu vou precisar recusar. Mas, eu sempre preciso de alguém cuidando das minhas costas…"
Os olhos de Bill se fecharam. Um sacudir de cabeça dele próprio se seguindo.
"Você de todas as pessoas deveria saber que eu não posso fazer isso."
Markham concordou com a cabeça.
"Heh," disse ele com um sorriso tímido. "Não pode me culpar por tentar. Fracasso onde não tenta, certo?"
O silêncio retornou e permaneceu sobre o par por minutos que se estenderam pelo que pareceram horas.
"Então eu acho que é isso então," sussurrou Bill.
"Acho que sim." Markham fechou os olhos e se virou. "Mas ei, nós provavelmente vamos trabalhar juntos novamente muito em breve. Vocês são meu emprego mais está-"
"Você está me contendo, Bill?" perguntou ele.
"Por favor," respondeu o agente. "Só… mais alguns segundos."
Duas silhuetas ficaram paradas sob o poste de luz. Segundos se transformaram em minutos. Eventualmente, Markham se afastou.
"Vamos trabalhar juntos de novo, Bill," disse ele. "Eu prometo."
2018
"Eu prometo…"
Os anos não foram bons para Markham Lewis. Onde antes longos cabelos castanhos adornavam sua cabeça, agora estava a marca de um homem que preferia raspar o pouco cabelo que restava do que deixar sua perda de cabelo ser conhecida. Seus olhos agora precisavam de um par de óculos grossos para funcionar. De pé sob aquele poste, ele olhou para o rio abaixo e pensou em voz alta.
"Aonde que foi todo o tempo?"
A tosse de um jovem que estava por perto foi sua resposta.
"Markham Lewis?" perguntou ele. Ele era um sujeito magro e esguio. Cabelo loiro curto e uma barba bem aparada.
"Eu não sei por que eu tinha esperança de que Bill pudesse ser aquele a aparecer." Um sorriso melancólico surgiu no rosto do velho informante. "Não acho que você poderia me dizer como gente Johnson está indo esses dias?"
"Agente Johnson foi morto no cumprimento do dever em 2001, senhor," respondeu o jovem. "Sou Agente Damian Creed. Acho que você poderia me chamar meio que de um substituto."
Os olhos de Lewis se fecharam. "Entendo," disse ele. "Um herói?"
"Chamaria ele assim, sim," respondeu Creed.
"Assim como o Bill."
Lewis ficou em silêncio. Lágrimas começaram a escorrer por suas bochechas. Agente Creed ficou para trás sem jeito, esperando alguns momentos em silêncio antes de finalmente limpar a garganta mais uma vez.
"Nosso contato mútuo disse que você tinha algo que queria entregar," disse Creed.
"Ah, certo," Lewis enxugou as lágrimas de seus olhos. Ele enfiou a mão em seu casaco esfarrapado e tirou uma pequena caixa simples. "Demorei, muitos, muitos anos para encontrá-las. Acho que elas possam ter sido as últimas que Sycamore Gordon fez antes de ser fuzilado. Imaginei que vocês gostariam do conjunto completo. Não que qualquer uma delas seja de muito uso por muito tempo."
Creed abriu a caixa com cautela. Ele balançou a cabeça ao examinar o conteúdo. Ao erguer os olhos, Markham Lewis já estava desaparecendo na escuridão.
"O que acontece com você agora, Sr. Lewis?" Creed gritou.
O velho encolheu os ombros.
"Acho que simplesmente desapareço de novo," ele gritou de volta. "Eu… Eu acho que será mais fácil dessa vez."
"O Diretor Assistente irá vê-lo agora."
Agente Creed acenou com a cabeça para a secretária e entrou no escritório. Em uma grande mesa estava sentado um homem baixo e atarracado com o corte de cabelo padrão dos homens de sua profissão. Embora alguns cabelos ruivas ainda lutassem, o resto de seu cabelo havia se tornado grisalho há muito tempo.
"Agente Creed," disse o Diretor Assistente das Forças-Tarefas William Johnson, sem se incomodar em erguer os olhos de sua papelada. "O que posso fazer por você Por que você solicitou esta consulta?"
"Tivemos uma coleta padrão de um antigo ativo de campo. Alguém dos dias da operação do Sycamore Gordon," Creed deu um passo à frente. "Mencionaram você pelo nome. Achei que você estaria interessado."
O Diretor Assistente parou. Ele voltou seu olhar para o jovem diante dele com expectativa.
"Markham Lewis?"
"Dei a ele o lengalenga normal de morto em ação." Creed acenou com a cabeça e parou. "Ele parecia bastante chateado ao saber de sua morte, senhor. Presumo que vocês dois eram próximos?"
"Trabalhamos naquela operação por cinco anos," respondeu Johnson. "Eu tomaria um tiro por aquele homem. Diabos, eu tomei, mais de uma vez."
Havia um sorriso no sorriso que surgiu no rosto de Johnson.
"Melhor parceiro que já tive. O tipo que só se tem uma vez na vida."
Com esse comentário, Creed silenciosamente colocou a caixa que havia recebido na mesa e a deslizou em direção ao seu superior.
O velho cuidadosamente a abriu. Dentro havia duas balas de 9mm. Gravado em cada uma havia um único nome.
Markham Lewis
William Johnson
As mãos de William Johnson tremiam enquanto ele rapidamente fechava a tampa e deslizava a caixa com força de volta sobre a mesa. Creed observou o velho virar sua cadeira. Um momento depois, um soluço pode ser ouvido.
O jovem agente silenciosamente voltou para a porta, espiando atrás dele mais uma vez enquanto os soluços se tornavam mais frequentes. Sem dizer uma palavra, ele saiu do escritó