Os Supervisores

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Capítulo I.XII

Os primeiros dias tiveram muita conversa sobre o diagnóstico. Sobre o que ela precisava fazer, quanto ia custar. Todas essas coisas horríveis e idiotas com as quais você precisa se preocupar quando tudo o que você queria fazer era ficar deitado na cama, sedentário, até a coisa toda magicamente se resolver. Mas a vida nunca funciona assim. E o câncer requer ação. Então nós conversamos. Conversamos sobre a quimioterapia. Conversamos sobre o que estava realmente acontecendo dentro do corpo dela. Nós conversamos sobre como ele pode se espalhar. Enchemos nossas cabeças com todos os piores cenários possíveis e torcemos pelos melhores.

Eu ia com ela a consultas médicas, cujas especificidades eu não lembro mais. Conversamos sobre tratamentos. Conversamos sobre o que ela podia e não podia fazer. Conversamos sobre probabilidades.

Nos piores dias, quanto tempo ela ainda tinha vinha à tona.

Mas eu estava, de uma maneira desconfortável, me divertindo. Havia vários motivos pelos quais o que deveria ter sido um momento totalmente terrível em minha vida agora é visto com carinho agridoce. Primeiro e mais facilmente transmitido: eu estava me reconectando com minha mãe. Foi sob as circunstâncias mais desesperadoras, mas havia momentos em que a doença que comia a mamãe de dentro para fora de alguma forma conseguia desaparecer. Fizemos coisas que mamãe sempre quis fazer: viajamos, principalmente. Para o Havaí, para Veneza, para a Groenlândia para ver auroras boreais, e a lista continua (embora não muito mais). Todos os dias íamos comer fora em algum restaurante novo em San Diego, com o objetivo de experimentar todos os sabores disponíveis na baia. Muitos deles eram mexicanos. Isso não é uma reclamação.

E em San Diego, eu finalmente estava livre. Eu usava o que queria, me apresentava como queria e dizia Às pessoas meu nome verdadeiro. Para todos os estranhos, eu era Faeowynn, e assim pude finalmente ser totalmente Faeowynn para mim mesma. Metade do meu armário estava a acumular bastante poeira e eu gostava assim.

Minha empresa estava à frente da curva e descobriu como me empregar online, então estava trabalhando de casa. Perdi meu cargo de reguladora porque não estava lá pessoalmente, e assim me tornai apenas mais um contador, mas eles me pediram várias vezes para voltar, então eu sentia que, quando inevitavelmente voltasse, eu estaria em boa forma (embora eu tentasse não pensar no "inevitável"). Todos os dias eu acordava para cuidar dos meus e-mails de trabalho.

E por falar em e-mails. Tim passou a usá-los. Um vez que ele arrumou o sistema, ele descobriu que preferia muito mais a natureza instantânea deles. Nossas correntes de e-mail dessa época têm uma sensação marcada de familiaridade e conforto que nossas cartas anteriores não tinham. Entrei em uma espécie de período de lua de mel em relação ao meu pai. Depois de sua visita e nosso abraço, senti uma conexão mais profunda com ele, e de repente coisas que antes me irritavam começaram a ser vistas como pequenas peculiaridades humorísticas. Nem todas, devo dizer, mas algumas. Eu até me animei com ele querendo fingir que seus animais eram mágicos. Eu tratava isso como uma metáfora estendida de como ele via o mundo natural ao seu redor e, a partir dessa estrutura, aprendi a apreciar o quanto meu pai amava seu trabalho.

Esse período de tolerância durou alguns anos. Mas deveríamos começá-los a partir de sua perspectiva.


* * * * *


Uma leve chuva de abril caia do céu azul-acinzentado acima, cutucando e batendo na capota de sua caminhonete enquanto ele ficava lá parado, estacionado na entrada de sua própria casa. Ele respirou fundo e baixou a janela. Ele colocou o braço esquerdo para fora na chuva e deixou que o volume escasso de gatos se acumulasse em sua manga e mão. Ele sentiu a água se acumular na palma da mão e, eventualmente, vazar pelo lado, em gotas grandes o suficiente para traçar os contornos de seu pulso. Ele puxou a manga para trás para deixar a totalidade de seu braço esfriar lentamente na chuva, em harmonia com sua casa novamente.

Tim abriu o porta-luvas com a mão direita e tirou um pequeno recipiente. Depois de lutar para abri-lo com uma mão, ele pegou um charuto pela metade. Colocando-o no colo, ele procurou um esqueiro no mesmo porta-luvas e voltou de mãos vazias. Tim suspirou e fechou os olhos. Seu braço estava ficando molhado, como sele ele o tivesse enfiado em um banco de neblina. Ele ouviu as batidas lentas, mas regulares em sua capota, e respirou ainda mais fundo. Para dentro, para fora. Para dentro, para fora. Para dentro, e então para fora. Ele continuou assim até ouvir a porta de sua casa abrir e fechar.

"Querido," disse a voz de Alice, "por que você só está parado no carro?"

Tim a ignorou pelos poucos momentos em que pôde se safar e respondeu: "Estou me recuperando!"

Ele ouviu Alice se aproximar do carro e dar a volta à sua esquerda. Houve um momento em que ambos permitiram o silêncio. Tim teria deixado continuar enquanto fosse permitido. Mas Alice não permitiu.

Ela puxou para baixo a manga dele, e então segurou sua mão. "Eu entendo. Sinto muito fazer isso com você. Mas Anders precisa de você."

Tim abriu os olhos e se virou para Alice. "Anders? O que houve com o meu menino?"

"Eles têm algo grande. Lá no Abrigo. Aconteceu enquanto você estava fora, ninguém queria incomodá-lo, então você não ouviu sobre isso. Acho que Andie poderia explicar melhor."

Tim suspirou e apertou a mão de Alice com mais força. "Certo. Eu vou até lá."

Alice apenas concordou com a cabeça e deixou o momento parar. Ambos estavam se molhando na chuva, mas nenhum deles se importava. O vestido com estampa floral verde e rosa de Alice começava a ceder devido ao acúmulo de água. A manga esquerda de Tim estava gradualmente passando de úmida para encharcada. E os minutos passavam.

"Tim," suspirou Alice, "você está fumando?"

Tim olhou para o charuto em seu colo.

"Ah," comentou ele. "Não. Sim. Só este, ganhei de aniversário há dois anos devido a uma falha de comunicação."

Alice balançou a cabeça.

"Só esse?"

Tim engoliu em seco. "Eram três. Só mais esse." Ele olhou para Alice nos olhos. "Senti como se fosse a ocasião."

Alice balançou a cabeça novamente. "Só esse."

Tim tentou um sorriso. "Eu não tenho nenhum esconderijo secreto em lugar algum, prometo."

"Certo," disse ela. "Mas não na frente dos meninos, por favor."

Tim riu. "Tudo bem. Concordo."

Ele a puxou para perto, e pela janela do carro eles se beijaram.

"Parece que tenho negócios a tratar," disse Tim ao soltar.

"Isso você tem. Como soa chocolate quente e fogo esta noite?"

"Perfeito. Te amo, querida."

"Também te amo."

Tim fechou a janela, fechou a tampa da caixa de charutos e a colocou de volta, ligou o veículo e saiu da entrada da garagem.


* * * * *


"Um urso polar."

"Sim."

Anders estava sentado ao lado de Tim em seu escritório, verde menta e marrom chocolate compondo as paredes e os móveis. Espalhadas sobre a mesa estavam imagens de ursos polares — tanto em geral quanto o em questão — bem como notas sobre avistamentos, mapas do condado de Clackamas com alfinetes onde ele provavelmente ia para buscar comida, notas sobre como pegá-lo, uma sinopse da reunião realizada na ausência de Tim em que foi decidido que ele não poderia viver na natureza, várias opções para suas acomodações quando no abrigo, o que provavelmente precisaria acontecer para melhor cuidar dele… tudo. Um trabalho completo.

"Uau," Tim folheou uma pilha de elaborações meramente possíveis e prováveis sobre o que ele realmente fazia. "Vocês foram proativos!"

"A gente tenta," Anders sorriu. "Mas basicamente estamos na fase de 'como seguir em frente.' O urso parece intimidador. Congela as coisas pelas quis passa. Ameaça ao ecossistema local, mas vai exigir algumas instalações extensas aqui no Abrigo. Não podemos recebe-lo corretamente até termos os aparatos de que precisamos, mas podemos deixá-lo na natureza? Ele vai ser ou uma ameaça para nós aqui no Abrigo, ou para os rios que ele frequenta e quaisquer caminhantes aleatórios que possam se encontrar com ele. Estamos divididos bem no meio sobre se precisamos contê-lo agora ou mais tarde. Estávamos todos esperando sua opinião. Então agora que você está aqui… se importa de nos aliviar?"

Tim respirou fundo, olhando para todos os papéis. "Isso é muito para assimilar de uma hora para outra," observou ele. Ele puxou para mais perto seu relatório de ecologia, folheando o subtítulo Impacto Registrado. Ele consumiu o conteúdo. Então, ele se voltou para Impacto Provável. "Hmm," cantarolou ele. Ele cutucou o dedo indicador na página. "A população já é frágil como está."

"Desde o baiacu ano passado, sim."

"Hmm," ele cantarolou novamente, e afastou o papel dele. "Em que número de cercado estamos? Trinta?"

"Estamos trabalhando dos trinta e cinco aos quarenta."

"Ai meu…" Tim colocou a mão na testa e se recostou na cadeira.

"Pai?"

"Um segundo." Ele olhou pra o teto esbranquiçado e respirou fundo mais uma vez. Talvez apenas mais algumas respirações profundas finalmente trouxessem aquele sentimento centrado e controlado que ele procurava, e permitiriam enfrentar o problema com um entusiasmo familiar.

"Estou surpreso que você apareceu para trabalhar hoje. Achei que você ia ficar em casa."

"Sua mãe me mandou."

"Claro que ela mandou. Ela está sendo muito preocupada. Eu não me preocuparia com isso, pai. Se você precisa de descanso e relaxamento, então é disso que você precisa. Se ela não entende isso, você pode dizer a ela que eu que disse isso. Certo?"

Tim caiu de volta em sua cadeira e bufou. "O Abrigo está ficando tão grande."

Anders concordou com a cabeça. Houve uma pausa.

Tim bateu palmas inesperadamente. "Certo! Temos o espaço, temos os fundos, vamos pegá-los. Vamos alojá-lo em um cercado sozinho até que possamos descobrir como lidar com ele. O maior problema será chegar perto do bicho. Você acha que consegue fazer com que Robin arranje alguns novos voluntários? Digamos, até amanhã ou depois? Quanto mais cedo melhor, acho que vai ser fácil."

"V-você acha?"

"Claro que acho! Desde quando não foi? Em pouco mais de uma década de operação, não consigo pensar em uma única vez em que nos atrapalhamos mesmo."

"Esse é um pensamento perigoso, pai."

"E se não lidarmos com isso, quem mais vai fazer isso?"

Anders considerou. "Honestamente, não faço ideia. Nós sempre lidamos com as coisas."

"Exato! É nossa responsabilidade, e esperar só vai aumentar o dano que ele está causando, quando podemos reduzir o dano — mesmo que nos incomodando um pouco — tendo ele aqui o mais rápido possível. Concorda?"

"Mais ou menos."

Tim bateu palmas novamente. "Tudo bem! Então, o que precisamos para pegá-lo?"


* * * * *


Se você me der licença, sinto que nossos mais novos personagens podem ser melhor apresentados através de uma mudança de perspectiva. Todo mundo já sabe como foi com o Urso Polar. Mas levei uma década para obter a história do outro lado. Supondo que meus potenciais leitores tenham tido uma experiência semelhante, acho que seria mais apropriado dar uma nova dimensão à história em vez de simplesmente regurgitar o que todos já sabem. Então.

Um sedã preto andava pela floresta, constantemente cinco milhas acima do limite de velocidade, avançando pela vegetação sombreada dos bosques de Oregon. A estrada correndo abaixo, sua passagem tão silenciosamente sinistra quanto certa.

Uma mulher loira em um vestido roxo apressado estava sentada no banco do passageiro, olhando pela janela. Ela batia o pé no chão, se encontrou estalando o polegr direito e o dedo médio em algum ritmo jamais ouvido, e piscava mais do que o apropriado.

"Chegando quente," um Seanan McDowell apontou do banco de trás. "Ou fria." Ele riu, mas ninguém mais riu. Não era hora para humor, parecia. "Desculpe, é só o jeito que lido com as coisas. Vou me calar."

"Tudo bem," disse Sophia. Ela conto três batidas em sua cabeça, vendo se ela não conseguia intercalar com cinco. Três batidas e cinco batidas no mesmo intervalo de tempo. Nunca tendo tido a música como um interesse mais que superficial, o desafio podia ocupá-la até chegar lá. O que não era muito longe, na verdade. E isso estava começando a preocupá-la. "Já passamos dos limites do Nexus-17?"

"Por definições estritas, o Nexus-17 é a totalidade do Condado de Clackamas, mas, ah, não. Se você está falando sobre o centro de atividade, ainda estamos um pouco longe."

"Me diz se tenho alguma coisa para me preocupar?" Sophia se chutou por perguntar isso pela terceira vez. Ela era uma mulher de regras. Honestamente, ela ficou surpresa quando Diretor Holman escolheu ela da sala de reuniões para visitar Boring. Diabos, ela podia contar em uma mão todas as vezes que esteve em Portland em negócios oficiais, e uma parte muito considerável de seu trabalho era escrever sobre Portland. Ela provavelmente poderia dizer uma história sobre qualquer edifício. Ela só precisaria saber seu endereço primeiro.

De repente, as árvores se separaram e o campo os cumprimentou. Campos e fazendas até onde a vista alcançava (antes das árvores a bloquearem). Sophia senti um aumento sutil em sua frequência cardíaca. Eles passaram por uma placa que dizia: "Bem-vindo a BORING, OREGON". Em breve, então. Ia ser muito, muito em breve.

"Onde está a maior parte dos danos?" Perguntou Sophia;

"Vai estar mais um menos em uma linha da prefeitura até a sede da Soluções Silvestres do Wilson," explicou o agente ao volante. "A detonação ocorreu a leste da base, destruiu alguns cercados. É lá que teremos que descartar alguns corpos de animais anômalos e onde podemos encontrar pedaços do urso."

"Isso é mesmo uma prioridade principal?"

"Nada tão volátil jamais ocorreu em toda a história documentada do Nexus-17," apontou Seanan do banco de trás. "Não não achávamos que ele fosse capaz de produzir algo tão poderoso. É possível que essa anomalia não esteja relacionada ao nexus, mas ela segue todos os padrões atuais, apesar de seu poder, então eu diria que isso é improvável. Quanto mais informações pudermos obter, melhor. Talvez em um laboratório alguns números possam trazer algo à luz."

"Aham," respondeu Sophia.

De repente, pareceu que eles passaram por algum tipo de limite incorpóreo. A temperatura caiu como um saco de areia. O agente ligou o aquecedor bem a tempo de Sophia resistir à vontade de se encolher. Congelamento era visível nas pontas das gramíneas e plantações pelas quais passavam, e padrões de gelo subiam pelas janelas das casas.

"Meu deus," sussurrou Seanan para si mesmo.

"Não é o pior que já vi," o agente riu.

"Hmm," foi tudo o que Sophia disse.

As ruas estavam sinistramente vazias; sem dúvida, algum tipo de evacuação ocorreu assim que os federais entraram em cena. À medida que o sedã se aproximava do centro da cidade — ou melhor, onde a cidade de fato começava — uma neblina começou a impedir sua visão.

"Tinha mesmo umidade suficiente no ar para criar um nevoeiro tão espesso assim por meio de condensação?" perguntou Sophia.

"A cidade tem estado bastante úmida desde que eles pegaram aquele sapo, se você lembra. Mas eu acho que ele morreu na explosão — Kai acabou de me informar que o setor aquático deles foi o que sofreu o maior dano."

Sophia estremeceu. "Faz sentido."

Eles passaram pela neblina como um avião entrando em uma nuvem. Sua velocidade diminui drasticamente para dar conta da visibilidade, e com isso Sophia pôde dar uma longa olhada na cidade.O pouco que ela podia ver dizia que a cidade era uma comunidade pequena e concentrada. Os prédios estavam cobertos de neve fora de lugar, de modo que Sophia sentiu como se tivessem subido drasticamente em elevação. Em todos os lugares, as luzes estavam apagadas. Negócios fechados. Restavam poucos carros, e os que restavam eram invariavelmente governamentais. A neblina, o abandono, os veículos quase militares… Sophia foi intrusivamente lembrada do início de um filme de terror brega.

Eles deram algumas curvas, passaram por alguns edifícios que pareciam ter sofrido danos diretos, um hidrante estourado coberto de gelo enfeitando a esquina de uma rua, e então foram parados por um bloqueio.

Um grupo de homens, vestidos com uniformes azul escuro e preto com pequenos reflexos dourados em enfeites e distintivos, virou-se para olhar para os recém chegados. O sedã parou e dois dos agentes se aproximaram do veículo. O agente baixou a janela.

"Bom dia," disse o federal.

"Bom dia," respondeu o agente. "Estamos com a Fundação."

"Você está, não está?"

Todos no carro já estavam procurando distintivos, emblemas e identificadores diversos. primeiro, o agente exibiu um registro de agente local do Sítio-64. Então, Sophia e Seanan dispensaram cartões-chave em cordões que haviam guardado em suas mochilas. O federal os inspecionou e depois os devolveu.

"E o que vocês vieram fazer?"

"Você não recebeu a ordem? Diretor Holman ligou em avanço, entrou em contato com seus superiores. Estamos aqui para visitar a Soluções Silvestres do Wilson em uma missão diplomática e temos permissão expressa para fazê-lo do Diretor Assistente Avery Mandrake, atuando no lugar do Diretor Executivo devido a uma emergência conflitante, cujos detalhes nos foram negados."

O federal olhou para Sophia com uma carranca incrédula. "Fiquem aqui e permitam-me verificar."

Ele e seu compatriota silencioso voltaram para o grupo maior e começaram a se envolver em uma discussão que não se podia ouvir.

"Eles estão ganhando tempo," murmurou Seanan.

"Estão?"

"Claro. Josh, Kai e Agente Boldary já estão no local, e eles teriam que passar por este posto ou outro. Eles estão te enrolando porque você vai levar o Sr. Wilson embora."

"Não há alguma maneira de confrontar eles sobre isso?"

"Não no curto prazo. Eles vão fingir confusão até receberem o sinal verde dizendo que seja lá quem estiver entrevistando Tim Wilson tem o que eles vieram buscar. Se pressionarmos, seremos colocados em maus termos de negociação com eles, que são de suma importância no momento e eles sabem disso. Eles têm a vantagem diplomática."

"Droga." Sophia começou a estalar os dedos novamente. Desta vez com as duas mãos, criando um ritmo de swing latino. Em algum lugar de sua cabeça, A Garota de Ipanema começou a tocar.

No devido tempo, o federal voltou. "Certo, precisamos de uma confirmação de código."

O federal pegou um pequeno livro encadernado em couro, cuja réplica exata foi produzida por todos os membros do carro. Ele apontou primeiro para o agente.

"Grande."

O agente virou diversas páginas. "Ignóbil."

O federal marcou uma caixa e depois apontou para Sophia. "Discutível."

Sophia folheou impacientemente, passando várias vezes pelo capítulo desejado. "Blasfêmia."

Outro cheque. "Você atrás," disse ele, "incisivamente."

"Esse é o código?"

"Incisivamente é o código."

Sophia sentiu como se fosse enlouquecer, à medida que mais e mais segundos se transformavam em minutos. Seanan folheou por mais tempo do que parecia razoável e, finalmente, disse: "Morteiro."

O federal marcou uma última caixa. "Certo, vocês estão livres para passar." Ele acenou pra seu grupo, que então puxou um carro para trás para deixá-los passar. Palavras de agradecimentos profissionais foram murmuradas por todo o carro, e então eles passaram.

Logo, eles chegaram ao QG.

O federal não deu a eles uma palavra de identificação, como era costume, então eles tiveram que passar por duas camadas de árdua troca de códigos para chegar às portas da frente. O edifício era uma mistura de verde-menta e verde-floresta, embora na névoa penetrando eles tivessem um tom cinza opaco de sua antiga intenção. Esperando ns portas d frente estavam Agente Boldary e Josh Higginbottom.

"Agente Reddy, Dr.ª Turner, Sr. McDowell…" Boldary cumprimentou cada um deles.

"Diga, Higginbottom."

O historiador de Boring esfregou as têmpora por um momento. "Tim acabou de ser interrogado em seu escritório. Os federais estão cobrindo as instalações como formigas em um bolo deixado de fora em um piquenique. Eles vão sair assim que tivermos presença suficiente para mandá-los sair, mas não antes. Eles estão sendo… inflexíveis. E eu presumo que não teremos qualquer quantidade de reforço por mais… oito horas, estimadas."

"E onde está Kai?"

"Sr. Boskovich está sentado com alguns funcionários e tentando avaliar o que pode ser feito com quaisquer animais fugitivos."

"Tenho certeza de que ele está gostando de toda essa série de eventos em algum nível." Sophia franziu os lábios.

"Hmm." Josh determinou-se a permanecer mudo.

Sophia suspirou. "Sr. Higginbottom, leve-me ao escritório do Wilson. Reddy, venha comigo. McDowell, tente bolar algum plano sobre como vamos mitigar os danos aqui. Eu não sei os detalhes, só, qualquer coisa. Encontre e arraste o Kai para isso também. Nós todos sofremos quando permitem que ele seja um canhão solto." Eles balançaram a cabeça. "Ah, e Boldary, fique parado e pareça o mais imponente possível. Talvez fazer alguns funcionários te verem perto dos outros. Estamos tentando causar uma boa impressão."

Boldary sorriu. "Consigo."

Sophia olhou para Josh, que se virou e abriu as portas de vidro do QG. Assim como ele disse, federais estavam por toda parte, tirando fotos de tudo, documentando de cima a baixo, conversando com funcionários de olhos inchados, revirando o lugar em geral. Era uma bagunça. E Sophia só desejava que fossem agentes da Fundação fazendo isso em vez deles.

Ela caminhou por um longo corredor, coberto de cada lado por escritórios em processo de saque ou no estado de já terem sido saqueados. Josh a conduziu por duas curvas, e eles ficaram cara a cara com um homem de aparência rude parado na frente da porta do escritório rotulado de Tim Wilson.

"Sophia Turner, Diretora de Contenção do —"

"Certo, certo," disse ele, e simplesmente deum um passo para o lado.

"Obrigada, Higginbottom. Fique aqui. Reddy, comigo."

Sophia passou pelo federal e abriu a porta.

Um homem baixo, mas pouco, com uma barba um pouco abaixo do grisalho e um chapéu de sol que não combinava com a ocasião, ergueu os olhos de sua posição largada atrás de uma mesa agora estéril e desolada.

"O que mais vocês querem?" ele resmungou.

Sophia sentou-se na cadeira em frente. "Nós não somos com quem você tem falado antes."

O homem sibilou. "Vocês parecem muito, muito mesmo."

"Digamos que o aviso foi repentino." Ela notou que Sr. Wilson estava olhando para Reddy atrás dela, o nível dos olhos sugerindo que a arma pendurada em seu quadril era de particular interesse. "Estamos aqui para levá-lo embora."

"M-me levar embora?"

"Não por mais do que alguns dias, com sorte menos de um se tudo correr bem. Você e três funcionários de confiança de sua escolha. Mas temos que ir o mais rápido possível."

"Me levar para onde? Por quê?"

"Você não tem liberdade para saber dessas coisas." Além disso, Sophia ainda não sabia a resposta para essa segunda pergunta. "Digamos que queremos conversar."

"Vocês estão com o governo?"

"Você não tem liberdade para saber."

"Então como vocês passaram pelo FBI?"

"Você não tem liberdade para saber."

"Quem são vocês?"

Sophia respondeu com um sorriso tenso e sem humor. "Você não tem liberdade para saber."




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